terça-feira, 30 de junho de 2020

TUDO ESQUISITO



Quero escrever, mas estou me sentindo estranha, aérea e sem foco, provavelmente porque estou fora do meu habitual reduto e, ao mesmo tempo, assimilando novas emoções.
A cabeça se recusa a pensar mais que o suficiente para ir vivendo o dia; e esta sensação de distanciamento do tudo mais, não é inédita em minha vida, mas também, jamais foi constante, daí esta sensação que chamo de “esquisita”.
Esquisita também é esta situação em que todos nós nos encontramos em meio a esta Pandemia mortífera, porém, o comportamento humano parece-me a cada instante mais desconectado da realidade que se apresenta.
Olho para os canais de TV e tudo continua exatamente como dantes, afinal, Bolsonaro e seus contínuos deslizes são o foco principal, depois, bem depois, vem qualquer interesse maior sobre a Pandemia, além de mostrar o número de mortos e a inconsequência das pessoas, como se, precisar trabalhar, enfrentando ônibus, trens e metrôs lotados, fossem seus sonhos de consumo.
Nas redes sociais, observem que as pessoas estão menos participantes, talvez como eu, também enfaradas de ouvir as mesmices de sempre. Volta Lula, Fora Bolsonaro, como se nada mais importasse que falar em uma democracia que sequer sabem como verdadeiramente deveria ser, afinal, num país, onde o povo desconhece a própria cidadania, falar que defende a democracia é surreal.
Depois, a mídia em geral, mostra os inconsequentes que vão caminhar nas orlas, mergulhar nas praias, ir ao shopping com a família e até mesmo a uma carreata política, esquecendo e nos fazendo querer esquecer que o responsável por tudo isso é tão somente o sistema hipócrita que todos nós estamos inseridos e que nós mesmos criamos e alimentamos com a nossa sempre presente estupidez.
Penso em mim e me vejo viajando em plena pandemia. Logo eu, que faço parte do “grupo de risco”, senhora sensata e de bons costumes.
Mas aí, justifico-me pensando no meu dia a dia e nos riscos que corro e que não são menores, além de que ninguém de verdade tem consciência, como ir ao supermercado, por exemplo, ou sentir-me solitária e depressiva por estar isolada sem calor humano que me estimule e me faça bem, justo nesta idade onde as carências afloram mais sensivelmente.
Putz, os filmes estão velhos, precisando de renovação na Netflix, a globo é aquela chatice repetitiva de fora Bolsonaro, de catar cada espirro do capitão e fazendo dele uma tempestade, enquanto de um modo geral, o país está andando sem maiores atropelos.
Os outros canais, nos mancham por todo o tempo com o sangue das desgraceiras urbanas; e as novelas, meu Deus, sem comentários.
E fora isso, ainda estamos às vésperas das eleições, onde, de todas as tocas deste país de meu Deus, surgem os coelhos salvadores, fazendo mil promessas que raramente cumprem se eleitos.
Então, só mesmo correndo mais um risco ao buscar um ar fresco, para não sucumbir ao tédio, afinal, se faço parte do grupo de risco, preciso me cuidar.
Talvez eu esteja de saco cheio e enfarada da dissimulação social, coisas da idade, não é mesmo, jovens descolados?



sábado, 27 de junho de 2020

sexta-feira, 26 de junho de 2020

PODE SIM...



São cinco horas da manhã e a escuridão lá fora está enorme, também por aqui a internet falha, numa constante exploração do grau de paciência de quem já se encontra acordado e precisa ou deseja estar online.
Nesta madrugada, o frio se faz presente como um invasor que transpassa as vestimentas e se instala nos ossos, causando arrepios internos.
Saudades da minha Itaparica de águas mornas e amanheceres aquecidos.
Rodando pelo nosso Brasil como em tantas e tantas outras vezes, o fiz, indo do sul ao norte, ainda me surpreendo com as infinitas modificações que vejo ter acontecido ao longo do tempo e aí, baixa em meu coração um profundo desalento por ver o meu, o nosso pedaço de paraíso pelo menos a quase vinte anos estatizado nos mesmos problemas que conformados dizemos serem “históricos”.
Não há palavras que expliquem o que sinto em relação aos gestores executivos e legislativos, quando, vejo-os tentando justificar suas inoperâncias ou chalreando seus minguados feitos, afinal, eles viajam e assim como eu, enxergam a enorme distância existente em termos de qualidade de vida do povo em todos os setores sociais.
Sabem que poderiam e deveriam direcionar mais adequadamente os recursos públicos, afim de colocar a cidade e seu povo numa rota de desenvolvimento minimamente aceitável, mas não o fazem e isso, machuca a todo aquele que consegue enxergar o mais além.
Vejo como um ciclo vicioso ininterrupto que flagela material e emocionalmente cada cidadão, mantendo-o por todo tempo, escravo de um falso e ao mesmo tempo, consolador determinismo do “sempre foi assim.”
Dei-me ao trabalho de buscar as receitas do FTM de outras cidades com o mesmo número de habitantes e as mesmas extensões territoriais e algumas, bem distantes das suas respectivas capitais, o que não é o nosso caso, assim como incluindo o extra correspondente aos royalties que recebemos religiosamente a cada mês.
Pasmem, pois, todas se expandiram economicamente, visualmente e criaram para si, mecanismos educacionais que favorecem a todo o conjunto social, levando-me a sentir uma dolorosa tristeza e ao mesmo tempo raiva pelo despudorado cinismo em levar o povo a acreditar que como gestores eficientes, pensam e cuidam da cidade, numa maldosa sequência de desculpas, oferecendo migalhas e alterando silenciosamente, geração após geração, o bendito senso de pertencimento, fazendo os cidadãos acreditarem que a vida é assim no Brasil e que nada pode mudar verdadeiramente.
Pode mudar sim, exemplos não faltam, pois,  só não existiram mudanças aonde o cárcere do progresso se instalou, através da manutenção de um sistema atrasado, arcaico e viciado de administrar o erário público, fracionando-o em favoritismos de infinitas naturezas, fazendo dele caminhos políticos e pessoais ou experimentos desqualificados, onde o povo é apenas um espectador sofrido.


domingo, 21 de junho de 2020

ERROS PRIMÁRIOS



Pois é, nesta manhã de domingo, logo cedo pude constatar o quanto, neste mundo de meu Deus em que as pessoas estão a cada dia mais individualistas, ainda existam algumas que se chocam com as grosserias que são proferidas à outras, sem qualquer senso de lógica que as justifiquem.
Só por esta razão, posso garantir que a vida permanece maravilhosa e que “tudo vale a pena, se a alma não for pequena”, já garantia na imortalidade de sua genialidade o ilustre poeta Fernando Pessoa.
Bem esta introdução, não poderia deixar de existir, mas, o teor de minhas observações matinais, é referente aos erros primários que venho observando ao longo de minha vida em relação aos políticos que os cometem, sistematicamente, quando o óbvio da garantia consistente de seus sucessos reside exatamente naquela parcela do povo que o elegeu e em parte daquela outra que por ele não optou.
Já perdi a conta de quantas vezes, em minha vida,  escrevi sobre essa questão, assim como esgoelei-me infinitas vezes nas ondas sonoras da inesquecível Rádio Tupinambá FM, meio único de adentramento diário nos lares e comércios itaparicanos, mas que pouco foi considerado pelos políticos atuantes locais, até porque, para a maioria deles, eu era apenas uma abusada metida a conhecer a cidade e seu jeito de pensar e agir.
Pois é... Nos quase 20 anos em que por aqui resido e trabalho, venho acompanhando as sucessivas eleições, os ganhos e perdas dos “entendidos” políticos locais e no quanto, precisam investir em todos os níveis para se elegerem, sem esquecer que, até o momento, não aconteceram reeleições; e a pergunta que fica, é:
-por que?
Cláudio Neves não disputou, mas também não fez seu sucessor.
Vicente Gonçalves, renunciou, abrindo espaço para Raimundo da Hora se tornar prefeito por um ano.
Legalmente se reelegeu, mas na prática foi uma continuidade.


Agora, o ganho conquistado fraciona-se, precisando começar tudo de novo, contando com, digamos, apenas menos de dois terços do sucesso inicial e tendo que negociar vergonhosamente com os inimigos do passado e, trazendo para si, lideranças que dantes eram rejeitadas por serem “pouco honestas” ou nada confiáveis.
Esta incoerência comportamental que ao candidato e seus aliados próximos é apenas um detalhe, para o povo que observa, mesmo sendo simples e pouco estudado, é uma vergonha inaceitável.
Pois é, aquele povo que estaria louvando o seu herói ou heroína, de repente, se sente mais uma vez enganado, isso, sem esquecer que durante três anos e alguns meses, ficou encostado como sapato usado no guarda-roupa, para voltar a ser manipulado nas próximas chuvas (digo. Eleições).
E aí, seis meses antes do pleito, o candidato passa vez por outra uma graxa para disfarçar o embaçado do abandono, o que até pode funcionar, mas na maioria das vezes é tarde, justo porque, o mofo se instalou e o tesão de ser calçado outra vez se acabou.
Povo é para ser acarinhado, ouvido, abraçado, para se sentir presente, parceiro constante nesta breve caminhada.

sábado, 20 de junho de 2020

NÃO POSSO PERDER ESSE EMPREGO...



Numa cidade pequena, fico imaginando a agonia por que passam os contratados da prefeitura, no finalzinho dos mandatos.
Mil inseguranças só em pensar da gestão não ser reeleita.
Ainda me lembro nas eleições passadas, as situações angustiantes daqueles que não conseguiram, mesmo sendo bons funcionários, ser recontratados pelo novo gestor e, ainda em muitos casos, ver seu posto de trabalho ser ocupado por indicações políticas sem maiores qualificações, geralmente pessoas de outras cidades.
Pensando nisso é que parabenizo o pré-candidato Zezinho em suas declarações na live do dia 19 de junho de 2020, onde afirma que aproveitará todo funcionário cuja função esteja sendo cumprida com honradez e profissionalismo, quebrando um costume malvado de dispensar chefes de família qualificados, a fim de pagar votos com empregos.
Falamos muito em liberdade, mas somos sempre os primeiros a não reconhecer de pronto, quando a mesma nos é tirada, fazendo de nós, escravos de um sistema feio e mentiroso que oprime sem pedir licença.



sexta-feira, 19 de junho de 2020

FEMINISTAS, CADÊ VOCÊS?...



Estou desde ontem, tão logo o sr. Fabrício Queiroz  foi preso, imaginem vocês, na cidade de Atibaia, lá pertinho do sítio que nunca foi de Lula, mas que tem tudo dele lá dentro, que procura-se desesperadamente a mulher do  QUEIROZ , criminosa tão perigosa, quanto o próprio marido, e que agora, por não ter sido encontrada, é fugitiva da seríssima, honesta e competente justiça brasileira.
Enquanto isso, a Globo News e a CNN, com seus helicópteros, carros e um batalhão de repórteres, sobrevoam os trajetos percorridos pelo maior criminoso de migalhas do país e repete as cenas impactantes do ato da prisão, até a ida rapidinha do mesmo ao banheiro, 343 mil vezes para saturação do saco de qualquer telespectador, fazendo-nos sentir até saudades dos boletins das mortes do COVID 19, onde mostravam as covas paulistanas, num sadismo assustador.
Bem, esse tre-lê-lê todo é para ressaltar que a senhora Marcia Aguiar, mal falada esposa do Queiroz, passou a ser apenas a “mulher do Queiróz”, sem lenço e sem documento, sem portanto, identidade de pessoa, tem sido assim tratada sem qualquer consideração por parte   das feministas, ativistas, sempre prontas a defender as causas dos oprimidos, minorias sofridas por um sistema machista e, vejam, até a globo com os seus impecáveis comentaristas acima de qualquer suspeita, se esqueceu deste detalhe, mas eu, não.
E aí, fico pensando; será que se esqueceram ou sequer consideraram, justo pela referida senhora ser branca?
Bem, deixo a dúvida para ser refletida, afinal, a Márcia Aguiar, mulher do Queiroz, tem nome e sobrenome e apesar de bonitona, loura (pintada ou não) e hétero, ainda é uma pessoa e o que não desejamos para nós, deveríamos evitar aos outros, não é certo?
Falamos tanto sobre a constante violência contra a mulher, que não podemos ser cúmplices desta agressão pública a alguém, seja ela, até mesmo, Márcia Aguiar, mulher do Queiroz.
Mas afinal, cadê a Márcia Aguiar, mulher do Queiroz?
Chamem o FBI!...
E aonde estão os demais envolvidos na roubalheira da ALERJ que foram identificados no mesmo processo?
Teve neguinho que desviou 20 milhões...
E agora, só vale pegar a Marcia, mulher do Queiroz?

MUDANDO O “ESPÍRITO DA COISA”.



Sempre foi assim dona Regina...
Retórica cansativa e maldosa que nos mantém refém da mesmice e que é alimentada pelos entendidos de política e profundos conhecedores do jeito de ser e pensar do eleitor itaparicano.
Nesta época de pré-campanha, os coveiros ficam excitados na esperança de ganhar gorjetas gordas e começam a abrir covas, num desenterro simultâneo de defuntos, nas esquinas, nas lives em suas infinitas liberdades de expressão.
No entanto, cabe a nós, eleitores de plantão, neste pleito eleitoral, mudarmos as regras do jogo, criando um embaralhar de cartas que seja mais expressivamente transparente, evitando assim, que velhos coringas voltem a nos confundir.
O que desejo frisar é que devemos evitar as costumeiras perdas de tempo, ouvindo ou lendo aqueles candidatos ou apoiadores que há muito deixaram claro pelas suas posturas diárias, que nada tinham verdadeiramente a oferecer, além de muitas conversas fiadas, retóricas que até já decoramos e comportamentos tão repetitivos que já não fazem mais sentido, nesta era de transformações instantâneas.
Vejamos, portanto, alguns tipinhos, velhas raposas de galinheiro que sucessivamente se reelegem  e tudo que fizeram foi, festinhas de largo, tirar fotos e fazer discursos em datas históricas (de preferência ao lado de alguma autoridade), criar associações nas vésperas das eleições e, depois, deixá-las à mingua, quando não morrem, fazer indicação para calçamentos de ruas, criação de pracinhas, elogiar ou criticar a gestão (preferivelmente secretários, deixando claro que o gestor não tem conhecimento)  ou algum representante de associação presente, arrancando palmas dos gatos pingados que por lá se encontram, repetindo monotonamente as mesmas posturas do mandato anterior.
Sem falar dos novatos calados que passam quatro anos, medindo palavras e atitudes, buscando manter as bundinhas nas suas cadeiras e fazendo reconhecimento do terreno conquistado, agradecendo a Deus o salário (que em outra situação, jamais conseguiriam), além de sentirem orgulho por ter se tornado autoridade.
A maioria, sequer tem noção do que está fazendo por lá e tentam comicamente seguir os passos dos pares (suas Excelências) vitoriosos que mandato após mandato, conseguem se eleger, assim como não podemos esquecer daqueles que acham que vereador é para atender pessoalmente serviços médicos e forenses de assistência social, afinal, precisam mostrar serviço, nem que seja no seu reduto eleitoral.
Enquanto isso, os mais espertos negociam junto aos representantes do executivo as suas fidelidades, mas acima de tudo as suas inoperâncias.
 E tudo permanece como dantes no Quartel de Abrantes.
Ser da bancada do governo, não pode ser sinônimo de inércia, cegueira e servilismo.
Precisamos mudar este filme que está velho e corroído pelas traças da mesmice. Só depende de nós.
“É mentira Terta?”


terça-feira, 16 de junho de 2020

ALIANÇAS POLÍTICAS



O motivo de eu estar  escrevendo nesta manhã de junho é porque estou me sentindo como cega em meio a um tiroteio, e não acho certo, uma vez que, diariamente, escrevo e tenho certeza de que meus textos de alguma forma colaboram para uma  dinâmica  avaliativa, todavia, assim como qualquer pessoa, não gosto de ser feita de boba e de me sentir joguete nas mãos de meia dúzia que detém o poder em Itaparica.
Ouço as lives e, sinceramente, tem limites até mesmo em relação às próximas eleições, pois, tudo que observo é um constante uso das palavras de forma generalizada, não havendo qualquer maior intenção de esclarecimentos à população, pois, escamoteiam-se situações, colorindo uma pílula há muito vencida, na certeza absoluta de que nós, aflitos doentes, as tomaremos de qualquer jeito.
Não estou sentindo firmeza nas alianças políticas e fico me perguntando, que merda é essa, onde os interesses do povo é o que menos importa.
Dirão os entendidos que estes fatos são os acordos normais e habituais que ocorrem nas pé-campanhas e que até a convenção tudo se definirá, mas a pergunta que fica é:
- Definirá para benefício de quem?
A história atávica do desenvolvimento em todos os setores da cidade é o retrato fiel destes acordos engendrados simbioticamente a cada eleição, onde meia dúzia, faz de suas vidas ascensão financeira e social, quando, além disso, alguns, ainda acrescentam prestígios além Baia de Todos os Santos, ampliando riquezas e títulos.
E nós, continuamos entre desculpas e acusações por longos quatro anos que se sucedem infinitamente, mergulhados em um atraso vergonhoso e indigno.
Políticos se atacam mutuamente, crendo que somos otários, quando, no submundo do poder, negociam seus interesses e conveniências, maculando o único sentido democrático que deveria ser o norte de qualquer pretenso defensor do verdadeiro bem-comum.
Escrevo sobre um contexto repetitivo, gasto e corroído e que ainda recebe apoio das lideranças, pois, também passa a ser o desejo latente de cada uma delas, atingir o nível sonhado de pertencer a uma elite mofada, mas que rende frutos e benécias mil.
O povo, este, segue como manada aos estalos dos chicotes dos boiadeiros, cavaleiros treinados e resistentes ao longo da jornada.
E quando a astúcia não vence, o saco de cimento, as telhas, a caixa de cerveja e a merenda soam mais fortes, convencendo aos incautos a esperarem os próximos quatro anos.


segunda-feira, 15 de junho de 2020

Minha versão do poema “meus oito anos” de Casimiro de Abreu.


Oh! Que saudades que tenho
daquele tempo não distante
Em que feliz eu respeitava
os líderes de minha pátria,
.
Que orgulho, que exemplos, nos eram
Da infância a idade adulta
Com seus portes elegantes
E maneirismos altivos
Que nos faziam, sonhar em copiá-los um dia
Fazendo de nós aprendizes de modelos especiais.
Sabia que não eram perfeitos
Mas quem o é, não é verdade?
Mas segura eu me sentia
Por tê-los em minha pátria.
Que bom por já ter vivido
Num tempo de muito orgulho
De uma pátria muito amada
Com valores e tradições.
Onde caminhar era seguro,
Namorar nem é bom pensar,
Nas tardes e noites estreladas
De um tempo que se findou.
Lembro saudosa das calçadas
E das brincadeiras ingênuas
Dos beijos dados as escondidas
Tendo o céu por testemunha
E o suor como expressão
De um tempo que não foi sonho,
História ou conto de fadas.
Pois foi no Brasil de um outrora
Que o tempo corrido sufocou.
Oh! que saudades que eu tenho
Do Juiz e do delegado.
do político e do padre
Não esquecendo dos médicos.
Orgulhos de todos nós
Ricas figuras públicas
que me serviram de modelos.
OH! Dias de um passado
Das estações que se alternavam
Fazendo-nos enxergar a vida
Sem tantos julgos, sem tantos males.

TEORIA DA CONSPIRAÇÃO


"A ideia é que nem tudo é o que parece, e que existe uma camada escondida na realidade, o que dá abertura para teorias da conspiração"
Para quem cria e acompanha teorias da conspiração, a história oficial pode ser rejeitada para dar abertura à novas hipóteses.
"Para eles, acidentes nunca são acidentes, democracia é uma ilusão".
Existem algumas características comuns entre pessoas que acompanham teorias da conspiração. No geral, elas tendem a rejeitar a ideia de meros acidentes, preferindo acreditar que as coisas acontecem por um motivo.
"Existem motivações diferentes para cada teoria, e algumas são mais plausíveis do que as outras", todavia, nossos cérebros estão sempre buscando forma de unir os pontos. "Sem contar que é muito mais divertido”.
Bem, após buscar no google explicações, digamos, psicológicas para as teorias políticas que tenho lido e escutado nos últimos meses, chego à conclusão que realmente o melhor e mais divertido nas campanhas políticas são as suposições mentais, expressadas nos infinitos achismos a depender do candidato que as motiva.
Hoje, logo cedinho, ouvi um áudio que publicaram, aonde a protagonista é a atual prefeita de Itaparica e que supostamente foi vazada por uma marlyldete traidora.
Impactante a indução de convencimento que de tão bem colocada e comentada, leva ao desavisado a acreditar tratar-se de um enorme absurdo.
Vejamos então, a única realidade possível de ser ouvida.
1- É notório o fato de que existe uma pré-campanha política em andamento.
2- A maioria dos candidatos está fazendo suas campanhas internas com seus apoiadores.
3- Lembrar aos apoiadores que devem partir para cima dos concorrentes é a base primeira das motivações partidárias.
4- O fato de o candidato estar tentando uma reeleição é constitucional e é dado a ele o direito de usar seus atributos de defesa e ataques partidários, inclusive, lembrando aos seus seguidores as possíveis perdas que sofrerão em caso de derrota.
5- Este chamamento não é antiético e muito menos condenável, afinal, ele está em campanha eleitoral tanto quanto qualquer outro candidato e precisa arregimentar e motivar os seus aliados em favor da vitória.
6- Em contrapartida, também é lícito ao concorrente, desviar as intenções dele, a fim de denegrir atos e palavras num descredenciamento contínuo.
Portanto, de um lado como do outro, as flechas são enviadas com suas pontas em brasas, objetivando enfraquecer o adversário, criando-se, especialmente, as teorias das conspirações que, em sua maioria, encobrem ou desviam a realidade do fato em si, justo por ser absolutamente óbvio de estar acontecendo.
Por favor, não sou contra e nem a favor, apenas como cronista, olho, observo e comento, e nesse caso específico, sorrio, pois, burra é tudo que a atual gestão não é, talvez, preocupada e ansiosa, o que também é compreensível, afinal, quem quer ceder o trono o seu trono de poder?
Capiche?
Andrea Pries, J

sábado, 13 de junho de 2020

JUNHO DE MUITA AFETIVIDADE.



De todos os meses do ano, junho sempre foi o meu favorito, pois, foi através dele, que retive em minha mente, as mais singelas e preciosas lembranças da minha infância e adolescência.
Mês de festas e folguedos, de arraiais e guloseimas, mês dos santos e das bandeirolas que colorem o imaginário.
Ainda me lembro, já faz tanto tempo, da animação de minha mãe que junto a algumas vizinhas, organizava as festas, enfeitando a rua, motivando a todos nós.
Era bom vê-la por horas, no quintal lá de casa, colando no barbante, as intermináveis bandeirinhas com a grossa cola de farinha, movimentando a garotada, numa tarefa inesquecível.
Época das sanfonas e de muita religiosidade, das batatas doces e dos bolos de milho, dos chapéus de palha e dos vestidos xadrezes, esbanjando colorido nas danças das quadrilhas.
Saudades daquele tempo em que, arisca, provava do quentão às escondidas, entre a canjica e o milho verde, enquanto, a fogueira com suas brasas estalantes, tão somente, esquentava meu coração de menina...
Sonhava vestir-me de noiva, no casório do arraial, por um único momento, numa noite de são João, mas foi no dia de São Pedro, que finalmente, o vesti.
Lá se vão 52 anos de grandes e profundas emoções pois, os fogos que por lá estouraram, cobrindo o céu de mil estrelas, coloriram também o meu rosto, minha alma e minha vida.
Viva Santo Antônio, Viva São João, Viva São Pedro, viva o bendito mês de junho, viva os sonhos de todos nós.
Que neste junho atípico de doenças e muitas mortes, sejamos capazes de rogar à Deus, um pouco mais de humanidade.

quinta-feira, 11 de junho de 2020

DE REPENTE...



As madrugadas são altamente reveladoras, tanto das almas quanto, das posturas humanas e, para um observador atento, será sempre um prato farto a ser degustado.
E no caso, refiro-me especificamente ao processo político em ano eleitoral, onde os tatus saem de seus buracos confortáveis e seguros e, a princípio muito discretamente, vão deixando aparecer parte de seus focinhos, numa espécie de inspeção geral do terreno à sua volta e aos poucos, muito cautelosamente, vão deixando-se aparecer e, até mesmo, já não ligando mais sequer com os demais animais, que por sua vez, saem com o mesmo propósito.
De repente, o externo que sequer enxergavam, torna-se sua bandeira de batalha diária, saltando buracos, vencendo demandas, tão somente para se fazerem notados.
Onde estavam durante 3 anos que não foram vistos ou sequer ouvidos?
De repente, tornam-se os salvadores dos fracos e oprimidos, e o pior disso tudo, é que esta artimanha descarada e mentirosa tornou-se uma simbiose contínua desde que surgiu a democracia.
Os tatus saem dos seus esconderijos e, muitos deles até de outras paragens, vão entrando em cena num variado convencimento teatral, e nós, bobalhões de plantão, até acreditamos que irão nos salvar com a comédia mambembe, da nossa realidade cruel.
E aí, se não bastasse toda esta desfaçatez, ainda existem aqueles ainda mais convincentes, que apesar de nada fazerem depois de eleitos, se eternizam no engodo de infinitos mandatos, não se dando ao trabalho sequer de renovarem-se a cada eleição, num continuísmo causticante, digno de um povo tabaréu.
Eles fingem que se manterão em cartaz nos fazendo felizes e, nós, fingimos que eles atuaram por longos e dolorosos três anos, onde a lama, o lixo e o abandono são os cenários principais.

segunda-feira, 8 de junho de 2020

Deus!!! Eu amei...

Certa feita, ensaiei falar um pouquinho deste entendimento em sala de aula na faculdade e quase apanhei. Até meu marido depois, me disse: Você pensa assim, porque não não é preta. E eu até em princípio concordei, no entanto, são tantos os exemplos na história da humanidade de pretos vitoriosos em seus projetos pessoais e tantos mais que conheci numa época sem cotas e sem manifestações públicas que voltei a convicção de que viver este sistema social viciado, corrupto e hipócrita é dificílimo para pretos como para brancos e que ficar se vitimizando por um passado cruel e inominável e um presente repleto de restrições, não pode e não deve ser limitador dos projetos pessoais de quem quer que seja.
Afinal, ser pobre, anônimo, Gay, lésbica ou seja lá o que você representar como pessoa humana, só perpetua os preconceitos, se alguém se curva perante as dificuldades, abrindo espaço para o separatismo de todos os níveis que incentivam a violência e mais caos social.
A professora doutora em filosofia que aliciava a turma contra os brancos, era incrivelmente negra e tinha na época um salário compatível com suas qualificações.
E aí, eu perguntei:
Como a senhora chegou até aqui, sendo de família preta e pobre e sem ter tido cotas governamentais ou ajuda de qualquer natureza?
Ela me lançou um olhar furioso e respondeu:
Foquei nos meus objetivos e não me intimidei.
Respondi:
Exatamente isso, professora que acabo de argumentar, a senhora sabia que tinha potencial e correu atrás, ao invés de ficar sentada se lamentando e alimentando ódio por uma elite, rica e letrada.





Wesley Ros

PRETOS olham para o pára-brisa
NEGROS olha para o retrovisor
PRETOS irão amar e elogiar
NEGROS irão odiar e criticar
PRETO É gente
NEGRO é raça?? Não, a raça se chama HUMANA... negro é vítima, ativistas e racistas
É só ler os comentários e descobrirão quem é PRETO e quem é NEGRO... bora lá ler?

POR UM LUGAR AO SOL



As redes sociais para quem gosta de estudar a psicologia da alma humana constituem sem dúvida uma “disciplina pedagógica” intensiva e esclarecedora,  mantendo as aparentes distâncias e os supostos anonimatos garantem, como drogas estimuladoras, visões fantasiosas de uma liberdade que não é real, abrindo falsas janelas, onde cada criatura projeta em painéis pessoais a essência transparente de si mesmo,  numa constante realidade visível aos demais.
Antes delas existirem, minhas pesquisas se centravam na sempre paixão pelas biografias, forma escancarada de narrativa que mesmo sendo manipulada ao estilo do escritor, reserva em si as características mais acentuadas e repetitivas do narrado, expondo seus cotidianos.
Outra forma eram as reportagens policiais que, seguindo as mesmas regras sensacionalistas dos títulos chamativos e dos exageros emocionais, trazem indiscutivelmente a infinita capacidade humana em deixar aflorar por variadas motivações a sua incapacidade cognitiva em integrar à sua realidade ao tudo mais, precisando continuamente criar um mundo pessoal paralelo, onde só ele, verdadeiramente importa.
Comparando os meios de participação individual interativa com o coletivo, as redes sociais, ganharam espaço e simpatia de forma indiscriminada, justo, porque descortina uma variante imensa de opções, além de permitir a cada pessoa um certo lugar ao sol que, fora dela, praticamente não existe.
Daí, o estonteante volume de bizarrices das mais variadas expressões que encontram adeptos fiéis e apaixonados, levando a cada um, um pouco ou muito do que gostaria de ser, num cruzamento de afinidades surreais, levando-me  também à conclusão que a solidão foi e continua sendo o vazio mais presente, como um silencioso e incômodo hiato, no cotidiano da alma de todos nós.
Explicação plausível para o determinismo extremista que se apresenta, onde o que eu penso ou acho é o que verdadeiramente importa, criando-se divisões de todas as naturezas, numa parafernália multifacetada de verdades que intensificam o maldito separatismo, expressão máxima da estupidez humana.


domingo, 7 de junho de 2020

Conclusão


“E no passo a passo da entrega, do aprendizado e dos infinitos ganhos no cotidiano, seguimos a jornada de vida e liberdade”.

sábado, 6 de junho de 2020

OUVINDO O UNIVERSO


Enquanto, aprecio a copa frondosa da mangueira,
uma voz doce, sussurra em meus ouvidos.
“Oras ao vazio, na busca incessante de um Deus salvador, que se molda ao gosto daqueles que dele se servem, como escudo ou abre-alas.
E quando, finalmente acordas da letargia da simbiose profética e te entregas ao confiável, belo e regenerador caminho da redenção, fazes das estrelas os paetês, das nuvens as pomposas plumas e dos reflexos prateados marinhos, a belas caudas de teu traje de rainha”.
Jesus toma conta, pois, neste entardecer, sinto-me abraçada por este universo bendito.
06/06/2020- Itaparica


REFLETINDO

Neste amanhecer de sábado, abri o face e lá estava uma reflexão de uma pessoa que reconheço como importante, não pelo cargo que possui ou pelas riquezas materiais que possa ostentar, mas pelo histórico de vida, pela integridade moral e ética e pela busca constante do aperfeiçoamento intelectual.
Penso que nascemos como páginas em branco de um caderno, variando tão somente, na espessura de cada folha que nos produziu, que ficam permanentemente como pano de fundo ou como expressão marcante, capaz de suplantar ou sufocar a qualidade da caligrafia ou das palavras ali deitadas, caso não venhamos a perceber que está em nossas mãos, mantê-las apenas, como berço seguro da nossa história, que escrevemos a cada instante.
Tal como ele, faço pausas e reflito. Coloco pontos, virgulas e reticências, mas logo adiante, sigo escrevendo, pois, compreendo que não me cabe parar.

Homenagem de Júnior Guimarães



Minha Doce velha e, amada amiga Regina Carvalho, o que falar de uma pessoa tão Maravilhosa e humana igual a você .Eu daria tudo para chegar a sua idade com tamanha lucidez, inteligência e com a facilidade q você tem com as palavras , você sabe usar cada uma delas , de tal forma a atingir e tocar cada alma humana .. Nem minhas formações e nem meu mestrado em Lisboa/Portugal chega perto da sua inteligência, quero ter novamente a oportunidade de aprender cada dia mais com você e seu magnífico Marido senhor Roberto, que se diga de passagem é outra pessoa sensacional. Quero q você saiba q as portas da minha casa e meu coração estão abertos para te receber a hora que você quiser e, você sabe onde me achar. Te desejo muitos e muitos anos de vida , minha LINDA VELHA COM ALMA DE UMA JOVEM DE 15 ANOS DE IDADE.🌹🌹🌹🌹🌹❤❤❤❤❤❤❤
AMIZADE:
É sentir o carinho
É ouvir o chamado
É saber o momento
de ficar calado
Amizade é somar alegrias,
dividir tristezas.
É respeitar o espaço
silenciar o segredo.
É a certeza
da mão estendida.
A cumplicidade que
não se explica,
apenas se vive. TE AMO.❤❤❤❤❤❤❤❤❤❤❤❤❤❤❤
Oferecido no facebook no dia 04 de junho de 2020.

quarta-feira, 3 de junho de 2020

REFLEXÃO DO DIA



Estou aqui pensando que não se trata de fugir, se isolar como uma frágil borboleta, mas de compreender a inutilidade de qualquer tipo de confronto.
As brisas de qualquer origem, oriundas do movimento do universo, são sempre mais eficazes que os ventos fortes que, geralmente assustam e até mesmo, destroem pelos caminhos por onde passam.
Sejamos por todo tempo a brisa que é capaz de produzir conforto e paz, e deixemos os ventos fortes para todo aquele que, precisa destruir para ser notado.
Por acaso, ouves falar das brisas como dos ventos fortes?
Todavia, ouves e sentes os carinhos de amparo e os sorrisos de satisfação, por seres tão somente, uma agradável brisa, constante em suas vidas.
“As brisas refrescam, os ventos incomodam”
Portanto, não devemos associar as nossas benditas brisas às tempestades alheias.

ESPLENDIDO GOZO

De onde surgiu o meu improviso, não sei precisar, mas, com certeza, sempre foi a minha mais autêntica realidade, custando-me em algumas ocas...