sexta-feira, 31 de janeiro de 2020

A POLÊMICA DAS SACOLAS



Pelo amor de Deus, antes de se fecharem em suas convicções que, a princípio, são extremamente válidas, peço-lhes que observem os demais ângulos desta lei aprovada na Câmara e que entrou em vigor em 01/01/2020 (proibição do uso de sacolas plásticas pelos mercados).
Certamente, toda e qualquer alteração nos hábitos e costumes em qualquer lugar deste planeta, causa transtornos de adaptabilidade, todavia, é preciso que nos atenhamos no custo benefício que a mudança trará mais adiante.
Aonde estão as ações correspondentes de apoio à população, tanto no aviso antecipado, quanto nas ações correlatas de amparo ao cidadão.
Questionar as atrocidades que os seres humanos estão fazendo com o descarte de seu próprio lixo, principalmente em relação aos mares, rios e aos bueiros das cidades, é um paradoxo inacreditável, frente às desgraças que estão sendo mostradas a cada dia pelas mídias nacionais e internacionais.
Que ações de controle são necessárias, ninguém questiona, a não ser, quando as mesmas afetam o individual, afinal, uma coisa é falar, outra é vivenciar.
Colocar em xeque a pouca atuação dos vereadores ao longo dos quase quatro anos, é válido e é preciso que se dê um basta neste ciclo vicioso, que se estende por décadas de empreguismo inútil e dispendioso ao município, mas, usar uma ação de natureza ecologicamente educativa, como primeiro passo de uma conscientização dos cidadãos, é no mínimo outra grave incompreensão da dura realidade que estamos vivendo.
Exigir que os vereadores atuem como deveriam, numa cobrança sistemática, para a implantação de um projeto sério de recolhimento do lixo diário, assim como manutenção da limpeza contínua de ruas e praias, em relação ao custo que é pesado para os cofres da cidade, é justo e necessário, mas questionar uma ação educativa, com certeza a primeira que, certamente, virá trazer benefícios sociais de saúde pública, não é coerente e muito menos lógico, diante do panorama hostil que constatamos, principalmente, nos períodos chuvosos.
Ideal seria que a próxima lei viesse para também proibir copos, pratos e canudos de plástico, e chamo a atenção quanto ao volume absurdo de dejetos que deixariam de ser descartados irresponsavelmente.
No entanto, concordo que a lei por si só, sem o amparo de um projeto mais amplo, com a participação efetiva da prefeitura, no que tange ao recolhimento do lixo, criar-se-á um volume absurdo de lixos de todas as espécies jogados nas esquinas sem o devido armazenamento, o que ampliará um sério problema de saúde pública, pelo também volume de chorume, espalhando-se pela terra e infiltrando-se silenciosamente, contaminando ainda mais o lençol freático, além de se transformarem em criadouros de um sem número de doenças, inclusive de pele, que sempre foi um problema na Ilha.
Também concordo que a boa intenção do vereador, assim como dos demais que aprovaram a lei, não contou com a expertise necessária de um projeto que pudesse, verdadeiramente, representar um importante primeiro passo educacional, ficando apenas como mais uma lei solta e sem conteúdo que a sustente.
Acredito, que apenas por estarmos em ano eleitoral, leis são promulgadas, ações são implantadas e questionamentos são realizados sem a devida atenção e dedicação que merecem, e isto, em ocasiões não tão distantes, já se mostraram absolutamente ineficientes, sem que esqueçamos que não há, no corpo legislativo, assim como no executivo, funcionários capacitados que possam avaliar sobre vários ângulos os prós e os contra de suas ações, mesmo tendo nas folhas de pagamentos, sanitaristas, juristas, etc.
Portanto, concluo que todas as ações intempestivas, sejam públicas ou cidadãs, carecem de um maior aprofundamento, quanto a qualidade, a necessidade e o oportunismo, caso contrário, continuaremos a vê-las somente nos momentos eleitorais, onde a pressa, torna-se o inimigo número um do bom senso, enquanto, no decorrer dos três longos e dolorosos anos, o povo sofre sem que haja uma só voz de defesa, que por ele ecoe, assim como um só político que se envergonhe do ostracismo das mesmices que apresentam como feitos gigantescos, sob o aplauso de seu grupo político e de alguns outros ingênuos que acreditam que suas mazelas são da vontade de DEUS.
Audiências públicas, pelo menos uma vez por mês, precisam ser aprovadas imediatamente, afinal, a casa não é do Cidadão?
Fica a dica para os vereadores e principalmente para os líderes políticos.
 A hora é essa, menos discursos e promessas e mais ações palpáveis ao bem comum, antes mesmo de serem eleitos para que cargo for.


quinta-feira, 30 de janeiro de 2020

♥ As rosas não falam - Nana Caymmi e Beth Carvalho ♥

CHEIRINHO DE VIDA.



São cinco horas da manhã e como sempre, desperto ao som dos pássaros que livres, vão se chegando com suas costumeiras arruaças matinais.
Abro portas e janelas, convidando-os a entrar, pois são bem-vindos e vez por outra, quando lhes convém, um entra, circula o ambiente e depois, se vai, numa visita breve, mas sempre me surpreendendo, pois, causa, profunda emoção.
Outra emoção matinal e que recomendo como elixir para uma vida longa é o respirar profundo do amanhecer, pois, não há nada mais saudável, que sentir os aromas, nos seus também despertares, fundindo-se uns nos outros e que, no meu caso específico, chamo de cheirinho de salada de frutas, afinal, mangas, cajus, amoras, acerolas, limões, pitangas e, mesmo que não estejam se exibindo, por estarem fora de suas estações, exalam através de suas folhas, galhos e troncos, o néctar de suas naturezas, mesclando-se umas com as outras e causando em mim e, certamente em qualquer outra pessoa, o mesmo frenesi de sentir-se em meio a uma profusão de vida.
Alguém há de dizer que isso só pode ocorrer em espaços especiais como o meu, jamais numa cidade grande, onde o primeiro som é do despertador, quando não do motor dos ônibus ou de uma sirene de qualquer veículo de emergência.
Digo sem receios que os sons e os aromas variam, mas as intenções de quem acorda e abre a janela, será sempre o de abraçar a vida e quando isso acontece, o universo envia os aromas e os sons mais surpreendentes, tal qual, quando na década de setenta, morando em Brasília, me era possível, sentir o cheirinho da maresia de minha saudosa Ipanema, ou mesmo quando, anos depois, ao abrir as janelas do sétimo andar nesta mesma Ipanema, tão diferente de quando, nela anteriormente vivi, podia sentir o cheiro da terra molhada de minha Guapimirim, que um pequeno vaso de plantas, apoiado no peitoril da janela, deixava-se exalar, após o orvalhar da madrugada.
Somos o que desejamos ser, sentimos exatamente o que nos é afim, estejamos nós, em qualquer lugar, afinal,  Deus está em tudo, principalmente em nossas mentes, convidando-nos constantemente a um colóquio amoroso, bastando apenas da nossa permissão para que adentre pelas portas e janelas de nossas almas, como comandante in chefe de nossos destinos.
Que nesta quinta-feira, os aromas e sons da vida, adentrem em você que me lê, neste instante, não te deixando esquecer que a vida é bonita, é bonita e é bonita.




quarta-feira, 29 de janeiro de 2020

SENSO DE PERTENCIMENTO



Pois é, hoje, indo para a minha prainha de sempre em Ponta de Areia, constatei que o serviço de asfaltamento estava a todo vapor e uma enorme alegria tomou conta de mim e de Roberto, afinal, quem pode resistir à alegria de ver sua casa sendo devidamente arrumada?
Bem, infelizmente a maré estava baixa e fomos obrigados a ir no Boulevard, pois, por lá, sempre tem uma aguinha para consolar os mais ávidos, e então, na volta para casa, novamente como crianças, fomos apreciar o andamento da obra, numa felicidade genuína e, é claro, esse foi o assunto até mesmo na mesa, enquanto almoçávamos.
Penso então, que o que pode importar se a obra foi conseguida por A ou por B, pois o que importa é que depois de anos de sofrer com um calçamento repleto de buracos, teremos um asfalto lisinho para até mesmo, deslizar numa bicicleta.
Feliz é todo aquele que se regozija com a melhoria de sua cidade, mas isso só é possível, quando a mesma se torna extensão de sua casa, abrigo seguro para se curtir a plena alegria de se sentir pertencente.
Não vemos a hora da obra ser concluída, motivação maior para que a Prefeitura dê o bendito retoque na calçada e na ciclovia, se ainda existir espaço, pois o mar, aos pouquinhos, vem com suas marés, retomando o que sempre lhe pertenceu.
Acredito, que melhor seria substituir as pedras portuguesas por um material de mais fácil manutenção. Esse é mais um palpite, só para não perder o hábito.



GERANDO EMPREGOS...



Estou pensando, depois de ler uma postagem de uma querida amiga que em viagem de férias, foi mal servida num restaurante, respondo, que por aqui, não é muito diferente, com raríssimas exceções.
Paga-se caro por uma comida ou bebida que simplesmente é feita e servida, sem qualquer maior apuro e conhecimento e sem nenhum serviço mínimo, como copos, pratos e talheres que, geralmente, são de péssima qualidade, além de mesas e cadeiras velhas, guarda-sóis rasgados ou desbotados e garçons sem um devido uniforme que os identifique, assim como treinamento que os qualifiquem adequadamente, para as infindáveis horas de serviço com sol à pino.
Se formos aos raros restaurantes, novamente a displicência ou mesmo o amadorismo se apresentam e quanto as comidas, mesmo sendo melhores que as oferecidas nas barracas, ficam a desejar, novamente, com raras exceções.
Claro que nós, que somos da casa, relevamos e nos adaptamos a situação que convenhamos é caótica, até, por falta de opção, mas o turista, esse não perdoa e no mínimo, não volta nunca mais.
O veranista, na companhia da família, só mesmo sendo rico para bancar os preços altos e então, sem qualquer maior atrativo, compra nos armazéns e produz em casa. Alguns, que moram a beira-mar, são servidos pelos seus empregados nas areias, lembrando-me os abastados do século 18 na europa.
E ainda tem aqueles que trazem tudo ou quase tudo de Salvador, pois não precisam comprar mercadorias de terceira, por preço de primeira, principalmente, legumes, verduras e carne, novamente deixo claro que com raras exceções.
Acredito como simples observadora que, empreender turismo em uma cidade, cujos atrativos principais, são as praias e sua gastronomia, que identificar sua falhas, seja a prioridade e em seguida, providenciar a capacitação, estimulando cursos de aperfeiçoamento, criando formas de controle de qualidade, mas antes de tudo, criar-se um padrão de qualificação a ser exigida, desde a higiene até, a qualidade da apresentação do estabelecimento nos seus variados aspectos.
O poder público e incentivador do implemento, deve ser acima de tudo, eficiente, para que se garanta a continuidade do padrão de qualidade.
A fiscalização é fundamental, pois cria uma obrigatoriedade que aos poucos, vai se tornando norma de conduta do comerciante em relação aos seus clientes, seu estabelecimento e sua cidade.
As promoções de eventos, inseridas no calendário festivo da cidade, garantida pela Prefeitura, estimula e oferece apoio direto o ano inteiro, fomentando assim, períodos de natural ostracismo no volume de visitantes.
Detalhes como limpeza das praias e da cidade como um todo, criação de praças, instalação de banheiros públicos, arborização, descartes de lixo devidamente instalados nos pontos de maior fluxo de pessoas, vigilância fardada que inspire maior segurança, através dos Guardas-Municipais, assim como, estimular as visitações com uma busca constante, atuando junto as agências de turismo, sites e propagandas em mídias nacionais e internacionais é obrigação de uma secretaria de turismo atuante, o que obriga uma intensa integração e interação entre as secretarias de turismo, saúde e infraestrutura, com supervisão rigorosa do gestor em questão, ainda mais numa cidade minúscula como Itaparica.
Claro que existem formas técnicas e já aprovadas pelos turismólogos, todavia, parece que por aqui, eles ainda não chegaram e se vieram, não encontraram o devido apoio governamental para colocarem em prática o que já é sucesso em infinitos outros lugares, onde o turismo, abriu espaço para o não desemprego e para uma estabilidade econômica.
A favelização das barracas de praia, o improviso das festas promovidas no decorrer do ano, a sujeira constante das areia, acrescida dos entulhos que chamam de pedras roladas, a falta de união absurda dos comerciantes de um modo geral que, não conseguem encontrar um ponto de apoio para uma fraternidade comercial que lhes propiciem mais lucros e qualidade de vida, visando incrementar a cidade é assustador.
O amadorismo público neste e em outros setores da governança, além de uma acomodação atávica, fazem de nossa cidade uma escada onde apenas, tem sido possível, descer.
Reclamar e se lamentar, passou a ser o hino oficial da cidade.
Invejar e denegrir o sucesso de outros é a meta nas rodas de conversa e nas redes sociais, mas verdadeiramente, mudar posturas, incentivar uns aos outros, cobrar abertamente do poder público, oferecer sugestões, apontar as deficiências, elogiar os acertos, isso, quando fazem é somente, nos períodos que antecedem as eleições.
Precisamos mudar o foco de nossas visões e comportamentos, sabedores de que não é uma tarefa fácil, mas que precisa ser feito, pois não bastam cerimônias de exaltação aos heróis do passado, pois, os mesmo, não cruzaram os braços e tão pouco se omitiram, muito pelo contrário, foram a luta e se imortalizaram, enquanto nós, ficamos de trelê-lê nas esquinas e nas redes sociais de papos sem compromissos e nas tarefas pífias de nossos desempenhos.
Maria Felipa,  Joana Soaleira, Brígida do Vale , mais adiante Ernesto Carneiro Ribeiro, Wenceslau e outros que se seguiram, certamente, estão decepcionados, pois seus legados, quando lembrados, só servem para ilustrar discursos ou promoção pessoal.
Na realidade, penso que é muita gente envolvida para nada de significativo se expressar para incrementar esse tal de empreendedorismo cidadão.
E olha, que eu, nada entendo de turismo, sou só uma apaixonada que gostaria de ver tudo brilhando.

terça-feira, 28 de janeiro de 2020

FILOSOFANDO.



Adoro quando depois de dias de chuva, o amanhecer chega ensolarado, convidando a tudo que tem vida a sorrir. Não me faço de rogada e logo com a disposição matinal de uma jovem, coloco-me a realizar tarefas, pois bem sei que logo, mesmo com o dia ensolarado, o clamor da idade se fará presente e precisarei simplesmente parar, naquela letargia gostosa de quem, já não tem mais pressa para nada.
Não pensem que estou filosofando, justo numa segunda-feira, por não ter nada de urgente para fazer, na realidade tenho e muito, mas correr para quê?
Afinal, correndo ou não, terei que faze-las, todavia, se posso faze-las adequando as minhas condições, por que devo forçar a minha natureza, que diz ao pé da minha consciência, que não vale a pena.
Creio que esta é uma das vantagens do amadurecimento, pois, ficamos bem mais atentos aos aconselhamentos de nosso consciente, sábio conselheiro que geralmente na juventude, desconsideramos, na pressa louca de chegar em algum lugar, mesmo não entendendo a real necessidade.
Tá certo, no fundo, estou só proseando, enquanto, escrevo, justo porque acredito que com ilações pessoais, somos capazes de prestar mais atenção a nós mesmos, num colóquio que divido com vocês, neste momento de pausa que, antecede o início de minhas atividades.
Um bom dia, desejo a você que me lê, já sabedor que daqui a pouco, nova pausa farei, pois trabalhar é gostoso, mas ir para a praia é melhor ainda.



segunda-feira, 27 de janeiro de 2020

BOM DIA!


Enxergar a luz da vida é bem mais que vê-la e senti-la, afinal, é preciso deixa-la penetrar em todo o seu ser de criatura humana, fazendo dela, farol constante para si e para o tudo mais.

sexta-feira, 24 de janeiro de 2020

DIZEM...



Se tem expressões que sempre me incomodam, justo porque são injustas, pois carecem de fundamentos e ainda são capazes de denegrir sem causa provável, são os tais, dizem, disseram, eu acho e outras que fazem a representação da fofoca, do boato e principalmente da inconsequência, que mantém acesa a chama da hipocrisia.
Aliás, a hipocrisia sempre norteou os relacionamentos sociais e políticos e, ultimamente, é a tônica de todas as argumentações fracas e perniciosas. Vejam, por exemplo, os cargos ou contratações de quaisquer naturezas que estejam envolvidos parentes dos políticos. Observem e perguntem a si próprios, se ao se elegerem para algum cargo, deixariam de privilegiar os mais próximos?
O problema, não é o parentesco ou a profunda amizade e sim o escamoteamento da verdade, travestida de faturamentos falsos, licitações enganosas, laranjeiras férteis que desmoralizam a situação em si e nos levando a gritar por uma ética pública e cidadã que nunca verdadeiramente fomos capazes de imprimir em nossas vidas, mas que adoramos cobrar sem qualquer fundamento ou disciplina, quanto ao esclarecimento.
Se o parente tem competência, por quê não?
Todavia, compreendo que o simples fato, implicaria numa correção postural que, infelizmente, está para nascer  em qualquer político, assim como dificilmente surge um cidadão que seja capaz de investigar e provar o delito, restando-nos tão somente, o disseram isso ou aquilo, num dano moral que em nada evitou os mal feitos e os nepotismos escandalosos.
Vejam bem, uma população inteirinha, repleta de juristas, professores, médicos e dentistas, jovens estudantes e etc., é incapaz de formar comissões de cobranças junto às câmaras de vereadores e, até mesmo, de forma independente, fiscalizadores das contas públicas, levando o executivo e o legislativo a pisarem leve em seus desmandos mais que conhecidos, pois estariam sabedores das ações públicas de fiscalizações sérias.
Mas essa mesma população, conta somente em épocas eleitorais com os tradicionais “achistas” que são capazes de matar ou morrer, acusando sem provas, e de idólatras convictos de que precisam preservar seus empregos ou amizade por mais quatro anos, numa inconsequência própria de uma sociedade atrasada e medíocre em relação ao conhecimento da ética pública e, infelizmente, pessoal, mantendo viva a desgraçada hipocrisia, mãe sem juízo e impiedosa da mentira e do engodo social.
Precisamos aprender a separar o joio do trigo; talvez o consigamos em algum tempo futuro, por que no momento, tudo que possuímos é a certeza absoluta que somos um povinho atávico, metido a besta e burros que vê, moços(as)  sendo eleitos comendo sardinha em sua própria casa e, depois, o vemos charlando e lambendo os pratos de robalo ao molho de camarão, pagos por cada um de nós, e ainda os defendemos em troca de uns trocados ou tapinhas nas costas a mais.


quinta-feira, 23 de janeiro de 2020

EU QUERIA SER...



Estou aqui pensando qual mecanismo é este mental que possuo que, ainda sonolenta em meio às madrugadas, começo a digitar em minha mente tudo quanto mais adiante começo a escrever. Em algumas ocasiões, preciso levantar-me rapidamente, pois as palavras agitadas parecem que vão explodir para fora de meu corpo. Uma verdadeira loucura é o que vivencio na maioria de minhas manhãs, digo, madrugadas, de que sou capaz de me lembrar.
Hoje, a profusão foi tão expressiva que, por instantes, fui mais forte que a enxurrada de palavras e pensei: por que não consigo ser uma romancista, novelista, biógrafa, poeta ou simplesmente uma contadora de histórias?
Por que preciso por todo o tempo ser uma cronista, comentarista do cotidiano, perfurando por todo o tempo as vísceras das hipocrisias sistêmicas, expondo o que a maioria finge não enxergar?
Escrita cruel, que obriga a quem me lê, a rever seus próprios conceitos e, às vezes, reconheço que pego tão pesado que mesmo reconhecendo que estou próxima de sua própria realidade, me nega  e me odeia, porque, afinal, quem me deu esse direito de adentrar em seu conforto mental, para com algumas palavras, desnudar- lhe a alma?
Se tenho o dom de agrupar palavras, por que não fazer delas uma viagem ilusória, onde em um só texto, o leitor possa se transportar para um mundo de aventuras?
Penso que iriam me amar, pois seria o meio seguro de por momentos transportá-los para um mundo que eles gostariam que fosse real, daí, o sucesso das novelas, que prende por exatamente uma hora diária, as mentes e as emoções de quem as assistem, podendo de quando em quando, escolherem ou serem escolhidos para representar do conforto da poltrona um novo personagem, sem o perigo de não mais deles poderem se livrar, como acontece ao lerem um texto escrito por mim, donde nunca mais poderão tirar de sua mente, pois delas, sorrateiramente me apropriei, mesmo, nunca tendo-os visto ou conversado com eles.
É que apesar de sermos diferentes e basicamente únicos, somos muito parecidos nas ações e reações, pois somos resultado de um mesmo sistema humano que se difere tão somente em relação as culturas de origem, mas que no frigir dos ovos, somos tais como figuras de um variado conto, onde cada personagem só deseja ser feliz.
Essa é a mesma fórmula empregada para todo e qualquer agrupador de letras, formador de palavras, escrevinhador das almas, poetas das palavras, seja lá a nomenclatura que se queira dar, pois na realidade, existem apenas os apontadores da existência terrena ou cósmica, que optam em focá-las em suas mais variadas formas, colocando nelas, as suas próprias formas de senti-las e enxerga-las.
 Eu gostaria de ser uma vendedora de ilusões, escrevendo em verde e rosa sobre esse cotidiano, preto e branco.

“CAVALO DADO, NÃO SE OLHA OS DENTES”.



Olhando os instantâneos dos celulares dos poetas das imagens, que registram as maravilhas da Orla de Itaparica e seu entorno, fico pensando que, pelo seu minúsculo tamanho, toda Itaparica deveria ser assim, linda e colorida como seus olhos e as lentes de seus celulares registram com muita sensibilidade.
Infelizmente, não é, e isso é lamentável, pois existe um farto material humano e geográfico que mereceria mais atenção. Desculpem o desabafo, pois sinto que há somente, alguns poucos cuidados com este centro histórico, cujos desfrutes, estão reservados aos veranistas, turistas e alguns poucos privilegiados, enquanto o resto da cidade, permanece quase que esquecido, num labirinto de lixos, matos, poeira e lama em meio as sempre previsíveis chuvas, que por sinal, hoje veio nos brindar.
Penso também no quanto a ignorância é bendita, pois induz a criatura a não raciocinar e a acreditar em tudo que vê ou ouve, sem maiores considerações. Falo isso, pensando no asfaltamento da orla que, reconheço nos traz, muitas alegrias, todavia, como penso e observo, reconheço o primarismo da obra e mesmo não tendo conhecimentos asfálticos, sou vivida o suficiente para compreender que esta obra será uma benção por pouco tempo, talvez com muita sorte, coisa que a Prefeita inegavelmente possui, assim como como o Sr. Rui Correria, dure até o próximo verão, pois, creio que jamais foi visto na história da engenharia asfáltica, tamanha lambança.


De qualquer forma, como utilizo diariamente aquela rodovia, ajoelho e digo amém, pois do jeito que estava, também era insuportável. Então, cruzo os dedos e rogo a Deus, proteção para o asfalto e até imploro proteção dos santos e Orixás para que dure até o próximo janeiro, pois aí, o recém eleito, já começa a gestão com um problemão para ser resolvido.
Claro que o bom senso dos políticos envolvidos, também como eu e tantos outros observadores, reconhecem a lambança, mas cá para nós é preciso que tenhamos compreensão com os mesmos, afinal, “CAVALO DADO, NÃO SE OLHA OS DENTES”, ainda mais em ano eleitoral.
Que coisa, viu!!!!


segunda-feira, 20 de janeiro de 2020

SOMOS TODOS RESPONSÁVEIS.



Quem disse que o bem-estar de uma cidade, só depende do poder público?
Reclamamos dia e noite do aumento ininterrupto dos índices de violência, mas ao invés de combate-la, através de associações comunitárias, formadas por moradores conscientes e unidos, optamos em cercar-nos de grades e nos tornamos estranhos, até mesmo para o nosso vizinho mais próximo, assim como, não abrimos mão de pelo menos fumarmos aquela ervinha, isso sem falar nas demais drogas que proliferam, única e exclusivamente, porque acreditamos que é o nosso direito, já que não nos marginalizamos, esquecendo que somos nós que garantimos toda a violência que nossa inconsciência pessoal e social causa.
Bem mais cômodo é culpar o traficante, a polícia, os juízes, os vereadores e o prefeito, isso numa cidade minúscula como a nossa, pois nas grandes capitais, culpa-se também o governador e o presidente, mas a nós, ninguém culpa, aliás, somos eternas vítimas do sistema, como se o sistema se formasse sozinho sem as nossas participações omissas ou atuantes.
O mesmo acontece com o problema do recolhimento do lixo, das ruas abandonadas, do esgoto a céu aberto, da inoperância dos vereadores, da má aplicação do erário público e no tudo mais que mazela a nossa cidade, porque cremos que nada podemos fazer (desculpa santa) para a nossa inércia, covardia ou mesmo cumplicidade por estarmos obtendo alguma vantagem, nem que seja um emprego público.
Enquanto, arranjarmos desculpas e nos fazermos de cegos, continuaremos sendo as “VITIMAS” do sistema, que nós mesmos alimentamos com a nossa omissão ou participação.
Se todo crítico, oferecesse sugestão, pelo menos ganharia respeito para continuar cobrando, se todo defensor, usasse de seu prestígio junto aos poderosos para mostrar-lhes as falhas ou deslizes a serem corrigidos, se cada morador de uma rua estivesse unido ao outro, na busca em todas as esferas pela conservação ou mesmo construção de melhorias, se cada usuário de drogas, tivesse amparo familiar e público para uma constante recuperação, se cada comerciante se unisse para se criar uma associação forte e responsável que visasse, verdadeiramente, tornar-se um órgão capaz de representar a cidade junto ao poder público, como acontece em outras cidades, onde o sucesso em vários níveis se instalou, se nossa polícia viesse na cidade com mais frequência e não só nos momentos de abastecimento no posto de gasolina ou para fazer “fita”, em momentos esporádicos do verão, se ao irmos nas urnas, tivéssemos em mente que o fato do candidato ser amigo, simpático, religioso, bonzinho, trabalhador ou ter nos prometido isso ou aquilo, não o qualifica como vereador e muito menos prefeito, com certeza o nosso “sistema” não estaria de mal a pior.
O atavismo humano se concentra geralmente em locais em que seus habitantes se fecham, somente, nas tradições ancestrais, não abrindo espaço para novas visões progressistas.
Somos todos responsáveis pelas nossas mazelas pessoais e sociais, e é preciso que se tenha menos displicência e mais amor consciente por si e pela cidade, para enfrentar não só o atavismo repressor, como a contemporalidade abusiva.
Mudar hábitos e costumes, não é nada fácil, mas continuar vivendo como vítimas de um sistema perverso e desumano é bem pior, já que ninguém, está livre do alcance dos tentáculos brutais de seus ataques.
Se em Itaparica nos últimos vinte anos foi terreno progressivo para o trafico de drogas, pelo aumento assustador da prostituição de menores, pelo abusivo comportamento dos nossos gestores, tanto do executivo, quanto do legislativo, sob os olhares míopes do judiciário, não os culpem, mas culpem a si mesmos por serem seus mantenedores.
Combater isto ou aquilo, não significa tornar-se inimigo do invasor, tão somente, cuidador de si mesmo.


domingo, 19 de janeiro de 2020

ETERNIDADE


Muito esquisito é esse tal de envelhecimento, que só percebemos quando o safado espelho nos escancara em imagens distorcidas, ou quando das sucessivas negações físicas, contrariando a mente que, por sua vez, continua mais do que nunca atuante e bem-disposta, lembrando-nos de situações que, magistralmente, passamos a vida disfarçando, e pior, desconsiderando, já que envelhecemos dia após dia, desde que nascemos.
De uns tempos para cá, ando pensando muito na sacanagem de ter que morrer, também contrariando toda a minha convicção de uma vida inteirinha escrevendo e discursando sobre a vida eterna, através das infindáveis mutações biológicas e na reciclagem contínua das energias destas matérias.
Pois é... Sacanagem, mesmo quando, me esbaldando nas águas mornas e tranquilas de minha Itaparica, penso que meu tempo está findando e sou invadida por uma raiva contida, já que até pouco tempo atrás, nem passava pela minha cabeça a possibilidade dessa tal finitude, filha de uma mãe desconjurada que insiste em rondar-me como um fantasma gozador, que ainda por cima escarneia, estimulando a minha tenacidade em manter-me atuante e disposta à vencê-la o máximo de tempo possível, levando-me a acreditar que tenho muito ainda para experimentar, com toda esta bagagem bendita de aprendizado.
O que eu gostaria era de ser eterna para abraçar o mundo, corrigindo as passadas mal dadas, desviando-me das estradas esburacadas, sorvendo com mais interesse os sinais que, indiscutivelmente, sempre recebi através dos meus sentidos e que, tolamente, na arrogância de uma suposta eterna juventude, desconsiderei inúmeras vezes, achando que o tempo sempre estaria ao meu dispor.
Safado é este envelhecimento inútil que sequer serve de consolo, afinal, o prêmio por ter sobrevivido à jornada será deixar esta vida incrível, que eu, simplesmente, amo e amo sem medidas!
Concluo que a melhor solução para continuar convivendo com a velhice e o inevitável fim, seja mergulhar cada vez mais fundo nas infinitas surpresas que os atos contínuos de viver apresentam, sem deixar que o meu cotidiano seja empanado um só instante, já que tem se apresentado sempre leve e bonito, aproveitando o máximo possível destes encantos que são fascinantes e que infinitas vezes deixei de apreciar, e assim, conscientemente, estarei dando seguidas rasteiras na safada velhice, tornando meus instantes, eternos.

sábado, 18 de janeiro de 2020

PERDI O SONO


Situação raríssima de acontecer que me surpreende nesta madrugada de sexta-feira.
Que coisa, hein?
Dou uma olhadinha no facebook e parece que pelo menos nesta noite, os costumeiros sem sono, foram dormir cedo e assim permanecem. Olho no Zap, a mesma coisa, e aí penso que isso é sacanagem, pois não tenho sequer uma viva alma para conversar. Então, ainda não muito conformada, coloco-me a escrever sobre a minha querida Itaparica, que nesta altura ninguém mais duvida desta minha paixão e dedicação.
Penso que o tempo correu velozmente desde que por aqui aportei e que, muita coisa mudou em vários aspectos e que acabei sendo uma testemunha ocular de cada um deles e essas lembranças, que ainda estão fresquinhas na minha memória, também estão registradas através do Jornal variedades, nas suas 144 edições, assim como gravadas nas milhares de horas das programações da Rádio Tupinambá, onde nada passava batido ou era desconsiderado.
Na tarde de ontem, fazendo uma geral nos armários, constatei a existência de duas caixas grandes e pesadas de fotos, ainda do tempo dos filmes que levavam semanalmente, meu filho à Salvador para revela-los.
E aí, revendo algumas, pois são milhares, torna-se fácil constatar as muitas mudanças que aconteceram na cidade, mas que tímidas, se perdem no gigantismo do esquecimento humano, forçando os executivos a processarem seus feitos nos anos eleitorais, afim de que possam colher os frutos de suas realizações.
Justo, não é mesmo?
Afinal, com certeza, existirá sempre uma oposição soterrando os feitos, sob a argumentação de que a cidade está abandonada, assim como, existirão os esquecidos dos feitos recebidos e que se encantarão com as novas promessas.
E assim, de eleição em eleição, a cidade foi recebendo uma coisinha ali, outra aqui, mas com certeza, muitas reformas, aliás, nunca vi tanta reforma de postos de saúde e escolas na minha vida, tudo porque, não há manutenção e, então, de dois em dois anos é preciso quase que construir outro estabelecimento, devido aos estragos existentes e aí, não sobra dinheiro para vir na minha ou na sua rua, colocar um calçamento de 200/300 mil reais e a gente fica sofrendo e com a impressão continuada de que nada tem sido feito e que a cidade está abandonada.
Qual nada...Se bem que poderia estar infinitamente melhor, se a aplicação do erário público tivesse sido melhor distribuído, mas tudo bem, chorar o leite derramado é perda de tempo.
No final, cada executivo, faz mesmo o que bem entende e nós, ora aplaudimos, ora vaiamos e vamos seguindo em frente, sonhando e acreditando que um dia, tudo estará na mais perfeita ordem.
Com minhas insistentes observações, creio que contribuo tanto para o povo como para os políticos, como por exemplo, reconhecer a Deputada Fabíola Mansur que inegavelmente, caminhou juntinho à esta gestão, pois sem o seu prestígio junto ao governo do Estado, essas obras significativas que a cidade vem recebendo, não teriam existido, já que como falei anteriormente, são tantas reformas e outras coisinhas mais, que pouco sobra das arrecadações.
Naturalmente, os 8806 votos arrecadados pela gestora no último pleito, se não estou enganada, são atrativos irresistíveis para o político inteligente, fazendo até o governador olhar para a “Bendita Cerca de Pedra”, até então, esquecida. Acredito também que a derrocada estrondosa do PT por todo o país, ajudou e muito em relação a este olhar generoso sobre nós, mas tudo bem, o que importa mesmo é que, nos mandem recursos e nós fingiremos que é sem qualquer interesse nas próximas eleições.
Indiscutivelmente, reconheço que tem pessoas que nasceram com o bumbum virado pro céu, e a nossa gestora, com certeza é uma delas, mas é claro que em hipótese alguma, estou tirando os seus méritos pessoais, apenas ressaltando a sua inegável sorte e luz que atraem, o que foi negado a tantos outros que pelo “Paço” passaram.
Neste colóquio solitário da madrugada, entre minha mente e muitas recordações, certamente, a cobertura e canalização do esgoto a céu aberto de Manguinhos, o calçamento da Rua Direta, as melhorias significativas na educação, a instalação e manutenção do CAPS com uma humanização jamais vista, a inserção social de nossos jovens nas artes cênicas, as distribuições de alimentos e brindes nas datas de relevância como Páscoa, Natal e Semana Santa, nas atuações do serviço social junto às famílias carentes, oferecendo colchões, filtros de água, cestas básicas, caixões, mas acima de tudo acolhimento, a escadaria e pracinha em Amoreiras e muito mais que vi sendo realizado nestes quase vinte anos, além é claro das muitas também reformas, para não fugir do costume.
Há, uma atração fatal entre os gestores e as intermináveis reformas com preços astronômicos.
De todas as lembranças, a única que não está registrada em fotos, mas absolutamente presente na memória, com certeza foi a mudança sempre crescente e auspiciosa, que venho em todos esses anos constatando na mente e no comportamento do povo itaparicano.
Portanto, falar de cidade abandonada, isso não, nem antes e muito menos agora.
É preciso que aperfeiçoemos a nossa forma de fazer política, deixando os bordões, vitimizações e acusações vazias, para nos centrarmos nos fatos reais e concretos que precisam ser esclarecidos, pois atrasam o desenvolvimento possível, frente as arrecadações jamais vistas, quanto mais recebidas, com os argumentos que estimulem as devidas explicações, soterrando de vez aquela velha retórica de que se existem obras, o impróprio é aceitável.
A realidade de que com os recursos recebidos ao longo destes três anos, a cidade poderia estar muito melhor, isso ninguém de bom senso e que conheça as quatro operações, discute. Afinal, se não bastasse, não muito longe, a nossa vizinha Vera Cruz, no mesmo período, não nos deixou esquecer com a sua competência administrativa, apesar de ser muitas vezes maior em território e necessidades que nossa pequena Itaparica.
Penso que ainda bem, pois dependemos da vizinha para quase tudo em nosso cotidiano.
Agora, cidade abandonada, com as obras realizadas e que ainda estão em andamento, sejamos justos, isso não.
O discutível problema é que são obras realizadas com erário Estadual, onde mesmo, foram aplicados os nossos?
Na solidão da madrugada, recuso-me a crer que estão nas reformas e nos restritos metros de calçamento construídos, nos pagamentos de fornecedores, pois seria muito abusivo ou será que, estão num tudo mais, que definitivamente não é relevante ao cidadão e a cidade?
O povo vem mudando e, portanto, as formas de fazer política e de gerir recursos públicos, também precisam mudar, assim como o direito de questionar precisa ser preservado, para que se mantenha a honra e a cidadania.

quinta-feira, 16 de janeiro de 2020

ESPERTOS OU MANOBRÁVEIS


A desqualificação de cunho pessoal pura e simplesmente com o objetivo de retrucar questões que são contrárias aos próprios entendimentos ou interesses é uma prática perigosa nos dias atuais, pois, para quem observa lendo ou assistindo, a sensação pode ser de apoio, mas também de negação, haja visto, que é público e notório que quem tem sólidos argumentos de defesa, seja lá do que for, não precisa denegrir para se fazer notar.
Assim como o bairrismo tem seus dois lados, aquele que demonstra preservar o seu habitat, como aquele que segrega toda e qualquer inserção, em evidente descriminação, o que atualmente tem sido pouco tolerado nas sociedades.
Portanto, tudo nesta vida pode apresentar, no mínimo, dois lados, quanto as reações, ficando o ideal reservado à conscientização dos fatos relacionados ao assunto em questão, assim toda discussão se enriquece, fornecendo subsídios que ampliarão os entendimentos mútuos.
Ou seja, por exemplo:
- Se o assunto apresentado for o destino dos Royalties, o que pode importar a cor da cueca ou calcinha de quem questionou?
Compreendem a malícia dos desvios de assunto?
Este desvio de intenções, tem como objetivo único tirar o foco do assunto principal, o que imediatamente é percebido por qualquer pessoa que esteja um pouco atenta.
Uma boa discussão se faz diante de argumentações lógicas e comprováveis, sem escapes primários que empobrecem e tiram de rumo, matando assim, a possibilidade de maiores entendimentos sobre o assunto.
Mais que um desconhecimento, esta prática largamente usada na política itaparicana, demonstra o enfraquecimento e malícia premeditada de quem não tem recursos argumentativos reais para demonstrar.
Nos sentimos muito espertos e entendidos...
Será que somos ou apenas massa de manobra dos que, verdadeiramente, sabem nos manipular?

TEMPOS DIFÍCEIS...



Estou aqui pensando neste amanhecer de janeiro de 2020, no quanto as experiências vivenciais são incríveis nos seus desafios cotidianos e, no quanto, a minha geração e, provavelmente, outras que até há pouco tempo, quero dizer, 20/30 anos atrás, traziam consigo conceitos e valores que, hoje, estão completamente defasados, precisam fazer esforços hercúleos para não sofrerem cognitivamente uma devastação emocional, assim como, ao mesmo tempo, conviver com a negação de seu mais precioso dom, que é justo pensar diferente ou mesmo poder expressar suas dúvidas e, até mesmo, sua respeitosa opinião, sem correr o risco de serem taxadas disso ou daquilo, numa sequência avassaladora de protestos exaltados, privando-as da liberdade de ser e de pensar, utilizando-se como argumento o direito à liberdade, deste ou daquele, numa incoerência que chega a doer, por ser unilateral e nada respeitosa.
Associo este mar de imposições sistêmicas, amparadas em leis, ao volume jamais visto de violência, onde o que eu quero e o que eu penso é, tão somente, o que interessa, e este comportamento impositivo pode ser encontrado por todo o tempo e em relação a qualquer assunto, onde a vitimização de uma já não tão minoria, sufoca uma já não tão maioria, trazendo à tona a revolta e, com ela, o pior dos sentimentos humanos, que é o ódio em relação à opressão na indução de novos valores, sem a prudência de se dar o tempo necessário para as devidas assimilações.
Tempos difíceis para todos, afinal, lutar por uma causa em pleno século 21, onde não faltam recursos e informações de todas as naturezas, deveria vir acompanhado de mais expertise de recursos de argumentação e humanidade, já que a própria história mostra os efeitos brutais que a senhora imposição de todos os níveis acarretou no desfavorecimento das minorias, portanto, o que se faz hoje em dia é exatamente copiar-se a imposição de direitos, acirrando assim, conflitos e desajustes, frente à pressa de se recuperar tempos perdidos.
Particularmente o que me resta é a resistência em querer continuar pensando para decidir se aceito ou não, isto ou aquilo, o que em absoluto tem a conotação de desrespeito e sim de defesa do meu direito inalienável de preservar o meu tempo de entendimento  a respeito de tudo.
Portanto, concluo que pensando desta forma, estarei sofrendo, vez por outra, ataques grosseiros de desrespeito à minha pessoa, através de demonstrações explícitas de autoritarismo, mas tudo bem, afinal, são os novos tempos e é preciso respeitá-los, como forma também explicita de ser coerente comigo mesma.
Respeitar e acolher é uma situação imprescindível, mas, concordar e me moldar, violando a minha própria natureza, aviltando meus valores como se lixo fossem em favor dos valores de massa ou temendo por ser lei, isso não, e para tanto, não imponho e, tão pouco, agrido ou mato para preservá-los em seus devidos tempos de assimilação cognitiva.
E antes que eu me esqueça, por ser humana e ter sangue nas veias, digo aos abusados de plantão que mente fechada e retrógrado é todo aquele que não consegue respeitar o direito do outro de ainda pensar diferente.
Afinal, estupidez é combater os preconceitos, criando-se outros, como espada de combate.
O resultado está aí, vivinho e assustador, desajustes e mortes, pois existe muita hipócrita aceitação, mas quase nenhum entendimento.
São tempos difíceis, mas tudo bem, pois assim como tudo que já presenciei e sobrevivi, esta fase impositiva, há de se adequar, só não sei quando, ou se estarei viva para ver.
Limites, antes de ser limitadores, são sinais sábios da inteligência humana.

terça-feira, 14 de janeiro de 2020

VITIMIZAÇÃO E DESQUALIFICAÇÃO



Está é uma velha prática dos políticos feudalistas ao longo da história, todavia, foi através dos membros do Partido dos Trabalhadores(PT), mais precisamente depois do mensalão, que este discurso se institucionalizou de tal forma que fica difícil ao leigo cidadão, principalmente aos menos letrados, escapulir dos apelos de sofrimento das vítimas dos poderes.
O Ufanismo(entusiasmo) exacerbado, mesclado às constantes falácias (falsas verdades), cria na mente do ouvinte uma espécie de credulidade e, pela constância da prática, se desenvolve e se transforma em idolatria ao sofredor.
Tudo isso, porque somos um povo crédulo, generoso e, acima de tudo, pobre e sem recursos educacionais, o que nos leva às crendices de todas as ordens e ao medo silencioso da punição Divina, já que esses ilustres mentirosos dos poderes, usam e abusam do nome de Deus, como reforço retórico de seus discursos apelativos.
É comum ainda encontrar-se nos locais mais atrasados, onde a sobrevivência tem destaque prioritário no cotidiano da maioria dos cidadãos, um número expressivo de adeptos que se curva às apelações emocionais destes mandatários da perpetuação da miséria de todos os níveis, pois desconsideram seus mais profundos direitos, até porque, não conseguem mensurá-los, na sua real grandeza.
E aí, qualquer punhado de alpiste é banquete aos esfomeados pássaros.
Daí, alguns comandantes dos poderes ainda combaterem sem piedade à todo aquele que, munido de conhecimentos da lógica matemática e humanitária, se apresenta para alertar aos demais, fazendo da desqualificação pessoal, suas espadas de combate.,
Mas o bom de tudo isso é que estamos evoluindo e tudo é, apenas, uma questão de tempo.

segunda-feira, 13 de janeiro de 2020

PENSEM NISSO...



As mazelas sociais, são frutos diretamente produzidos pela Hipocrisia que, há muito, tem sido combatida, mas que como praga resistente, mantém uma humanidade doente.
Cada sujeito que tem no seu DNA, o ativismo político, certamente o expressa na sua forma de ser e nas condições que possui.
Jamais fui capaz de representar o personagem político que mora dentro de mim de outra forma que não fosse escrevendo o que meus sentidos absorvem e minha mente decodifica, sempre com a esperança inabalável de que pelo menos, uma só pessoa encontre sentido e pense a respeito e,  assim, somam-se as contribuições para o desenvolvimento social de qualquer lugar, desde que a terra foi habitada pela humanidade com senso participativo.
Já pensaram se todos os ativistas de uma só cidade, de tudo entendessem e em todos os lugares estivessem para in loco, colherem informações, ou que todos apenas pensassem e analisassem o lógico que se fragmenta e se adapta ao gosto e interesses individuais?
A diversidade em todos os sentidos é que movimenta as evoluções, numa parceria silenciosa de colaborações, onde o bem-comum é sempre a meta prioritária, mesmo que cada qual, reserve em si e nas suas posturas, a contaminação do chamado partidário, do qual, nenhuma mente minimamente racional, consegue escapar.
E é aí, neste detalhe fundamental que reside a grandeza da participação política e a união de esforços que ao longo destes milhões de anos de humanidade, vem adquirindo polimento para deixar aflorar seus benditos talentos que somados, transformam o ser humano no maior e mais perfeito representante da criação de Deus ou universal, na opção de crença de cada ser individual.
Todavia, em meio a todos os dons que nos beneficia, existiu sempre as daninhas pragas da hipocrisia, camuflagem sórdida e corrosiva da nossa também covardia, que pelo mesmo trajeto e tempo humano, vem atrasando as passadas, arrancando os frutos, ainda em desenvolvimento e, deixando a todos nós, num profundo cansaço existencial.



quinta-feira, 9 de janeiro de 2020

REFLETINDO...



Nos tempos bicudos que estamos vivenciando, falar o que se pensa, certamente fere o contrário, e este, por não admitir ser divergido, logo em seguida lhe confere um rótulo depreciador, levando-me a pensar no quanto, enquanto omissos, estaremos por todo o tempo reforçando a total incoerência de nosso mais sublime direito, que será sempre o de nos libertar das opressões.
Mas meu Deus, como será possível, se para cada lado que se olhe, lá estão eles, os chefões profissionais de nossos destinos, fazendo e acontecendo nos seus protagonismos cênicos, restando a nós as figurações, sem falas e sem rostos que se expressem.
Por quase duas décadas em Itaparica, escrevo sobre o direito inalienável de cada cidadão em reivindicar dos políticos seus mais primários direitos constitucionais, inconformada que sempre fui com a doída submissão existente.
Inúmeras foram as vezes em que indiquei que o único caminho de se alterar as regras brutais deste jogo político brasileiro seria através das reações populares, mas como fazer isso, se a população não sabe como fazê-lo, já que a opressão silenciosa do feudalismo, travestido de inúmeras vestimentas enganadoras, assim domesticou seu gado nos currais eleitorais, que apenas mudaram suas apresentações, camuflando com cores vibrantes as mesmas cercas de outrora?
O que assisti neste Sete de Janeiro foi mais um protagonismo dos chefões eleitoreiros com seus chicotes em riste, fazendo doidas espirais sobre um povo simples e necessitado de quase tudo, que por instantes, acreditou mais uma vez que estava tendo seus momentos de glória, num pouporri de cenas esdrúxulas que chamam inocentemente de ato democrático.
Dizei-me, Deus, se é mentira ou se é verdade, tanto horror perante os céus? Castro Alves
Três anos longos e dolorosos para muitos e, no entanto, somente nos meses que antecedem as eleições, as manifestações são produzidas como peças teatrais previamente ensaiadas.
Onde estavam os senhores dos poderes para conduzir seus gados magros e sofridos, na busca sensata de seu pasto farto, onde poucos se saciavam?
Estavam sempre muito ocupados com seus negócios particulares.
O tempo de cada um deles, jamais coincide com o tempo do povo.
Desculpem a sinceridade, mas aonde estavam os protagonistas cênicos que não moveram um dedo sequer a favor da dor e das necessidades deste povo, nos últimos pelo menos 18 anos, que pude observar e conclamá-los incansável e solitariamente, mediante meus escritos e de minhas falas através da Rádio Tupinambá e no Jornal Variedades?
Incomodei tanto, que ignorar-me e soterrar com a indiferença os únicos meios de libertação de cada cidadão foi a mais silenciosa, cumplice e desalmada forma de defenderem-se.
Política saudável, é feita de protagonismo em participações e realizações a favor do bem comum nos 365 dias do calendário de qualquer cidade, ensinando cada pessoa a pensar e a se respeitar.
Enquanto isso não acontecer, tudo será como dantes no quartel de Abrantes.


MELANCÓLICO



Maravilha, quando livres de amores partidários, ideologias ou idolatrias somos capazes de enxergar bem além das aparências.
Maravilha também é o direito maior de expressar escolhas num processo que chamamos de democrático.
Maravilha seria que tais escolhas estivessem menos contaminadas pela força brutal da necessidade de sobrevivência que, infelizmente, turva inexoravelmente toda e qualquer visão de ética e moral públicas, isso sem esquecer o apagamento geral que se produz em relação ao certo e ao errado nas posturas dos governantes.
Maravilha seria que todos fossem livres e autônomos o suficiente para exercer suas democráticas escolhas, sem o peso da imensa falta de opções de trabalho e educação.
Ontem, fui capaz de perceber a negação absurda e cruel de um pequeno aglomerado de desesperados sorridentes, gritando sob o céu de brigadeiro sua insegurança diante de um futuro que está logo ali, em outubro próximo.
Esta cena se repete a cada quatro anos, mas nunca, como ontem, me pareceu tão melancólica.
E aí, lembro-me do exemplo do PT, que recebeu todas as glórias e oportunidades que a bendita democracia ofereceu por anos a fio, no entanto, preferiu optar pelas oligarquias da pressa e do engano, disfarçando com sorrisos, agrados baratos e apelos divinos, suas tiranias, numa cópia velha e desgastada dos senhores feudais dos tempos remotos.
Que diriam Platão, Aristóteles e tantos outros pensadores desta política contemporânea?
Maravilha seria ter-se uma real democracia. Mas como, se não há educação?


domingo, 5 de janeiro de 2020

Ney Matogrosso - Por Debaixo Dos Panos

Preparem-se, pois em breve, teremos uma fabulosa união de inimigos políticos na busca insana pela reeleição em Itaparica.
Não se espantem se a carniça do poder, que é a Prefeitura e a Câmara, venha a atrair gregos e troianos, numa só nau do engodo local, onde as intenções são claras e doloridas, para um povo que permanece continuamente, como refém dos abutres da governança.
Não há infelizmente em quem confiar, já que, por debaixo dos panos, só mesmo os interessados podem ver.


sábado, 4 de janeiro de 2020

PAROU, POR QUÊ?


Para que não digam que sou perseguidora, reservarei o mês de janeiro como espaço de tempo, para que a Prefeitura termine o trabalho que começou nas areias de PONTA DE AREIA, e que feliz, agradeci e até, sugeri sobre o que poderia ser feito com o material retirado.
No entanto, parou? Parou, por quê?
Esse é um trabalho insano que merece continuidade e manutenção constante, assim como estende-lo, além das cercanias da barraca do irmão da Prefeita é uma decisão mais prudente, para que se resguarde o mínimo de respeito que qualquer gestão, deve oferecer a si própria e ao povo.
Estar próximo ao povo, dá nisso... Ouvimos e enxergamos com mais objetividade e não há peneira que tampe o sol da nossa visão.
Primarismos, inconsequências e deboches, são feridas visíveis e doloridas e que, geralmente, demoram para fechar..

ESPLENDIDO GOZO

De onde surgiu o meu improviso, não sei precisar, mas, com certeza, sempre foi a minha mais autêntica realidade, custando-me em algumas ocas...