domingo, 12 de setembro de 2010

APENAS UM BEIJA-FLOR


Sei que não é politicamente correto falar a respeito de coisas que podem contrariar determinadas facções religiosas e tão pouco é esta a minha intenção, mas, sabe como é... sou também um pouco visionária e gosto de deixar minha mente projetar-se em outras dimensões.

Neste exato momento, estou lá na Serra da Piedade, em Caeté, cidade bem próxima de Belo Horizonte, que exibe uma das mais lindas cadeias de montanhas, adornadas com uma exuberante vegetação que, infalivelmente, leva à paixão.

E aí, bem ... só faço deixar pipocar todos os flashes arquivados na memória e como uma arquivista sonhadora, insiro-me, fazendo de cada, um palco exclusivo onde torno-me soberana e, em meio à toda esta profusão de lembranças nas quais abusadamente penetro, invariavelmente me vejo um beija-flor.

Penso, então, que se humana não fôsse, com certeza nada mais me daria prazer que estar, por todo o tempo, suavemente beijando e sorvendo o nectar das flores e na leveza de minhas batidas de asas, penetrar florestas, desfrutando toda a alegria de poder voar, plainando no imaginário de tantos outros, como eu, agora.

E no ritmo constante do bater de asas, fazer dos rios meus confiáveis guias, direcionando-me

à novos rumos.

Pois é, desejei ser tanto um pássaro que às vezes penso que já o fui, ou ainda o serei.

Por que não?

Nossa!!!,falei bobagem,dirão quase todos os religiosos.

E novamente penso que, se desejar e querer ser ou ter, fosse assim um tão grande pecado, por que então o nosso Deus nos brindaria com tal capacidade?

Ah! tudo bem, já sei ... o livre arbítrio que ele nos facultou.

Exercendo-o, exponho-me à riscos, mas ainda assim penso no quanto seria maravilhoso retornar em algum tempo futuro à esta vida terrena travestida de beija-flor, encantando as vistas, as almas e os corações de todos aqueles sensíveis que me percebessem e me tornassem eterna em suas lembranças.

Por que não?

E neste momento de devaneios apaixonados, agradeço a permanente inspiração do Frei Franciscano Juan Emanuel Rodrigues Sanches, natural de Cordoba, Espanha, energia vibrante deste universo bendito, que vem moldando minhas emoções e sentimentos nesta caminhada terrena.

À todos uma noite de paz e um amanhecer de sonhos e desejos.

Um comentário:

  1. Regina você é muito bem humorada. Gostei da fantasia de se ser um beija flor, como também sempre apreciei a borboleta e o canteiro que rosa daria! Um abraço

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ESPLENDIDO GOZO

De onde surgiu o meu improviso, não sei precisar, mas, com certeza, sempre foi a minha mais autêntica realidade, custando-me em algumas ocas...