A falta do
senso de cidadania, aliado ao hábito arraigado da submissão social, imposta
pelo chicote, a espada e a dominação psicológica, fez do povo brasileiro uma
massa manobrável, quase que incapaz de compreender que, sem direitos, não há
deveres bem cumpridos.
Para
sobreviver a um contínuo assédio manipulador, cada cidadão foi desenvolvendo
com recursos próprios suas defesas e dando a elas o nome de “jeitinho”; esta
receita foi se alastrando ao ponto de hoje estarmos vivendo a “era do jeitinho”,
onde nada, absolutamente nada, funciona sem que ele esteja presente,
beneficiando um lado em detrimento de outro.
Enquanto
fomos dando os nossos jeitinhos, perdemos sem que nos apercebêssemos a
capacidade do aperfeiçoamento, da disputa através dos conhecimentos e talentos,
da conquista por méritos, pura e simplesmente para sermos gigolôs de nós
mesmos, vendendo nossas ideias e ideais, geralmente por uns trocados que mal
pagam a nossa sobrevivência.
Fomos
doutrinados a acreditar que ao lutarmos pelo que acreditamos ser o melhor,
automaticamente estamos indo contra a este ou aquele, soterrando assim, qualquer
estímulo às ações participativas de âmbito coletivo, onde a visão de “bem comum
seja prioridade”.
Somos
espectros manipulados sem alma e sem intelecto que, tão somente, aplaude ou
vaia, sem maiores convencimentos que pudessem embasar nossas opções de escolha,
fazendo do quase nada, nosso ideal de pátria e de vida.
Pense nisso
em cada momento em que optar pelo silêncio da omissão ou pelo falso conforto do
partidarismo.
Tudo é
simples para ser sentido e complicado para ser compreendido, restando-nos
somente a bendita vontade voluntária de apenas ser bem mais que um fantoche no
contexto do sempre “jeitinho brasileiro” que nos mantém reféns da ineficácia e do
consolo dos trios elétricos.
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