terça-feira, 24 de outubro de 2017

INVEJA


Este é um sentimento que as pessoas não gostam de admitir que possuem, mas na realidade ela está inserida nos comportamentos cotidianos, queiramos admitir ou não.
Segundo Aurélio, a inveja é:
1.Desgosto ou pesar pelo bem ou felicidade de outrem.
2.Desejo violento de possuir o bem alheio.
3.Objeto da inveja.
Não concordo, abusada eu sou, heim...
Essa história de que existe a inveja boa e a ruim é pura desculpa, geralmente do invejoso contumaz, justo por não saber diferenciar suas emoções, desejos e expectativas e, então, coloca tudo num balaio, acreditando que convencem a si e aos demais com as suas falácias pessoais sobre si mesmo.
Confesso a vocês que me leem que senti por toda a minha vida inúmeras invejas que me impulsionaram a desejar ser tanto como o outro, e muitas vezes consegui, o que me encheu de alegrias, afinal, foram meus parâmetros, destaques de vidas e históricos pessoais que me motivaram a buscar isto ou aquilo que eles se destacaram.
Sentir inveja, jamais me envergonhou ou me fez mal, assim como jamais também se reverteu em danos ao invejado.
O hábito de minha inveja começou cedo, ainda garota, ao apreciar a minha tia Nair, que era meu símbolo de elegância e distinção, e eu pensava:
- Quero ser como ela, afinal, ela mais do que qualquer pessoa sabia estar, fosse onde fosse.
Já na adolescência invejei outra tia, a linda e poderosa tia Hilda, poeta, humanista, batalhadora em transformar o seu universo num mundo melhor.
Depois, já adulta em Brasília, apaixonei-me pela inteligência do Professor Darcy Ribeiro e  sua visão ampliada em relação ao social, através da educação.
E foi assim por todo o tempo, sorvendo o melhor de cada pessoa relevante em seu setor de atividade, numa compulsão de aprendizado que trago até os dias atuais.
Penso, o que eu seria se não fosse a minha capacidade em invejar os poderosos que conheci?
Creio que quase nada, pois teria perdido a oportunidade de fazer deles meus parâmetros, meus guias orientadores em minha jornada de vida e liberdade de ser eu mesma com fragmentos benditos de todos aqueles que invejei.
Hoje, invejo cada vez mais a todo aquele que admite seus erros, tornando-se humanos na busca do aperfeiçoamento.
Invejar é bom demais...


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