domingo, 14 de janeiro de 2018

SIMPLES e COMPLICADO


A falta do senso de cidadania, aliado ao hábito arraigado da submissão social, imposta pelo chicote, a espada e a dominação psicológica, fez do povo brasileiro uma massa manobrável, quase que incapaz de compreender que, sem direitos, não há deveres bem cumpridos.
Para sobreviver a um contínuo assédio manipulador, cada cidadão foi desenvolvendo com recursos próprios suas defesas e dando a elas o nome de “jeitinho”; esta receita foi se alastrando ao ponto de hoje estarmos vivendo a “era do jeitinho”, onde nada, absolutamente nada, funciona sem que ele esteja presente, beneficiando um lado em detrimento de outro.
Enquanto fomos dando os nossos jeitinhos, perdemos sem que nos apercebêssemos a capacidade do aperfeiçoamento, da disputa através dos conhecimentos e talentos, da conquista por méritos, pura e simplesmente para sermos gigolôs de nós mesmos, vendendo nossas ideias e ideais, geralmente por uns trocados que mal pagam a nossa sobrevivência.
Fomos doutrinados a acreditar que ao lutarmos pelo que acreditamos ser o melhor, automaticamente estamos indo contra a este ou aquele, soterrando assim, qualquer estímulo às ações participativas de âmbito coletivo, onde a visão de “bem comum seja prioridade”.
Somos espectros manipulados sem alma e sem intelecto que, tão somente, aplaude ou vaia, sem maiores convencimentos que pudessem embasar nossas opções de escolha, fazendo do quase nada, nosso ideal de pátria e de vida.
Pense nisso em cada momento em que optar pelo silêncio da omissão ou pelo falso conforto do partidarismo.

Tudo é simples para ser sentido e complicado para ser compreendido, restando-nos somente a bendita vontade voluntária de apenas ser bem mais que um fantoche no contexto do sempre “jeitinho brasileiro” que nos mantém reféns da ineficácia e do consolo dos trios elétricos.

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