Ouço serena mais uma área de Friedrich Bach, neste amanhecer e penso, enquanto, meus dedos digitam minhas emoções, nesta espera cotidiana por mais um dia que minhas retinas viciadas, anseiam contemplar...
O piano, desliza a melodia e eu, capto silenciosa e abrigo em meu todo de criatura humana a suavidade que expressa, induzindo a minha alma a também deslizar pelo espaço desta minha vida que ainda vibra em sensações incríveis...
Nada mais saberei sobre os clássicos de Bach, Beethoven, Chopin, Mozart, Vivaldi e tantos outros gênios da música, mas com certeza, como ninguém mais, na ignorância que me domina, deleito-me em ouvi-los, deixando que suas composições invadam todo o meu ser, elevando-me a uma atmosfera de leveza, mesmo estando com os pés no chão...
Induzida pela magia destas obras que fogem a compreensão de pessoas comuns como eu, deslizo no compasso de pianos e violinos, através desta máquina perfeita, desta ciência exata que sou eu, travestida de tempo e imagens que se alternaram com o deslizar dos dias, meses e anos...
De repente?
Não, apenas um hábito que se consolidou compasso a compasso, como um bordado que se delineou em riscos traçados num tecido ainda em branco que me foram ofertados e com os quais, me identifiquei...
Impossível seria, qualquer estilo de vida com a ausência da música, sempre capaz de me fazer sentir texturas, cores e sabores, preenchendo o vazio inoportuno que o simples ato de existir, aflora vez por outra em mim...
Regina Carvalho- 15.9.2024 Itaparica
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