sexta-feira, 24 de janeiro de 2020

DIZEM...



Se tem expressões que sempre me incomodam, justo porque são injustas, pois carecem de fundamentos e ainda são capazes de denegrir sem causa provável, são os tais, dizem, disseram, eu acho e outras que fazem a representação da fofoca, do boato e principalmente da inconsequência, que mantém acesa a chama da hipocrisia.
Aliás, a hipocrisia sempre norteou os relacionamentos sociais e políticos e, ultimamente, é a tônica de todas as argumentações fracas e perniciosas. Vejam, por exemplo, os cargos ou contratações de quaisquer naturezas que estejam envolvidos parentes dos políticos. Observem e perguntem a si próprios, se ao se elegerem para algum cargo, deixariam de privilegiar os mais próximos?
O problema, não é o parentesco ou a profunda amizade e sim o escamoteamento da verdade, travestida de faturamentos falsos, licitações enganosas, laranjeiras férteis que desmoralizam a situação em si e nos levando a gritar por uma ética pública e cidadã que nunca verdadeiramente fomos capazes de imprimir em nossas vidas, mas que adoramos cobrar sem qualquer fundamento ou disciplina, quanto ao esclarecimento.
Se o parente tem competência, por quê não?
Todavia, compreendo que o simples fato, implicaria numa correção postural que, infelizmente, está para nascer  em qualquer político, assim como dificilmente surge um cidadão que seja capaz de investigar e provar o delito, restando-nos tão somente, o disseram isso ou aquilo, num dano moral que em nada evitou os mal feitos e os nepotismos escandalosos.
Vejam bem, uma população inteirinha, repleta de juristas, professores, médicos e dentistas, jovens estudantes e etc., é incapaz de formar comissões de cobranças junto às câmaras de vereadores e, até mesmo, de forma independente, fiscalizadores das contas públicas, levando o executivo e o legislativo a pisarem leve em seus desmandos mais que conhecidos, pois estariam sabedores das ações públicas de fiscalizações sérias.
Mas essa mesma população, conta somente em épocas eleitorais com os tradicionais “achistas” que são capazes de matar ou morrer, acusando sem provas, e de idólatras convictos de que precisam preservar seus empregos ou amizade por mais quatro anos, numa inconsequência própria de uma sociedade atrasada e medíocre em relação ao conhecimento da ética pública e, infelizmente, pessoal, mantendo viva a desgraçada hipocrisia, mãe sem juízo e impiedosa da mentira e do engodo social.
Precisamos aprender a separar o joio do trigo; talvez o consigamos em algum tempo futuro, por que no momento, tudo que possuímos é a certeza absoluta que somos um povinho atávico, metido a besta e burros que vê, moços(as)  sendo eleitos comendo sardinha em sua própria casa e, depois, o vemos charlando e lambendo os pratos de robalo ao molho de camarão, pagos por cada um de nós, e ainda os defendemos em troca de uns trocados ou tapinhas nas costas a mais.


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