segunda-feira, 30 de outubro de 2017

E AGORA, JOSÉ?


          A festa acabou, 
          a luz apagou, 
          o povo sumiu, 
          a noite esfriou, 
          e agora, José? 
          e agora, você? 
Carlos Drummond de Andrade
Tudo lindo e maravilhoso, deixando o desejo íntimo do quero mais, mas agora, só no ano que vem, enquanto isso, voltamos todos às nossas rotinas, não sem uma enorme bagagem de detalhes da festa, seja para elogiar ou criticar.
Bem mais para criticar, porque, afinal, somos especialistas em quase tudo e sempre sabemos como fazer melhor, principalmente depois que o outro já realizou.
Somos assim, fofoqueiros de plantão, mesmo que negando, mesmo nos qualificando como pessoas que detestam disse me disse.
Qual nada, adoramos colocar um, MAS, sempre após um elogio, afinal, como estaria o mundo sem os nossos palpites?
E como eu não fujo à regra, penso que os três dias de festas foram simplesmente maravilhosos, além de ser um trabalho para poucos realizarem, pelo seu gigantismo e diversidade de exigências, MAS no ano que vem, seria oportuno, trocar o palco de lugar, pois o vento é muito forte, comprometendo a qualidade do som e etc., e tal, além do horário do início da programação, que deveria ser sempre mais tarde, pois fica cansativo a permanência do público do primeiro ao último show.
Eu também poderia falar que, para os mais velhos, a falta de opção de uma cadeirinha para aliviar as perdas, fez falta.
Bem, em compensação, a segurança estava perfeita com nossos guardas municipais e polícia militar, discretos e atuantes, garantindo no ir e vir com tranquilidade, MAS infelizmente, o transporte foi comprometido pela falta de ônibus com preços populares, pois a organização se esqueceu que o povo em geral não dispõe de carro.
Todavia, DEUS ajudou e não choveu, MAS se tivesse chovido, o caos teria se implantado, pois não se pensou em coberturas opcionais, afinal, não se tratava de um público do Rock in Rio, acostumado aos anos 60 de despojamento total, e sim de um público basicamente família de cidade pequena, que, antes de tudo, opta pelo máximo possível de segurança e um certo conforto.
No mais, pelo menos no meu caso, o MAS para por aí, todavia, no decorrer do dia, outros MAS irei catalogar de meus amigos, vizinhos e ouvintes da Rádio Tupinambá.
Termino minhas impressões sobre o FITA deste ano, agradecendo o privilégio de nele ter participado com minha família, esperando que tenha sido tão somente o início de uma nova história que venha, ano após ano, integrar-se ao calendário Turístico Cultural de nossa querida e linda ITAPARICA.
Parabéns à empresa organizadora, na pessoa de Ana Paula e toda a sua equipe, ao amigo sonhador e batalhador, Diretor Artístico, Yulo Cesar, aos voluntários que foram inúmeros, aos talentos locais que deram brilho e luz ao povo com suas criações pessoais, à Marlylda Barbuda  e Edmilson Bazar, prefeita e vice-prefeito, que abraçaram e ajudaram a implantar a ideia e a todos os visitantes que vieram prestigiar o festival e a nossa cidade.
MAS, quanto a isto ou aquilo, o jeito é enfiar a viola no saco e da próxima vez tentar ajudar ou, quem sabe, comparecer para apoiar a todos aqueles que arduamente durante semanas trabalharam para fazer o novo, o inédito, tudinho para nós..

Afinal, no caso do poema de Drummond, “Minas não há mais”, MAS no nosso caso, temos com certeza uma ITAPARICA viva para amar e cuidar...
          

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