quinta-feira, 9 de janeiro de 2020

MELANCÓLICO



Maravilha, quando livres de amores partidários, ideologias ou idolatrias somos capazes de enxergar bem além das aparências.
Maravilha também é o direito maior de expressar escolhas num processo que chamamos de democrático.
Maravilha seria que tais escolhas estivessem menos contaminadas pela força brutal da necessidade de sobrevivência que, infelizmente, turva inexoravelmente toda e qualquer visão de ética e moral públicas, isso sem esquecer o apagamento geral que se produz em relação ao certo e ao errado nas posturas dos governantes.
Maravilha seria que todos fossem livres e autônomos o suficiente para exercer suas democráticas escolhas, sem o peso da imensa falta de opções de trabalho e educação.
Ontem, fui capaz de perceber a negação absurda e cruel de um pequeno aglomerado de desesperados sorridentes, gritando sob o céu de brigadeiro sua insegurança diante de um futuro que está logo ali, em outubro próximo.
Esta cena se repete a cada quatro anos, mas nunca, como ontem, me pareceu tão melancólica.
E aí, lembro-me do exemplo do PT, que recebeu todas as glórias e oportunidades que a bendita democracia ofereceu por anos a fio, no entanto, preferiu optar pelas oligarquias da pressa e do engano, disfarçando com sorrisos, agrados baratos e apelos divinos, suas tiranias, numa cópia velha e desgastada dos senhores feudais dos tempos remotos.
Que diriam Platão, Aristóteles e tantos outros pensadores desta política contemporânea?
Maravilha seria ter-se uma real democracia. Mas como, se não há educação?


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