Se tem
expressões que sempre me incomodam, justo porque são injustas, pois carecem de
fundamentos e ainda são capazes de denegrir sem causa provável, são os tais,
dizem, disseram, eu acho e outras que fazem a representação da fofoca, do boato
e principalmente da inconsequência, que mantém acesa a chama da hipocrisia.
Aliás, a
hipocrisia sempre norteou os relacionamentos sociais e políticos e,
ultimamente, é a tônica de todas as argumentações fracas e perniciosas. Vejam,
por exemplo, os cargos ou contratações de quaisquer naturezas que estejam
envolvidos parentes dos políticos. Observem e perguntem a si próprios, se ao se
elegerem para algum cargo, deixariam de privilegiar os mais próximos?
O problema,
não é o parentesco ou a profunda amizade e sim o escamoteamento da verdade,
travestida de faturamentos falsos, licitações enganosas, laranjeiras férteis
que desmoralizam a situação em si e nos levando a gritar por uma ética pública
e cidadã que nunca verdadeiramente fomos capazes de imprimir em nossas vidas,
mas que adoramos cobrar sem qualquer fundamento ou disciplina, quanto ao
esclarecimento.
Se o parente
tem competência, por quê não?
Todavia,
compreendo que o simples fato, implicaria numa correção postural que,
infelizmente, está para nascer em
qualquer político, assim como dificilmente surge um cidadão que seja capaz de
investigar e provar o delito, restando-nos tão somente, o disseram isso ou
aquilo, num dano moral que em nada evitou os mal feitos e os nepotismos
escandalosos.
Vejam bem,
uma população inteirinha, repleta de juristas, professores, médicos e
dentistas, jovens estudantes e etc., é incapaz de formar comissões de cobranças
junto às câmaras de vereadores e, até mesmo, de forma independente,
fiscalizadores das contas públicas, levando o executivo e o legislativo a
pisarem leve em seus desmandos mais que conhecidos, pois estariam sabedores das
ações públicas de fiscalizações sérias.
Mas essa
mesma população, conta somente em épocas eleitorais com os tradicionais “achistas”
que são capazes de matar ou morrer, acusando sem provas, e de idólatras
convictos de que precisam preservar seus empregos ou amizade por mais quatro
anos, numa inconsequência própria de uma sociedade atrasada e medíocre em
relação ao conhecimento da ética pública e, infelizmente, pessoal, mantendo
viva a desgraçada hipocrisia, mãe sem juízo e impiedosa da mentira e do engodo
social.
Precisamos
aprender a separar o joio do trigo; talvez o consigamos em algum tempo futuro,
por que no momento, tudo que possuímos é a certeza absoluta que somos um
povinho atávico, metido a besta e burros que vê, moços(as) sendo eleitos comendo sardinha em sua própria
casa e, depois, o vemos charlando e lambendo os pratos de robalo ao molho de
camarão, pagos por cada um de nós, e ainda os defendemos em troca de uns
trocados ou tapinhas nas costas a mais.
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