Amanheci
agitada como há muito não acontecia, o que me fez voar ao passado em que eu
vivia permanentemente agitada, correndo atrás do tempo, sem alcança-lo, o que
me trazia uma profunda angústia com gosto de frustração, incompetência pessoal
que, mais que magoar o ego, destruía minha saúde física e mental.
Física, mas
invisível, tal qual o emocional que eu nem me apercebia o quanto destoava de
minha natureza, que na realidade era alegre, solidária e apaixonada.
Invisível,
pois estava me corroendo lenta e gradativamente e cujos resultados danosos só
vim a conhecer muitos anos mais tarde, enquanto o emocional devorou-me
preciosos anos que deveriam ter sido de pura plenitude.
Pensando em
tudo isso nos dias atuais, superados os efeitos colaterais, pouso o olhar
carinhoso sobre mim mesma e me desculpo, oferecendo o meu perdão à minha
estupidez existencial e, ao mesmo tempo, acariciando delicadamente a minha
mente amiga que, em dado momento, determinada, disse basta, jogando por terra todos
os resquícios de vaidade e soberba, para depois erguer-me generosamente, com
uma nova forma de enxergar a vida.
Então, por
quê amanheci com os velhos sintomas de uma patologia que pensei estar curada?
Talvez,
porque acostumei-me tanto com o estresse que este, adormecido nas células de
meu corpo, vez por outra, dê sinal de vida, a fim de lembra-me que nada,
absolutamente nada, vale os transtornos de inserir-me no mundo louco que me
cerca.
Tenho estado
tão bem assim, mudar para quê?
Que se dane
todo o restante sistêmico que aparentemente estou perdendo.
Eu tenho o
sossego para ouvir os pássaros, o silêncio bendito para escutar a mim mesma e a
harmonia necessária para ir sempre aprendendo com a vida.
Respiro
fundo e já me sinto de volta à velha e sorridente Regina, que em um certo dia
abdicou de correr e passou a caminhar, lado a lado com o tempo.
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