E aí, neste amanhecer de setembro, ainda arrastando um friozinho deixado pelo agosto, já é possível sentir uma atmosfera mais leve e esta minha impressão, com certeza é confirmada pelos pássaros que mais alegres, despertaram mais cedo e circulam eufóricos, cruzando este limitado pedacinho de jardim, que abusadamente, chamo de meu.
Então, sorrio num misto de alegria e esperança de ainda poder desfrutar de dias melhores, onde o bom senso, possas ser o condutor de uma harmonia social, hoje, perdida em meio a sentimentos deturpados por emoções imediatistas de falsas realidades, oferecidas por um sistema viciado num toma lá dá cá, desgastante e nada justo.
Lembro de um tempo onde os detalhes eram notados nos semblantes uns dos outros e o sorriso, inegavelmente era uma chave poderosa, capaz de abrir as mais emperradas portas, já que transmitia sem truques a alma daquele que o ostentava.
Pra onde foi se esconder a espontaneidade, levando consigo o que havia de mais autêntico de cada ser humano?
Como avaliar um sorriso carregado de sentimentos absurdamente controversos?
Os cajus são lindos e fascinantes com seus aromas envolventes, todavia, suas texturas e sabores não me agradam, enquanto, as poderosas mangas, amoras, acerolas e outras tantas frutas em maior e menor intensidade me agradaram ou não, o que jamais me impediu de tê-las todas próximas de mim, nos quintais de minha vida.
E assim, são os sorrisos, preciso tê-los e recebê-los para que a solidão não se apodere de mim, afinal, sorrisos são como os aromas que, independentemente dos sabores, ajudam os sentidos a darem sentido, as nossas emoções.
Pra você que me lê, um domingo envolto em um delicioso sorriso, capaz de refletir o sol de suas intenções.
Regina Carvalho - 01.9.2024 Itaparica
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