Quietinha
lendo os comentários nas redes sociais e, ao mesmo tempo, ouvindo os deliciosos
sons dos pássaros despedindo-se de mais um dia ensolarado e sentindo as brisas
marinhas que, insistentes, fazem curva para, tão somente, me tocarem.
Então,
degustando esta delicada maravilha, fico tentada a pensar que sem sentir a vida
nas suas peculiaridades fica difícil para qualquer ser humano, sair de dentro
de si mesmo para, pelo menos, tentar compreender o tudo mais.
Mas quem tem
tempo em meio a tantas outras atrações, ir ao encontro do belo, do simples do
apenas vida?
Os pássaros
defecam nas roupas do varal, seus sons podem ser tão barulhentos que em muitos
momentos incomodam.
As brisas
insistentes só são percebidas quando transformadas em ventos fortes que,
geralmente, são sentidas nas orlas, desarrumando os cabelos e levantando areia.
Como enxergar
um belo jardim se não for através da inveja dos canteiros coloridos dos
vizinhos.
Então, como
adentrar nas emoções alheias se sequer é possível sentir as próprias?
Penso então
olhando o sol que lentamente se despede no horizonte, que a esperança da chegada
da deslumbrante negra noite é mais uma chance de repousar-se a mente, deixando –a
livre na esperança de que a perspicaz lógica faça uma breve, mas consistente
visita.
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