Quando a lembrança da finitude me toca, penso logo em tudo quanto vou deixar de enxergar e sentir, penso logo nas pessoas e nas coisas maravilhosas com as quais convivi até o momento, e ao invés de sentir tristeza, sorrio, ainda pensando que por estar viva, só a capacidade de recordar, fazendo de cada lembrança uma oração de agradecimento, também me inspira a buscar novas e entusiasmadas esperanças de que a minha finitude, não tenha pressa.
Penso nela, como uma viagem que um dia não poderei mais adiar e, então, sinto uma estranha pressa interior que estimula todo o meu ser em querer a cada instante, apenas vivenciar o melhor, fazendo de minhas vontades, espertas selecionadoras de qualidades que me sejam afins, afinal, não posso e não devo perder tempo.
Penso também nos abraços e nos beijos, nos sorrisos e nos acenos que recebi a cada dia, num somatório fantástico, com os quais me viciei a conviver e que, sem dúvidas, são os responsáveis diretos pelas minhas opções diárias, fazendo-me seguir sem titubear pelas veredas da absoluta tranquilidade em só desejar a cada milionésimo de segundo, estar em êxtase com os meus sentimentos, esteja eu, vivenciando, seja lá que perrengue for.
Para você que, pacientemente, leu os meus pensamentos, ofereço uma rosa imaginária, na cor de sua preferência, desejando um dia de muita luz e que a primavera se antecipe em sua mente, não deixando que esqueça, que a alegria, a gratidão e as cores com as quais, você enxerga a vida, só dependem da sua paleta ou godê pessoal.
Regina Carvalho- 13.9.2024 Itaparica
*Em tempo: Paleta ou godê, são utensílios usado pelos pintores, cada qual, ideal para um tipo de tinta.
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