terça-feira, 3 de novembro de 2009

APENAS PLAGIANDO


Já se passou um bom tempo que estou diante do computador e ainda não consegui escolher sequer uma única crônica, entre as dezenas que escrevi neste ano, para ser publicada na edição deste mês de novembro no Variedades, jornal tablóide que edito mensalmente na Ilha .

Todas me parecem importantes em suas mensagens, apesar de avaliar que algumas são complexas o suficiente para serem desconsideradas, porque afinal, quem, além de mim mesma e de uns gatos pingados, se daria ao trabalho de ler e, em seguida, pensar a respeito.

Este hábito não existe, por não ter sido estimulado, pois nas últimas décadas, apesar das pesquisas terem dominado o universo dos estudantes, o nível de paciência quanto a leitura e consequentemente a lógica da extração de entendimentos se perdeu no vazio da agilidade em se plagiar textos de pensadores do passado de qualquer área, utilizando-se das artimanhas em inverter-se frases em uma demonstração clara de engodo, amplamente aceita pelos mestres em sala de aula, não sem que eu registre raras excessões, oriundas de educadores especiais que conhecem a fundo a matéria, porque leram e interpretaram os textos que ora cobram de seus alunos.

Lamentavelmente, a maioria simplesmente aceita, engrossando com esta atitude as fileiras do desconhecimento generalizado, restando apenas a vaga e pueril certeza de haver sido cumprido o conteúdo exigido àquele semestre.

Volto ao passado, assim nem tão distante, e relembro o quanto me foi exigido e no quanto eu precisei me esforçar para dar conta do recado, afinal não tínhamos as facilidades que depois foram surgindo, fracionando disciplinas aparentemente com o objetivo de maior e mais rica especialização, o que não deixa de ser coerente, mas que ao mesmo tempo limita, engessando focos de raciocínio e levando o conhecimento geral a um patamar crítico .

E cá estou novamente , falando de educação, provavelmente porque creio que nada, absolutamente nada, dela se desvincule.

Somos o resultado do que aprendemos e vivenciamos, e nada se estrutura em termos sociais se não houver uma base direcional de educação onde o exercício do raciocínio faça coerência com o exercício emocional em buscar entendimento dos próprios atos cotidianos, porque a lógica de se ir a escola , colégio ou faculdade é com o objetivo concreto de simplesmente aprender. Caso contrário, do que vale o tempo dedicado, as correrias vivenciadas, as despesas empregadas, os sonhos e desejos mal empregados?

Pura frustração é o que resta em um esquadrão contínuo de alunos despreparados e de um ensino cada vez mais decadente, com raras exceções, porque, afinal , entre eles estão os novos supostos educadores, que quase nada de original e criativo tem a oferecer, pois passaram seus ultimos doze ou treze anos, simplesmente plagiando aqueles educadores do passado, que por terem sido bem direcionados, exploravam suas mentes criativas ao invés de tão somente pesquisarem na internete ou coisa que o valha.


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