terça-feira, 24 de setembro de 2024

ABALOS SÍSMICOS EM ITAPARICA

Nesta tarde de terça-feira, mesmo não sendo uma pessoa religiosa praticante, fui abençoada com uma fé inabalável nas forças das energias universais do bem, acreditando que para tudo existe um aprendizado renovador.

Ouvindo está linda canção, Nossa Senhora, cantada por Fafá de Belém, imediatamente pensei na minha Itaparica, cuja beleza maior, certamente é o seu povo, banhado pelas águas mornas e calmas de seu mar, ambos sofridos pelos maus tratos e indiferenças.

Penso então, que como acontece na natureza, as vezes são necessários abalos sísmicos para que a terra em determinado local, se ajuste e a partir daí, tudo possa se renovar.


Desde que por aqui aportei, tenho através destas mais de duas décadas, tentado compreender a inércia dos excluídos, vendo-os amargar a solidão e os maus tratos e sendo continuamente consolados com migalhas e cantorias.

Os poucos que conseguiram escapar do ostracismo, por terem um olho são, numa terra de cegos, imediatamente, aliavam-se aos oportunistas, ampliando a seara dos exploradores e a tudo fui assistindo incrédula, mas no íntimo, com a fé de que um dia, uma placa tectônica, faria explodir o marasmo sufocante e mantenedor do medo em arriscar algo novo, simplesmente para  remodelar o seu destino de Paraíso Tropical, dando um basta glorioso a todo aquele, que mesmo podendo, por rações diversas, não corresponde às expectativas. 

Cada cidadão desde então, passaria a tão somente, considerar as suas razões e foi exatamente assim que em 2016 de forma linda e emocionante, fez explodir com oito anos de atraso o seu grito de liberdade, ineditamente elegendo uma mulher, assim, como quatro anos depois, já com dúvidas não a reelegeu, optando em novamente arriscar.

Como em todas as ações que a liberdade e a coragem incentivam, existem riscos que podem conter perdas incomensuráveis.

Dispensou a mulher e elegeu uma família, crendo que esta, tivesse alma agregadora...

Ledo engano.

Itaparica se viu revestida do ouro dos tolos, enquanto, seu povo na esmagadora maioria, roía o pó da areia seca do deserto da realidade, ainda, tendo que assistir por todo tempo, o teatro exibicionista dos horrores de meia dúzia de mequetrefes vestidos de dourado, arrastando consigo, uma galera maltrapilha de figurante, sem talento e muito menos brio.

Penso que faltam doze dias para que um novo abalo sísmico se apresente e desta vez, forte o suficiente para varrer deste solo fértil, lindo e amado, mais uma tentativa de sucesso fracassada, não sem expurgar com a determinação conquistada, as poeiras traidoras de seu celeiro.

Perdeu-se o medo, ganhou-se DIGNIDADE e com ela, rígidos colhões, fazendo destas, os comandantes in chefes da consciência, mãe do bendito senso de pertencimento...

Regina Carvalho- 24.9.2024 Itaparica

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