segunda-feira, 7 de agosto de 2017

SOU DO TEMPO


Ai, que saudades que eu tenho de minha época de infância e juventude, onde andar sem medo pelas calçadas, praças e praias, fazia de mim, um alguém livre.
Os crimes se tornavam históricos, tão somente, longínquas referências a uma precaução necessária, afim de evitar-se o perigo, remoto risco, muito mais real na mente de nossos pais, zelosos.
Sou do tempo das favelas que não ofereciam qualquer risco, dos raros ladrões de varais, das polícias amigáveis e de vizinhos solidários.
Sou do tempo dos poucos doutores, senhores que dominavam o corpo humano e que além de tudo se mostravam humanos.
Sou do tempo dos preconceitos, onde negros, gays e brancos, não se ofendiam ou se matavam tanto.
Sou do tempo da virgindade, da poesia e do romantismo.
Sou do tempo da cubra libre, do vermute e da Coca-Cola.
Sou do tempo do respeito, da família e da escola.
Ai que saudades que eu tenho da hipocrisia de outrora.

Afinal, feria menos, mazelava menos e matava infinitamente, menos.

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