Ai, que
saudades que eu tenho de minha época de infância e juventude, onde andar sem
medo pelas calçadas, praças e praias, fazia de mim, um alguém livre.
Os crimes se
tornavam históricos, tão somente, longínquas referências a uma precaução necessária,
afim de evitar-se o perigo, remoto risco, muito mais real na mente de nossos
pais, zelosos.
Sou do tempo
das favelas que não ofereciam qualquer risco, dos raros ladrões de varais, das
polícias amigáveis e de vizinhos solidários.
Sou do tempo
dos poucos doutores, senhores que dominavam o corpo humano e que além de tudo
se mostravam humanos.
Sou do tempo
dos preconceitos, onde negros, gays e brancos, não se ofendiam ou se matavam
tanto.
Sou do tempo
da virgindade, da poesia e do romantismo.
Sou do tempo
da cubra libre, do vermute e da Coca-Cola.
Sou do tempo
do respeito, da família e da escola.
Ai que
saudades que eu tenho da hipocrisia de outrora.
Afinal,
feria menos, mazelava menos e matava infinitamente, menos.
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