segunda-feira, 30 de outubro de 2017

E AGORA, JOSÉ?


          A festa acabou, 
          a luz apagou, 
          o povo sumiu, 
          a noite esfriou, 
          e agora, José? 
          e agora, você? 
Carlos Drummond de Andrade
Tudo lindo e maravilhoso, deixando o desejo íntimo do quero mais, mas agora, só no ano que vem, enquanto isso, voltamos todos às nossas rotinas, não sem uma enorme bagagem de detalhes da festa, seja para elogiar ou criticar.
Bem mais para criticar, porque, afinal, somos especialistas em quase tudo e sempre sabemos como fazer melhor, principalmente depois que o outro já realizou.
Somos assim, fofoqueiros de plantão, mesmo que negando, mesmo nos qualificando como pessoas que detestam disse me disse.
Qual nada, adoramos colocar um, MAS, sempre após um elogio, afinal, como estaria o mundo sem os nossos palpites?
E como eu não fujo à regra, penso que os três dias de festas foram simplesmente maravilhosos, além de ser um trabalho para poucos realizarem, pelo seu gigantismo e diversidade de exigências, MAS no ano que vem, seria oportuno, trocar o palco de lugar, pois o vento é muito forte, comprometendo a qualidade do som e etc., e tal, além do horário do início da programação, que deveria ser sempre mais tarde, pois fica cansativo a permanência do público do primeiro ao último show.
Eu também poderia falar que, para os mais velhos, a falta de opção de uma cadeirinha para aliviar as perdas, fez falta.
Bem, em compensação, a segurança estava perfeita com nossos guardas municipais e polícia militar, discretos e atuantes, garantindo no ir e vir com tranquilidade, MAS infelizmente, o transporte foi comprometido pela falta de ônibus com preços populares, pois a organização se esqueceu que o povo em geral não dispõe de carro.
Todavia, DEUS ajudou e não choveu, MAS se tivesse chovido, o caos teria se implantado, pois não se pensou em coberturas opcionais, afinal, não se tratava de um público do Rock in Rio, acostumado aos anos 60 de despojamento total, e sim de um público basicamente família de cidade pequena, que, antes de tudo, opta pelo máximo possível de segurança e um certo conforto.
No mais, pelo menos no meu caso, o MAS para por aí, todavia, no decorrer do dia, outros MAS irei catalogar de meus amigos, vizinhos e ouvintes da Rádio Tupinambá.
Termino minhas impressões sobre o FITA deste ano, agradecendo o privilégio de nele ter participado com minha família, esperando que tenha sido tão somente o início de uma nova história que venha, ano após ano, integrar-se ao calendário Turístico Cultural de nossa querida e linda ITAPARICA.
Parabéns à empresa organizadora, na pessoa de Ana Paula e toda a sua equipe, ao amigo sonhador e batalhador, Diretor Artístico, Yulo Cesar, aos voluntários que foram inúmeros, aos talentos locais que deram brilho e luz ao povo com suas criações pessoais, à Marlylda Barbuda  e Edmilson Bazar, prefeita e vice-prefeito, que abraçaram e ajudaram a implantar a ideia e a todos os visitantes que vieram prestigiar o festival e a nossa cidade.
MAS, quanto a isto ou aquilo, o jeito é enfiar a viola no saco e da próxima vez tentar ajudar ou, quem sabe, comparecer para apoiar a todos aqueles que arduamente durante semanas trabalharam para fazer o novo, o inédito, tudinho para nós..

Afinal, no caso do poema de Drummond, “Minas não há mais”, MAS no nosso caso, temos com certeza uma ITAPARICA viva para amar e cuidar...
          

domingo, 29 de outubro de 2017

APOLOGIA À VIOLÊNCIA


O último lançamento musical de Gabriel Pensador seria perfeito se lançado na Finlândia ou em qualquer outro país com índices educacionais mais expressivos, com certeza seria menos literalmente entendido, mas no Brasil, onde a violência em todos os seus aspectos sociais e humanos é a tônica maior, torna-se mais um incentivo à revolta e às soluções imediatistas e superficiais.
E como matar o presidente e toda a corja de corruptos que, afinal, se institucionalizou é tarefa quase impossível, cognitivamente interpretamos que para a nossa libertação, só nos resta violar o mais próximo que, de alguma forma, se assemelha aos nossos opressores.
Bom seria que ao invés de incentivar qualquer tipo de violência sob a camuflagem de arte, artistas e intelectuais que dispõem de luz midiática levassem ao povo o entendimento mesmo que superficial do senso de pertencimento, razão maior da fraqueza cidadã que abriu portas e janelas para o inadequado.
O que tenho observado é a indução a um povo já sem qualquer resquício em si de entendimento político e social, a trocar o seis por meia dúzia, numa clara e perversa ideologia, moldada nos critérios dos interesses partidários.
No cenário público e social em que vivemos no Brasil de forma arbitrária nos últimos anos, nada e nem ninguém se salva, levando-me a crer que as reais “vítimas de golpes”, somos nós, a cada instante, que desnorteados, estamos como folhas ao sabor dos ventos, buscando um pouso salvador sem nunca encontra-lo, pois falta-nos rumo.
Penso então, que para alguém como eu, que vivenciou os benditos “anos dourados”, nada hoje faz sentido.
Desculpe-me a franqueza em admitir não aceitar qualquer tipo de banalidade que busca à inversão dos valores que até podiam não ser perfeitos, e certamente não o foram, mas que representavam margens seguras na navegação dos jovens, norteando limites, indicando opções, certamente também longe de serem perfeitas, mas, pelo menos, nos amparavam, além de nos servir de inspiração ao não menos bendito respeito na convivência de um povo de uma nação jovem e ainda em construção.
A contemporaneidade do tudo pode, tem nos derrotado e sequer nos apercebemos.

Isso sim, mata e nada constrói, pois a cada dia apenas recolhemos os entulhos, numa tarefa desgastante onde todas as belezas da vida e do ato de viver perdem qualquer lógica.

sábado, 28 de outubro de 2017

TUDO MUITO LINDO


Ontem me superei, imaginem vocês que fiquei das oito da noite às duas e meia da manhã acordadíssima, afinal, já nem me lembro quando algo parecido aconteceu, e tudo por responsabilidade do “FITA”.
Como pensar em dormir com uma programação tão rica e variada?
Impossível!
Então, esqueci-me do cansaço natural, do peso da idade e da asma safada, que insistia em querer me debilitar.
Foram horas de pura alegria, onde pude reencontrar lindas criaturas e, de repente, mais me parecia com político em tempos de campanha, pelos infinitos abraços e beijos que dei e recebi, reafirmando por todo o tempo a minha certeza absoluta de que esta é uma terra bendita de gente bendita.
Penso então, que quem não foi, perdeu a chance de ver uma festa maravilhosa, produzida com muita competência e cercada de muita paz e muitas emoções.
Hoje, tem mais atrações da casa e de fora, inclusive eu.
Que coisa, heim!!!!


sexta-feira, 27 de outubro de 2017

VAMOS LÁ !!!


Percebo que estou muito feliz, e isso é muito bom.
Quietinha com minhas letras nesta manhã que se inicia, percebo que estou ainda mais ansiosa com o início do FITA em nossa cidade, não apenas porque amanhã estarei lendo as minhas poesias e o quero fazer direitinho no próximo sábado, mas pela festa em si que começa na tarde de hoje.
Ontem à noite, fui xeretar e pude constatar o quanto tudo está a cada instante, mais bonito e vibrante, arrancando de mim, arrepios de emoção, a mesma sensação de orgulho e felicidade que já senti em outras ocasiões em que a minha amada Itaparica foi palco da alegria.
Morri de inveja de toda aquela muvuca, pois inquieta como sou, gostaria de ter estado envolvida o tempo todo, inclusive, extremamente cansada como pude constatar naquelas preciosas pessoas que estavam manipulando os detalhes, numa dedicação admirável.
Ali, vendo a correria dos últimos detalhes sendo conferidos pelos organizadores, repletos de entusiasmo, compreendi com muita clareza que nada é mais importante que fazer a minha parte, representando ou aplaudindo esta grande iniciativa que, certamente, será neste e nos próximos anos, uma data marcante no calendário cultural da cidade e da Ilha como um todo.
Emocionada com o gigantismo do evento, agradeci ao universo a felicidade de poder viver tantas emoções e venho através destas minhas letrinhas, pedir a você que me lê, que independentemente de suas ideologias políticas ou mesmo simpatias pessoais, que se junte a esta festa, divulgando-a carinhosamente, buscando compreender que este momento é da cidade e, portanto, de cada um de nós que a vivenciamos 365 dias a cada ano.
Sejamos sábios, lindos e poderosos, tanto quanto, as belezas e riquezas que nos abrigam, recebendo os visitantes com a galhardia de quem acredita que está abrindo as portas para um futuro mais promissor para toda uma cidade que merece ser mais justa e feliz no seu cotidiano.
O senso bendito do pertencimento abriga antes de tudo a aceitação do diferente.
Afinal, quem não partilha alimentos, desconhece o sabor do alheio, que geralmente surpreende, por ser delicioso também.
Viva o FITA!
                                   Viva a NÓS!

                                                                        Viva a VIDA!

terça-feira, 24 de outubro de 2017

INVEJA


Este é um sentimento que as pessoas não gostam de admitir que possuem, mas na realidade ela está inserida nos comportamentos cotidianos, queiramos admitir ou não.
Segundo Aurélio, a inveja é:
1.Desgosto ou pesar pelo bem ou felicidade de outrem.
2.Desejo violento de possuir o bem alheio.
3.Objeto da inveja.
Não concordo, abusada eu sou, heim...
Essa história de que existe a inveja boa e a ruim é pura desculpa, geralmente do invejoso contumaz, justo por não saber diferenciar suas emoções, desejos e expectativas e, então, coloca tudo num balaio, acreditando que convencem a si e aos demais com as suas falácias pessoais sobre si mesmo.
Confesso a vocês que me leem que senti por toda a minha vida inúmeras invejas que me impulsionaram a desejar ser tanto como o outro, e muitas vezes consegui, o que me encheu de alegrias, afinal, foram meus parâmetros, destaques de vidas e históricos pessoais que me motivaram a buscar isto ou aquilo que eles se destacaram.
Sentir inveja, jamais me envergonhou ou me fez mal, assim como jamais também se reverteu em danos ao invejado.
O hábito de minha inveja começou cedo, ainda garota, ao apreciar a minha tia Nair, que era meu símbolo de elegância e distinção, e eu pensava:
- Quero ser como ela, afinal, ela mais do que qualquer pessoa sabia estar, fosse onde fosse.
Já na adolescência invejei outra tia, a linda e poderosa tia Hilda, poeta, humanista, batalhadora em transformar o seu universo num mundo melhor.
Depois, já adulta em Brasília, apaixonei-me pela inteligência do Professor Darcy Ribeiro e  sua visão ampliada em relação ao social, através da educação.
E foi assim por todo o tempo, sorvendo o melhor de cada pessoa relevante em seu setor de atividade, numa compulsão de aprendizado que trago até os dias atuais.
Penso, o que eu seria se não fosse a minha capacidade em invejar os poderosos que conheci?
Creio que quase nada, pois teria perdido a oportunidade de fazer deles meus parâmetros, meus guias orientadores em minha jornada de vida e liberdade de ser eu mesma com fragmentos benditos de todos aqueles que invejei.
Hoje, invejo cada vez mais a todo aquele que admite seus erros, tornando-se humanos na busca do aperfeiçoamento.
Invejar é bom demais...


segunda-feira, 23 de outubro de 2017

O TEMPO


Amanheci agitada como há muito não acontecia, o que me fez voar ao passado em que eu vivia permanentemente agitada, correndo atrás do tempo, sem alcança-lo, o que me trazia uma profunda angústia com gosto de frustração, incompetência pessoal que, mais que magoar o ego, destruía minha saúde física e mental.
Física, mas invisível, tal qual o emocional que eu nem me apercebia o quanto destoava de minha natureza, que na realidade era alegre, solidária e apaixonada.
Invisível, pois estava me corroendo lenta e gradativamente e cujos resultados danosos só vim a conhecer muitos anos mais tarde, enquanto o emocional devorou-me preciosos anos que deveriam ter sido de pura plenitude.
Pensando em tudo isso nos dias atuais, superados os efeitos colaterais, pouso o olhar carinhoso sobre mim mesma e me desculpo, oferecendo o meu perdão à minha estupidez existencial e, ao mesmo tempo, acariciando delicadamente a minha mente amiga que, em dado momento, determinada, disse basta, jogando por terra todos os resquícios de vaidade e soberba, para depois erguer-me generosamente, com uma nova forma de enxergar a vida.
Então, por quê amanheci com os velhos sintomas de uma patologia que pensei estar curada?
Talvez, porque acostumei-me tanto com o estresse que este, adormecido nas células de meu corpo, vez por outra, dê sinal de vida, a fim de lembra-me que nada, absolutamente nada, vale os transtornos de inserir-me no mundo louco que me cerca.
Tenho estado tão bem assim, mudar para quê?
Que se dane todo o restante sistêmico que aparentemente estou perdendo.
Eu tenho o sossego para ouvir os pássaros, o silêncio bendito para escutar a mim mesma e a harmonia necessária para ir sempre aprendendo com a vida.
Respiro fundo e já me sinto de volta à velha e sorridente Regina, que em um certo dia abdicou de correr e passou a caminhar, lado a lado com o tempo.


sábado, 21 de outubro de 2017

SINFONIA DE PARDAIS


Quem diria que de um certo dia em diante, esta sublime cantoria se transformaria em despertador de cada um de meus amanheceres.
Melodia forte, completa, trazendo em suas modulações, os graves e agudos de um sem número de outros componentes, formando o mais belo coral da natureza se exibindo, penso eu, na soberba de minha vaidade, só para mim.
E enquanto, ouço, penso na vida rica de emoções que tenho vivido, onde o ostracismo jamais encontrou morada e o banal, não se atreveu a visitar.
Pensando, lembro dos muitos medos, das muitas angustias e das muitas perdas, mas enquanto, lembro das muitas lágrimas que meu rosto serviu de regado, também lembro de cada um dos sorrisos e das infinitas largas gargalhadas que as fizeram secar.

Penso então, que feliz sou eu, que posso ouvir os sons da natureza, despertando-me a cada amanhecer e com eles aprendendo e ensinando que a vida é bonita e é bonita, parodiando tantos outros que encontraram, assim como eu, no simples, o belo de suas inspirações.

quinta-feira, 19 de outubro de 2017

RECOMEÇAR


Depois de um feriadão de muitas festas e alegrias, cá estamos nós, iniciando uma nova jornada de trabalhos diários, cada qual no seu devido ofício, não sem estarmos um tantinho lentos, pois como seres absolutamente adaptáveis, logo nos acostumamos à quase inércia de não termos horários determinados a quase nada.
Pois é, mas conversa fiada de nada adianta, o melhor mesmo é sacudir a preguiça e partir para a rotina semanal, que no meu caso em particular, começou bem mais cedo, afinal, retomar as minhas escritas pela madrugada, faz parte.
E retomo avaliando a manifestação que estava programada para ser feita em frente ao Hospital Geral de Itaparica no domingo, às 10 horas da manhã; em busca de melhores e mais humanos serviços e que, efetivamente, aconteceu com um número bem modesto de participantes, o que vem mais uma vez reafirmar o quanto, o povo da Ilha, ainda precisa desenvolver o senso de pertencimento, sentimento básico social que garante direitos e deveres.
Esta minha constatação, que chega a ser um lamento, se estende aos vereadores e prefeitos das duas cidades que deveriam ter-se irmanados aos seus munícipes, com seus apoios pessoais e/ou material ou ambos, independentemente de partidos e preferências, apoiando-os em sua causa maior, assim como efusivamente os mesmos fizeram para elegê-los com glórias.
O povo de um modo geral precisa e muito que seus ídolos se aproximem e se estreitem nas suas demandas cotidianas, para que possam voltar a acreditar nesta classe, hoje, tão desacreditada e que, efetivamente se encontra distanciada, numa postura de autoridade, não afinada com as necessidades cruciais que os aflige.
Começo esta bendita semana comungando com este sol maravilhoso que, certamente, renovará minhas energias para que ao retomar as minhas funções de comunicadora da Rádio Tupinambá FM, não me falte forças e determinação, assim como argumentos para continuar a reverberar o poder da participação de cada cidadão e o político é um munícipe eleito pelos demais para representa-lo na busca necessária de adequação das instituições de atendimento ao bem comum.
Acredito que o povo, depois, de tantas decepções, espera que os políticos despertem a “Fidelidade Primeira”, de chegar junto daqueles que os colocaram e os mantém no poder.
Quando nos integramos a uma causa em prol de todos, nos tornamos mais fortes e resistentes na nossa individualidade.
Simples assim.

“PENSANDO NA VIDA”


O sol lá vai baixando no horizonte e mais um dia que começou com chuva, agora se vai deixando a lembrança de um sol ameno de primavera, talvez, para nos mostrar que nada é estático, inerte na vida e só, por esta razão, não podemos cruzar os braços, abaixar a cabeça e nos conformarmos com o aparente inevitável.
E aí, como não fazer analogia com as nossas vidinhas no cotidiano que se alternam num sobe e desce de emoções vibrantes, muitas vezes, testando a nossa resistência, determinação e coragem ao seu enfrentamento diário.
Há quem pense que a saída não existe, que o breu da dor os domina e que o insensato, tomou o poder absoluto de suas emoções e sentimentos, virando sua vida de ponta à cabeça e que, nada mais de esperança lhe resta.
Ledo engano, pois, quando o fundo do poço se torna visível, sinal que a esperança se faz presente, abrindo um enorme espaço, talvez, de queda livre, para testar a força das asas invisíveis que nos sustentam.
Enquanto pudermos sorver o bendito ar que sequer enxergamos e muito menos tocamos, mas que por ele, somos tocados através das brisas e do vento, enquanto, dispormos de um copo de água fresca, assim como desta mesma água, para nos banhar, estaremos sendo abraçados pela vida,
E aí, nada, absolutamente nada, será mais importante e nos dará mais razões para sorrirmos em total gratidão por tão somente, existirmos, afinal, só quem existe sofre e é capaz de buscar a felicidade.
E só para provar que tenho razão, tente lembrar de uma situação que você tenha vivido a um mês, um ano, cinco anos, quando então, você acreditava que o seu mundo havia ruído.
Cada vez fica mais difícil lembrar, sobrando apenas em casos mais extremos, fragmentos incômodos, que sua própria natureza vai se encarregando de fazer você esquecer.
A vida é uma engrenagem perfeita, uma ciência exata e nós, somos parte vibrante desta vida.

Uma noite de paz para todos.

domingo, 15 de outubro de 2017

FITA – I FESTIVAL DE ITAPARICA MÚSICA E POESIA

 Regina Carvalho - FITA
Nos dias 27, 28 e 29 de outubro o município de Itaparica receberá a 1ª edição do Festival de Música e Poesia FITA – I FESTIVAL DE ITAPARICA, que contará com a participação de artistas locais, estaduais e nacionais. Serão três dias de programação musical e poética, com apresentações na praça Jardim dos Namorados. Dentre os nomes para compor a grade musical do projeto, destacamos: BaianaSystem, Zeca Baleiro, Mariene de Castro e Lazzo Matumbi. A poesia vem representada por Lirinha, Karina Rabinovitz, Jackson Costa, Bule Bule, e etc. Paralela à programação artística, uma feira gastronômica, que oferecerá ao público a oportunidade de experimentar a culinária local. O acesso a toda a programação será gratuito. O FITA é uma realização da Prefeitura Municipal de Itaparica.

sexta-feira, 13 de outubro de 2017

CRIME E CASTIGO


 Como de costume, assisti a grande parte da Sessão Plenária do STF, na tratativa das questões das Medidas Cautelares, que diretamente afetam a situação do Senador Aécio Neves e como não poderia deixar de ser, pela minha própria natureza, fui fazendo correlações com o povo e suas posturas ao longo destes anos de incessante “Crime e Castigo”.
Entre um e outro ministro, lá estávamos nós, eu e meu marido, sentados no conforto da poltrona, sentindo-nos jurados quanto às avaliações, crendo ingenuamente, mas empolgados, estarmos diante de um julgamento isento de maiores interesses, se não da verdade, do bem público e do respeito à Constituição Nacional.
Depois do caso passado, sem a influência das simpatias pessoais em relação a este ou aquele ministro e, tão pouco, iludida de que sou capaz de uma avaliação, seja ela qual for, até porque, eu ou qualquer outro, desconhecemos os reais fatos, nada além daqueles que nos são repetidamente informados por uma mídia absolutamente tendenciosa.
Concluí, lamentando, que a maior chaga que o país está sofrendo é justo a perda da fé em relação a classe política.
A corrupção, mais que quebrar a economia do país e nos roubar o direito aos nossos mais primários direitos sociais, quebrou de forma indelével a nossa crença nas figuras emblemáticas que tínhamos como líderes.
 Todavia, mais do que isto, tirou-nos a esperança de haja um só entre milhares de políticos, que não se corrompa ao adentrar neste sistema apodrecido, sem amparo moral e ético que o sustente e ampare.
Aquela, sem dúvidas, foi uma sessão desastrosa, que deixou claro ao observador, mesmo que seja da poltrona, que em um país sério o julgador não pode ser nomeado pelo possível julgado, pois tira dele a isenção necessária a uma visão ampla e isenta de pressões.
E no caso presente, acentuando-se a postura deprimente da Presidente da casa em questão, quando a mesma se viu entre a Cruz e a Espada de uma justiça contaminada e enfraquecida, mostrou-se débil, confusa e absolutamente despreparada para lá estar.
Perdemos a fé numa possível sustentabilidade moral e ética de nossas instituições e consequentes gestores.

Tentar achá-la, será sem dúvidas uma tarefa das mais árduas.

segunda-feira, 9 de outubro de 2017

OPÇÃO...


Na medida em que vamos envelhecendo, vamos também neste processo nos tornando mais sensíveis às coisas do mundo, com certeza, porque os sentidos já infinitamente abastecidos de mazelas assimiladas ao longo da caminhada, pede socorro de formas diferenciadas. E aí, dizemos:
-Nossa!!! Fulano depois de velho, está isto ou aquilo.
Na realidade, contabilizamos as nossas emoções, construídas uma a uma durante nossas vidas e a depender de nossas naturezas, reforçadas ou remodeladas pelos nossos históricos existenciais, tornamo-nos mais ou menos isto ou aquilo, mas indiscutivelmente, não se pode negar que os resultados são oriundos dos sentidos cansados pelo ofício ininterrupto de filtragem, afim de amenizarem os efeitos processuais da mente e, então, se rebelam em aflitos apelos por compreensão e paciência.
No meu caso em particular, percebo que como comunicadora e estudiosa das emoções humanas, já não estou aguentando tanto horror produzido por um sistema humano, que vem exacerbando em seu desiquilíbrio, como ondas incessantes de um mar revolto em constantes ressacas de dor e desespero.
E o que é pior, já não encontro razão que justifique propaga-las, acreditando que o aumento das mazelas se dá, inclusive, pelo excesso de publicidade que recebem, como modelos constantes a serem copiados ou tolerados, de produção do pior da raça humana, que se expressa em todas as áreas, disfarçadas de informação, entretenimento, cultura, contemporaneidade e, etc., e tal.
Tudo para disfarçar um louco retrocesso de convívio social, que se revela absurdo, para quem conheceu outros tempos, mas absolutamente natural para uma juventude sem parâmetros para processarem uma avaliação mais precisa e real, quanto aos malefícios que operam silenciosamente, no físico, no emocional e no contexto vivencial da coletividade.
Toda esta enxurrada começa bem cedo, através dos meios variados de comunicação e se estende ao longo do dia e grande parte da noite, prendendo atenções e destruindo valores agregativos.
Para mim, com certeza já deu...Passo e repasso, pois, me nego a reverberar o feio e o grotesco, o abusado e o cruel, o marginal e o inconsequente.


sexta-feira, 6 de outubro de 2017

PAPO SOLIDÃO


Estou aqui quietinha, neste final de tarde, pensando na vida que já vivi, na que vivo e conjecturando na que ainda posso viver.
E aí, surpreendo-me com o tanto que foi expurgado de minha vida, nem sempre por mérito meu, mas com certeza com total concordância, afinal, jamais briguei com as circunstâncias que me atingiram, preferindo encará-las bem de frente, não como desafio, apenas com a dignidade de quem se determinou a jamais se sentir derrotada, tão somente, ferida.
E aí, entre uma lembrança e outra, boas e desagradáveis, eis que uma em especial surge em minha mente, sempre bela e vitoriosa, fazendo-me sorrir como uma criança, mas ao mesmo tempo de forma ousada, transformando-me em poeta.
Ah! Que saudades de minha Guapimirim
Saudades do tumulto dos infinitos sons do silêncio
Que como uma orquestra bendita, fez-me conhecer a paz.
Sentada à beira do riacho, tocando as aguas frias e translúcidas
Sorvendo aromas, pensando em nada, possuindo tudo.
Meu pequeno riacho, minha fonte de vida.



SIMPLES ASSIM...


Meus olhos fitam a imensidão do mar
E o sol quente aquece meu corpo desnudo.
Convite explícito à confidência
Neste universo ardente, pronto a escutar.

Abro os braços, quero abrigar com ânsia
Todo o mistério, energias a decifrar
Recebo o mar, me inebrio e enterneço
Ao sentir ternura em forma de grandeza.

 O desmaiar das ondas sobre as areias
Num espetáculo para lá de genial
Faz-me vibrar, dispenso pensamentos
Rendo-me aos sentidos e nada mais.


(Escrito em 01/04/2003) Itaparica )

quarta-feira, 4 de outubro de 2017

VIVENDO


Os sons que ouço são leves
Os toques que sinto são brisas
Os tons da natureza, meus sonhos
São vida com melodia.

Pensando nas torturas diárias
Nas lágrimas e nos sonhos perdidos
Busco frenética a poesia
Na ânsia da luz e da alegria.

Guerreando no desbrave da vida.
Ergo espada e danço ao vento
Rasgando tristeza, amputando a dor.

Viver é sonhar
Sonhar é amar
Vivendo e sonhando
Aprendi a amar.
( Escrito em 01/04/2002)Cachoeira do Campo)M.G


terça-feira, 3 de outubro de 2017

Atenção


Diante de tanta desolação emocional, possível de se constatar nas ruas e nas redes sociais, sugiro poesia.
Poesia que mantém acesa a chama da esperança.
Afinal, de que adianta sofrer e se desesperar?
Pense nisso e leia e faça poesia, melhor calmante para um coração decepcionado.
Enquanto, se pensa poesia, deixamos de focar o feio, o triste, o mentiroso.
Trocamos a dor que machuca, pelo consolo do tudo bem.
Consolo que amansa, que entontece e faz sorrir.
Sorrir pela perda do tempo, já tão curto para se viver.
Que nesta terça-feira, o ditado "viola no saco,"mais que fugir da raia, seja um bendito gesto de conscientização de que, nem toda realidade se revela do jeitinho que queremos.
E que por mais boa vontade que tenhamos, nem sempre acertamos em nossas escolhas e investimentos pessoais.
ACORDA MENINO!!!!


Incrível!!!!!


É a libertação do caminhar.
Descortina sonhos abafados
E dentre tantos, alguns sonhados acordada.

Já não importa a dor dos pés doidos e machucados
Que pisaram pedras que os fizeram sangrar.
Bendito rastro de sangue que vão deixando,
Sinal de vida, luta e caminhada.

Olho ao redor e enxergo os pássaros
Vez por outra, alguns se chegam, até bem próximo.
Mas em meus bolsos, já não carrego alpiste.
Um peso a menos que me nego carregar.

A cada dia que recomeço a caminhada,
Não vou negar, sinto falta da poltrona.
Afinal, por tanto tempo me acomodei nela,

Que dói pensar que posso tê-la, mas não a quero mais.

segunda-feira, 2 de outubro de 2017

PENSANDO


Do conforto da poltrona observo
Os pássaros que solitários surgem
Aos poucos a outros se unem
Formando um bando aparentemente unido.

Vez por outra um pássaro se extravia
Indo em busca de um atrativo alpiste
E quase sempre o pássaro se perde
Apenas voa, enquanto, suas asas aguentam.

Não raras as vezes que ao bando retorna
Deprimido, fraco, entorpecido.
Raras as vezes que acolhido, se integra.

Do conforto aparente da poltrona
Voo com os pássaros, bato asas e sou livre
Egoísta, talvez ao jogar o alpiste
Armadilha perfeita para o retorno dos pássaros.

Do conforto da poltrona, observo
As estações se sucedem e eles sempre voltam
Onde será, que encontram a liberdade
Se pelo alpiste, eles retornam e nada muda.


MUITAS EMOÇÕES

Há quem imagine que levo uma vida solitária em meu reduto tranquilo de paz entre pássaros e borboletas, mas sequer imaginam a profusão das i...