domingo, 20 de agosto de 2017

SAL DA TERRA



E aí, sozinha com os meus pensamentos que são também, meus constantes questionadores de condutas, pergunto mais uma vez que humanidade é esta que esfola, magoa, mata sem qualquer parcimônia toda e qualquer vida, sem mesmo reconhecer a própria?
Assisti ao filme “SAL DA TERRA” que narra a vida esplêndida de Sebastião Salgado, mineiro de Aimorés, que encontrou na França a segurança e o apoio para desenvolver seu talento maior de fotógrafo social e humano nos idos anos 70 e que, de lá até os dias atuais, brinda o mundo com seríssimos registros para estudos e consequente análise do quanto, independentemente de cor, etnia, cultura ou condição econômica, o ser humano pode se tornar bárbaro, cruel e impiedoso, na busca incessante do dinheiro e do poder.
Penso então nos horrores do “Holocausto” que nada mais foi que mais um horror perante aos Céus, pois antes, durante e depois dele, muitos holocaustos houveram e ainda acontecem, sob a consciência cega e muda do mundo, explorada pelas falácias das mídias, discutidas pseudas-soluções pelos países, ditos de primeiro mundo e registradas de forma crua e objetiva através, das lentes e das penas de raras criaturas que confessam suas decepções e traumas, frente a constatação de tantos horrores, admitindo a si próprios, que nós os humanos, somos os animais mais ferozes e impiedosos deste planeta.
Penso então, que apesar disto, existem aqueles que otimistas e perseverantes, buscam alternativas para não desistirem na capacidade humana de regeneração e como ele, dedicam-se a plantarem mudas de belas arvores, num trabalho de restauro, tão importante quanto, fazendo brotar novas vidas, num solo aparentemente ressequido e morto.
Lembro então de Castro Alves, sempre tão presente nas minhas avaliações pessoais.
“Deus! ó Deus! onde estás que não respondes? 
Em que mundo, em qu'estrela tu t'escondes 
Embuçado nos céus? 
Há dois mil anos te mandei meu grito, 
Que embalde desde então corre o infinito... 
Onde estás, Senhor Deus?”... 


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