domingo, 7 de janeiro de 2018

PÓ DE ARROZ


Que coisa, viu!!! De repente é bem capaz de mais ninguém lembrar deste produto tão utilizado pelas mulheres até meados dos anos setenta.
Paguei o mico mais absurdo do mundo, procurando nas farmácias os benditos “pó de arroz” que ganharam outros nomes mais atualizados e, até mesmo, chiques por estar em inglês, mas que na realidade é o mesmo pozinho delicado que colocamos após a base em nossos rostos.
Pensando nisso, lembro do tudo mais que permaneceu igual, mas com nova nomenclatura, assim como, penso fazendo uma analogia com a linguagem entre pessoas, que apesar de representarem exatamente suas intenções, ganharam expressões modernas que confundem o desavisado, tipo eu, por exemplo.
Sou o que se poderia comparar com uma “porca espanada”, sempre fora destas mudanças sistêmicas, mas pelo menos, sem vergonha de dizer:
- O que é isso mesmo?
Claro que para os descolados, antenados e ligadões em tudo e em todos, sou uma toupeira, mas e daí, quem disse que quero concorrer ao título de esperta?
- Acorda, você não sabia?
- Em que mundo você vive?
E quem disse que eu quero perder o meu precioso instante presente, atualizando-me junto ao modernismo que muda por todo o tempo, banalizando os “pós de arroz” que, assim como tantas outras coisas, ajudou durante décadas a eu ser uma pessoa mais fiel e menos volúvel?
Tenho como relíquia, guardado na gaveta da cômoda, uma embalagem das antigas do meu inseparável pó de arroz da juventude, símbolo real da minha personalidade tradicional, que preza a qualidade sem fazer dela uma constante mutação, abrindo espaço para o leviano e o banal.


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