DESNECESSARIEDADE
Tão logo
soubemos do ocorrido com a lancha de Mar Grande, interrompemos o Show da Manhã
que transmitimos através, da Rádio Tupinambá FM de Itaparica e, nos dirigimos
ao local da tragédia.
Por hábito
do ofício, levamos conosco a máquina fotográfica, todavia, como sempre ocorre
em situações dolorosas e constrangedoras, não fizemos uso dela, justo em
respeito, afinal são tantos os cliques e filmagens que mais um seria
absolutamente desnecessário.
Reconhecemos
que os registros são necessários, no entanto, o que se vê são incríveis
invasões à dor alheia, com questionamentos insensatos, como por exemplo,
perguntar a alguém que acaba de perder entes queridos:
- Como está
se sentindo?
Ou pedir
detalhes, numa afronta que infelizmente não tem sido reconhecida pela maioria
de nós, que até apreciamos e aumentamos o ibope desta mídia assustadoramente
invasiva e desrespeitosa.
Particularmente,
prefiro a observação silenciosa e a composição coerente e verdadeira dos fatos,
para, então, no exercício prático de minha tarefa de comunicadora apresentar um
quadro mais amplo do ocorrido, buscando com isenção de qualquer natureza, apresentar
todos os ângulos, não que justifiquem, mas que de alguma forma possa exemplificar
o conjunto de fatores que propiciaram a tragédia, numa tentativa consciente de
levar o ouvinte ou leitor a uma reflexão,
ao invés de incentivá-lo ainda mais no hábito assíduo e alienador de ser um “ simples observador” da desgraça alheia.
Tão logo
soubemos do ocorrido com a lancha de Mar Grande, interrompemos o Show da Manhã
que transmitimos através, da Rádio Tupinambá FM de Itaparica e, nos dirigimos
ao local da tragédia.
Por hábito
do ofício, levamos conosco a máquina fotográfica, todavia, como sempre ocorre
em situações dolorosas e constrangedoras, não fizemos uso dela, justo em
respeito, afinal são tantos os cliques e filmagens que mais um seria
absolutamente desnecessário.
Reconhecemos
que os registros são necessários, no entanto, o que se vê são incríveis
invasões à dor alheia, com questionamentos insensatos, como por exemplo,
perguntar a alguém que acaba de perder entes queridos:
- Como está
se sentindo?
Ou pedir
detalhes, numa afronta que infelizmente não tem sido reconhecida pela maioria
de nós, que até apreciamos e aumentamos o ibope desta mídia assustadoramente
invasiva e desrespeitosa.
Particularmente,
prefiro a observação silenciosa e a composição coerente e verdadeira dos fatos,
para, então, no exercício prático de minha tarefa de comunicadora apresentar um
quadro mais amplo do ocorrido, buscando com isenção de qualquer natureza, apresentar
todos os ângulos, não que justifiquem, mas que de alguma forma possa exemplificar
o conjunto de fatores que propiciaram a tragédia, numa tentativa consciente de
levar o ouvinte ou leitor a uma reflexão,
ao invés de incentivá-lo ainda mais no hábito assíduo e alienador de ser um “ simples observador” da desgraça alheia.
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