O tempo vai
passando e a gente vai se enfarando de algumas corriqueiras situações que
dantes nos pareciam absolutamente dentro do contexto de nossas formas de tocar
as nossas vidinhas.
E aí, se em
alguns aspectos éramos sistemáticos, aos poucos vamos intensificando esta
característica de nossas personalidades e, como se fosse assim, de repente,
percebemos que nos tornamos chatos e, diante desta constatação, se somos
educados, tentamos disfarçar, mas pelo amor de Deus, fala sério...
Penso, então,
que não é à toa que existem as aposentadorias, justo para livrar-nos da
irritante repetitividade de todos os dias vivenciarmos uma rotina para lá de
enfadonha, mesmo que o prazer norteie o que fazemos.
Esta mesmice
irritante, acontece em algum momento de nossas vidas e atinge inevitavelmente todos
os aspectos repetitivos, e não me venham dizer que não é bem assim, porque é
exatamente assim, seja num casamento longo, que gostaríamos de tirar férias,
seja com as manias insuportáveis de nossos filhos, seja com o trabalho que em
dado momento sonhamos em largar, com os amigos, vizinhos, conhecidos e, até
mesmo, com a nossa cidade que daríamos qualquer coisa para, nem que fosse por
alguns dias, simplesmente desaparecer para um outro lugar, que pode ser
qualquer um, desde que seja bem distante da chatice que nos sufoca.
Nossa, quem
me lê, neste instante, certamente dirá que eu estou enfarada e, certamente,
estará certa, pois fecho os meus olhos e me vejo sozinha, no alto de uma
colina, cercada de árvores frondosas e tendo como companhia, tão somente, meus
preciosos pássaros.
Estou
naquela fase em que até o cheiro do peixe sendo frito ou do feijão que a
vizinha cozinha, me enjoa.
Affe!!!
Gosto mesmo
de minha Itaparica bem quietinha, sem tanta gente, tantas bandas e tanta
desnecessariedade.
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