Estou
pensando, depois de ler uma postagem de uma querida amiga que em viagem de
férias, foi mal servida num restaurante, respondo, que por aqui, não é muito
diferente, com raríssimas exceções.
Paga-se caro
por uma comida ou bebida que simplesmente é feita e servida, sem qualquer maior
apuro e conhecimento e sem nenhum serviço mínimo, como copos, pratos e talheres
que, geralmente, são de péssima qualidade, além de mesas e cadeiras velhas,
guarda-sóis rasgados ou desbotados e garçons sem um devido uniforme que os
identifique, assim como treinamento que os qualifiquem adequadamente, para as
infindáveis horas de serviço com sol à pino.
Se formos
aos raros restaurantes, novamente a displicência ou mesmo o amadorismo se
apresentam e quanto as comidas, mesmo sendo melhores que as oferecidas nas
barracas, ficam a desejar, novamente, com raras exceções.
Claro que
nós, que somos da casa, relevamos e nos adaptamos a situação que convenhamos é
caótica, até, por falta de opção, mas o turista, esse não perdoa e no mínimo,
não volta nunca mais.
O veranista,
na companhia da família, só mesmo sendo rico para bancar os preços altos e
então, sem qualquer maior atrativo, compra nos armazéns e produz em casa.
Alguns, que moram a beira-mar, são servidos pelos seus empregados nas areias,
lembrando-me os abastados do século 18 na europa.
E ainda tem
aqueles que trazem tudo ou quase tudo de Salvador, pois não precisam comprar
mercadorias de terceira, por preço de primeira, principalmente, legumes,
verduras e carne, novamente deixo claro que com raras exceções.
Acredito
como simples observadora que, empreender turismo em uma cidade, cujos atrativos
principais, são as praias e sua gastronomia, que identificar sua falhas, seja a
prioridade e em seguida, providenciar a capacitação, estimulando cursos de
aperfeiçoamento, criando formas de controle de qualidade, mas antes de tudo,
criar-se um padrão de qualificação a ser exigida, desde a higiene até, a
qualidade da apresentação do estabelecimento nos seus variados aspectos.
O poder
público e incentivador do implemento, deve ser acima de tudo, eficiente, para
que se garanta a continuidade do padrão de qualidade.
A
fiscalização é fundamental, pois cria uma obrigatoriedade que aos poucos, vai
se tornando norma de conduta do comerciante em relação aos seus clientes, seu
estabelecimento e sua cidade.
As promoções
de eventos, inseridas no calendário festivo da cidade, garantida pela
Prefeitura, estimula e oferece apoio direto o ano inteiro, fomentando assim,
períodos de natural ostracismo no volume de visitantes.
Detalhes
como limpeza das praias e da cidade como um todo, criação de praças, instalação
de banheiros públicos, arborização, descartes de lixo devidamente instalados
nos pontos de maior fluxo de pessoas, vigilância fardada que inspire maior
segurança, através dos Guardas-Municipais, assim como, estimular as visitações
com uma busca constante, atuando junto as agências de turismo, sites e
propagandas em mídias nacionais e internacionais é obrigação de uma secretaria
de turismo atuante, o que obriga uma intensa integração e interação entre as
secretarias de turismo, saúde e infraestrutura, com supervisão rigorosa do
gestor em questão, ainda mais numa cidade minúscula como Itaparica.
Claro que
existem formas técnicas e já aprovadas pelos turismólogos, todavia, parece que
por aqui, eles ainda não chegaram e se vieram, não encontraram o devido apoio
governamental para colocarem em prática o que já é sucesso em infinitos outros
lugares, onde o turismo, abriu espaço para o não desemprego e para uma estabilidade
econômica.
A favelização
das barracas de praia, o improviso das festas promovidas no decorrer do ano, a
sujeira constante das areia, acrescida dos entulhos que chamam de pedras
roladas, a falta de união absurda dos comerciantes de um modo geral que, não
conseguem encontrar um ponto de apoio para uma fraternidade comercial que lhes
propiciem mais lucros e qualidade de vida, visando incrementar a cidade é
assustador.
O amadorismo
público neste e em outros setores da governança, além de uma acomodação
atávica, fazem de nossa cidade uma escada onde apenas, tem sido possível,
descer.
Reclamar e
se lamentar, passou a ser o hino oficial da cidade.
Invejar e
denegrir o sucesso de outros é a meta nas rodas de conversa e nas redes sociais,
mas verdadeiramente, mudar posturas, incentivar uns aos outros, cobrar
abertamente do poder público, oferecer sugestões, apontar as deficiências,
elogiar os acertos, isso, quando fazem é somente, nos períodos que antecedem as
eleições.
Precisamos
mudar o foco de nossas visões e comportamentos, sabedores de que não é uma
tarefa fácil, mas que precisa ser feito, pois não bastam cerimônias de
exaltação aos heróis do passado, pois, os mesmo, não cruzaram os braços e tão
pouco se omitiram, muito pelo contrário, foram a luta e se imortalizaram,
enquanto nós, ficamos de trelê-lê nas esquinas e nas redes sociais de papos sem
compromissos e nas tarefas pífias de nossos desempenhos.
Maria
Felipa, Joana Soaleira, Brígida do Vale
, mais adiante Ernesto Carneiro Ribeiro, Wenceslau e outros que se seguiram,
certamente, estão decepcionados, pois seus legados, quando lembrados, só servem
para ilustrar discursos ou promoção pessoal.
Na
realidade, penso que é muita gente envolvida para nada de significativo se
expressar para incrementar esse tal de empreendedorismo cidadão.
E olha, que
eu, nada entendo de turismo, sou só uma apaixonada que gostaria de ver tudo
brilhando.
Nenhum comentário:
Postar um comentário