sábado, 18 de janeiro de 2020

PERDI O SONO


Situação raríssima de acontecer que me surpreende nesta madrugada de sexta-feira.
Que coisa, hein?
Dou uma olhadinha no facebook e parece que pelo menos nesta noite, os costumeiros sem sono, foram dormir cedo e assim permanecem. Olho no Zap, a mesma coisa, e aí penso que isso é sacanagem, pois não tenho sequer uma viva alma para conversar. Então, ainda não muito conformada, coloco-me a escrever sobre a minha querida Itaparica, que nesta altura ninguém mais duvida desta minha paixão e dedicação.
Penso que o tempo correu velozmente desde que por aqui aportei e que, muita coisa mudou em vários aspectos e que acabei sendo uma testemunha ocular de cada um deles e essas lembranças, que ainda estão fresquinhas na minha memória, também estão registradas através do Jornal variedades, nas suas 144 edições, assim como gravadas nas milhares de horas das programações da Rádio Tupinambá, onde nada passava batido ou era desconsiderado.
Na tarde de ontem, fazendo uma geral nos armários, constatei a existência de duas caixas grandes e pesadas de fotos, ainda do tempo dos filmes que levavam semanalmente, meu filho à Salvador para revela-los.
E aí, revendo algumas, pois são milhares, torna-se fácil constatar as muitas mudanças que aconteceram na cidade, mas que tímidas, se perdem no gigantismo do esquecimento humano, forçando os executivos a processarem seus feitos nos anos eleitorais, afim de que possam colher os frutos de suas realizações.
Justo, não é mesmo?
Afinal, com certeza, existirá sempre uma oposição soterrando os feitos, sob a argumentação de que a cidade está abandonada, assim como, existirão os esquecidos dos feitos recebidos e que se encantarão com as novas promessas.
E assim, de eleição em eleição, a cidade foi recebendo uma coisinha ali, outra aqui, mas com certeza, muitas reformas, aliás, nunca vi tanta reforma de postos de saúde e escolas na minha vida, tudo porque, não há manutenção e, então, de dois em dois anos é preciso quase que construir outro estabelecimento, devido aos estragos existentes e aí, não sobra dinheiro para vir na minha ou na sua rua, colocar um calçamento de 200/300 mil reais e a gente fica sofrendo e com a impressão continuada de que nada tem sido feito e que a cidade está abandonada.
Qual nada...Se bem que poderia estar infinitamente melhor, se a aplicação do erário público tivesse sido melhor distribuído, mas tudo bem, chorar o leite derramado é perda de tempo.
No final, cada executivo, faz mesmo o que bem entende e nós, ora aplaudimos, ora vaiamos e vamos seguindo em frente, sonhando e acreditando que um dia, tudo estará na mais perfeita ordem.
Com minhas insistentes observações, creio que contribuo tanto para o povo como para os políticos, como por exemplo, reconhecer a Deputada Fabíola Mansur que inegavelmente, caminhou juntinho à esta gestão, pois sem o seu prestígio junto ao governo do Estado, essas obras significativas que a cidade vem recebendo, não teriam existido, já que como falei anteriormente, são tantas reformas e outras coisinhas mais, que pouco sobra das arrecadações.
Naturalmente, os 8806 votos arrecadados pela gestora no último pleito, se não estou enganada, são atrativos irresistíveis para o político inteligente, fazendo até o governador olhar para a “Bendita Cerca de Pedra”, até então, esquecida. Acredito também que a derrocada estrondosa do PT por todo o país, ajudou e muito em relação a este olhar generoso sobre nós, mas tudo bem, o que importa mesmo é que, nos mandem recursos e nós fingiremos que é sem qualquer interesse nas próximas eleições.
Indiscutivelmente, reconheço que tem pessoas que nasceram com o bumbum virado pro céu, e a nossa gestora, com certeza é uma delas, mas é claro que em hipótese alguma, estou tirando os seus méritos pessoais, apenas ressaltando a sua inegável sorte e luz que atraem, o que foi negado a tantos outros que pelo “Paço” passaram.
Neste colóquio solitário da madrugada, entre minha mente e muitas recordações, certamente, a cobertura e canalização do esgoto a céu aberto de Manguinhos, o calçamento da Rua Direta, as melhorias significativas na educação, a instalação e manutenção do CAPS com uma humanização jamais vista, a inserção social de nossos jovens nas artes cênicas, as distribuições de alimentos e brindes nas datas de relevância como Páscoa, Natal e Semana Santa, nas atuações do serviço social junto às famílias carentes, oferecendo colchões, filtros de água, cestas básicas, caixões, mas acima de tudo acolhimento, a escadaria e pracinha em Amoreiras e muito mais que vi sendo realizado nestes quase vinte anos, além é claro das muitas também reformas, para não fugir do costume.
Há, uma atração fatal entre os gestores e as intermináveis reformas com preços astronômicos.
De todas as lembranças, a única que não está registrada em fotos, mas absolutamente presente na memória, com certeza foi a mudança sempre crescente e auspiciosa, que venho em todos esses anos constatando na mente e no comportamento do povo itaparicano.
Portanto, falar de cidade abandonada, isso não, nem antes e muito menos agora.
É preciso que aperfeiçoemos a nossa forma de fazer política, deixando os bordões, vitimizações e acusações vazias, para nos centrarmos nos fatos reais e concretos que precisam ser esclarecidos, pois atrasam o desenvolvimento possível, frente as arrecadações jamais vistas, quanto mais recebidas, com os argumentos que estimulem as devidas explicações, soterrando de vez aquela velha retórica de que se existem obras, o impróprio é aceitável.
A realidade de que com os recursos recebidos ao longo destes três anos, a cidade poderia estar muito melhor, isso ninguém de bom senso e que conheça as quatro operações, discute. Afinal, se não bastasse, não muito longe, a nossa vizinha Vera Cruz, no mesmo período, não nos deixou esquecer com a sua competência administrativa, apesar de ser muitas vezes maior em território e necessidades que nossa pequena Itaparica.
Penso que ainda bem, pois dependemos da vizinha para quase tudo em nosso cotidiano.
Agora, cidade abandonada, com as obras realizadas e que ainda estão em andamento, sejamos justos, isso não.
O discutível problema é que são obras realizadas com erário Estadual, onde mesmo, foram aplicados os nossos?
Na solidão da madrugada, recuso-me a crer que estão nas reformas e nos restritos metros de calçamento construídos, nos pagamentos de fornecedores, pois seria muito abusivo ou será que, estão num tudo mais, que definitivamente não é relevante ao cidadão e a cidade?
O povo vem mudando e, portanto, as formas de fazer política e de gerir recursos públicos, também precisam mudar, assim como o direito de questionar precisa ser preservado, para que se mantenha a honra e a cidadania.

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