Pois é, de
repente me vejo entre a cruz e a espada, e isto vem ocorrendo de forma
constante nas últimas décadas, tipo dos anos 80 para cá, mas confesso que tem
se intensificado nos últimos 10 anos.
E aí, me
pergunto:
- Que
direitos adquiridos são esses que impedem os demais de ter os seus próprios?
Por que de
uma hora para outra sou obrigada a aceitar os direitos alheios, sem que os meus
sejam devidamente respeitados?
Estarei
isolada nesta sinuca existencial ou existirão outros que, como eu, precisariam
de mais tempo para compreenderem os direitos que ainda nos sãos, no mínimo,
esquisitos.
O
politicamente correto, assim como a necessidade de mostrar que se está antenado
e aceitando tudo que a mídia propaga como ideal, também está desenvolvendo através
da indução a uma naturalidade postural, uma reação silenciosa de rejeição,
revelando uma crescente insatisfação íntima que se expressa através da
violência explicita e incompreensível ao primeiro olhar da instantaneidade
social em que nos encontramos.
Para os mais
jovens, até tudo bem, pois não vivenciaram outras situações, mas para os mais
vividos, está sendo muito, no mínimo, incômodo, pois torna-se uma constante necessidade
de policiamento mental para que não se expresse, e aí sim, de forma natural, a
não aceitação ou a ainda não assimilação que naturalmente difere de uma pessoa
para outra.
As inversões
e as transformações evolutivas chegam que atropelando valores enraizados e se
misturam formando bolos muitas vezes indigestos ou causadores de uma violência
urbana e suburbana que também lá vai se inserindo ao emocional como corriqueiro
e natural, quando não deveriam ser.
Quando
escrevo, a gramática é o menor dos meus cuidados, pois afinal, ao serem impressos,
certamente, um revisor corrigirá as falhas, portanto, dedico-me a não correr o
risco de ferir este ou aquele segmento com a minha mente ainda retrógrada de
não ter tido a capacidade de assimilar verdadeiramente alguns direitos
adquiridos de outros, reconhecendo que perco a cada instante de forma também
instantânea a minha liberdade de expressão.
Mas não é justo
a liberdade de se expressar, seja física ou intelectualmente, a razão maior de
sempre, nos caminhos sociais do convívio humano?
Confuso...
Polêmico e,
em alguns casos, desastroso...
Penso então,
que em um mundo onde a fome mata seres humanos de forma cruel, devastando todos
os tipos de vida sem que haja união universal com movimentos fortes o
suficiente para dizimar a chaga da arrogância, da vaidade e da ganância, ou que
sejam capazes de conscientizarem a grandeza da vida, impor-se o cerceamento intelectual
deva ser o menor dos problemas desta humanidade falida, moralmente pobre e
embrutecida.
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