Pelo amor de
Deus, antes de se fecharem em suas convicções que, a princípio, são extremamente
válidas, peço-lhes que observem os demais ângulos desta lei aprovada na Câmara
e que entrou em vigor em 01/01/2020 (proibição do uso de sacolas plásticas
pelos mercados).
Certamente,
toda e qualquer alteração nos hábitos e costumes em qualquer lugar deste
planeta, causa transtornos de adaptabilidade, todavia, é preciso que nos
atenhamos no custo benefício que a mudança trará mais adiante.
Aonde estão
as ações correspondentes de apoio à população, tanto no aviso antecipado,
quanto nas ações correlatas de amparo ao cidadão.
Questionar as
atrocidades que os seres humanos estão fazendo com o descarte de seu próprio
lixo, principalmente em relação aos mares, rios e aos bueiros das cidades, é um
paradoxo inacreditável, frente às desgraças que estão sendo mostradas a cada
dia pelas mídias nacionais e internacionais.
Que ações de
controle são necessárias, ninguém questiona, a não ser, quando as mesmas afetam
o individual, afinal, uma coisa é falar, outra é vivenciar.
Colocar em
xeque a pouca atuação dos vereadores ao longo dos quase quatro anos, é válido e
é preciso que se dê um basta neste ciclo vicioso, que se estende por décadas de
empreguismo inútil e dispendioso ao município, mas, usar uma ação de natureza
ecologicamente educativa, como primeiro passo de uma conscientização dos
cidadãos, é no mínimo outra grave incompreensão da dura realidade que estamos
vivendo.
Exigir que
os vereadores atuem como deveriam, numa cobrança sistemática, para a implantação
de um projeto sério de recolhimento do lixo diário, assim como manutenção da
limpeza contínua de ruas e praias, em relação ao custo que é pesado para os
cofres da cidade, é justo e necessário, mas questionar uma ação educativa, com
certeza a primeira que, certamente, virá trazer benefícios sociais de saúde
pública, não é coerente e muito menos lógico, diante do panorama hostil que constatamos,
principalmente, nos períodos chuvosos.
Ideal seria
que a próxima lei viesse para também proibir copos, pratos e canudos de
plástico, e chamo a atenção quanto ao volume absurdo de dejetos que deixariam
de ser descartados irresponsavelmente.
No entanto,
concordo que a lei por si só, sem o amparo de um projeto mais amplo, com a
participação efetiva da prefeitura, no que tange ao recolhimento do lixo,
criar-se-á um volume absurdo de lixos de todas as espécies jogados nas esquinas
sem o devido armazenamento, o que ampliará um sério problema de saúde pública,
pelo também volume de chorume, espalhando-se pela terra e infiltrando-se silenciosamente,
contaminando ainda mais o lençol freático, além de se transformarem em criadouros
de um sem número de doenças, inclusive de pele, que sempre foi um problema na
Ilha.
Também
concordo que a boa intenção do vereador, assim como dos demais que aprovaram a
lei, não contou com a expertise necessária de um projeto que pudesse,
verdadeiramente, representar um importante primeiro passo educacional, ficando
apenas como mais uma lei solta e sem conteúdo que a sustente.
Acredito,
que apenas por estarmos em ano eleitoral, leis são promulgadas, ações são
implantadas e questionamentos são realizados sem a devida atenção e dedicação
que merecem, e isto, em ocasiões não tão distantes, já se mostraram
absolutamente ineficientes, sem que esqueçamos que não há, no corpo
legislativo, assim como no executivo, funcionários capacitados que possam
avaliar sobre vários ângulos os prós e os contra de suas ações, mesmo tendo nas
folhas de pagamentos, sanitaristas, juristas, etc.
Portanto,
concluo que todas as ações intempestivas, sejam públicas ou cidadãs, carecem de
um maior aprofundamento, quanto a qualidade, a necessidade e o oportunismo,
caso contrário, continuaremos a vê-las somente nos momentos eleitorais, onde a
pressa, torna-se o inimigo número um do bom senso, enquanto, no decorrer dos
três longos e dolorosos anos, o povo sofre sem que haja uma só voz de defesa, que
por ele ecoe, assim como um só político que se envergonhe do ostracismo das
mesmices que apresentam como feitos gigantescos, sob o aplauso de seu grupo
político e de alguns outros ingênuos que acreditam que suas mazelas são da
vontade de DEUS.
Audiências
públicas, pelo menos uma vez por mês, precisam ser aprovadas imediatamente, afinal,
a casa não é do Cidadão?
Fica a dica
para os vereadores e principalmente para os líderes políticos.
A hora é essa, menos discursos e promessas e
mais ações palpáveis ao bem comum, antes mesmo de serem eleitos para que cargo
for.