Como de costume,
assisti a grande parte da Sessão Plenária do STF, na tratativa das questões das
Medidas Cautelares, que diretamente afetam a situação do Senador Aécio Neves e
como não poderia deixar de ser, pela minha própria natureza, fui fazendo
correlações com o povo e suas posturas ao longo destes anos de incessante “Crime
e Castigo”.
Entre um e outro ministro, lá
estávamos nós, eu e meu marido, sentados no conforto da poltrona, sentindo-nos
jurados quanto às avaliações, crendo ingenuamente, mas empolgados, estarmos
diante de um julgamento isento de maiores interesses, se não da verdade, do bem
público e do respeito à Constituição Nacional.
Depois do caso passado, sem a influência das simpatias
pessoais em relação a este ou aquele ministro e, tão pouco, iludida de que sou
capaz de uma avaliação, seja ela qual for, até porque, eu ou qualquer outro,
desconhecemos os reais fatos, nada além daqueles que nos são repetidamente
informados por uma mídia absolutamente tendenciosa.
Concluí, lamentando, que a maior chaga que o país está
sofrendo é justo a perda da fé em relação a classe política.
A corrupção, mais que quebrar a economia do país e nos roubar
o direito aos nossos mais primários direitos sociais, quebrou de forma
indelével a nossa crença nas figuras emblemáticas que tínhamos como líderes.
Todavia, mais do que
isto, tirou-nos a esperança de haja um só entre milhares de políticos, que não
se corrompa ao adentrar neste sistema apodrecido, sem amparo moral e ético que
o sustente e ampare.
Aquela, sem dúvidas, foi uma sessão desastrosa, que deixou
claro ao observador, mesmo que seja da poltrona, que em um país sério o
julgador não pode ser nomeado pelo possível julgado, pois tira dele a isenção
necessária a uma visão ampla e isenta de pressões.
E no caso presente, acentuando-se a postura deprimente da
Presidente da casa em questão, quando a mesma se viu entre a Cruz e a Espada de
uma justiça contaminada e enfraquecida, mostrou-se débil, confusa e
absolutamente despreparada para lá estar.
Perdemos a fé numa possível sustentabilidade moral e ética de
nossas instituições e consequentes gestores.
Tentar achá-la, será sem dúvidas uma tarefa das mais árduas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário