Na medida em
que vamos envelhecendo, vamos também neste processo nos tornando mais sensíveis
às coisas do mundo, com certeza, porque os sentidos já infinitamente
abastecidos de mazelas assimiladas ao longo da caminhada, pede socorro de
formas diferenciadas. E aí, dizemos:
-Nossa!!! Fulano
depois de velho, está isto ou aquilo.
Na
realidade, contabilizamos as nossas emoções, construídas uma a uma durante
nossas vidas e a depender de nossas naturezas, reforçadas ou remodeladas pelos
nossos históricos existenciais, tornamo-nos mais ou menos isto ou aquilo, mas
indiscutivelmente, não se pode negar que os resultados são oriundos dos
sentidos cansados pelo ofício ininterrupto de filtragem, afim de amenizarem os
efeitos processuais da mente e, então, se rebelam em aflitos apelos por
compreensão e paciência.
No meu caso
em particular, percebo que como comunicadora e estudiosa das emoções humanas,
já não estou aguentando tanto horror produzido por um sistema humano, que vem exacerbando
em seu desiquilíbrio, como ondas incessantes de um mar revolto em constantes
ressacas de dor e desespero.
E o que é
pior, já não encontro razão que justifique propaga-las, acreditando que o
aumento das mazelas se dá, inclusive, pelo excesso de publicidade que recebem,
como modelos constantes a serem copiados ou tolerados, de produção do pior da
raça humana, que se expressa em todas as áreas, disfarçadas de informação,
entretenimento, cultura, contemporaneidade e, etc., e tal.
Tudo para
disfarçar um louco retrocesso de convívio social, que se revela absurdo, para
quem conheceu outros tempos, mas absolutamente natural para uma juventude sem
parâmetros para processarem uma avaliação mais precisa e real, quanto aos
malefícios que operam silenciosamente, no físico, no emocional e no contexto
vivencial da coletividade.
Toda esta
enxurrada começa bem cedo, através dos meios variados de comunicação e se
estende ao longo do dia e grande parte da noite, prendendo atenções e
destruindo valores agregativos.
Para mim,
com certeza já deu...Passo e repasso, pois, me nego a reverberar o feio e o grotesco,
o abusado e o cruel, o marginal e o inconsequente.
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