domingo, 22 de novembro de 2009

Ansiedade - 2

imagem: clubedolivro.files.wordpress.com

O medo é como um mar revolto, invadindo os filamentos da criatura, promovendo reviravoltas constantes como grandes ondas e o deitar das mesmas sobre a areia é o mesmo que a sensasão de espalhamento das expectativas da criatura sobre suas emoções, que impotentes são incapazes de se manterem dentro de uma coerência de constância e estabilidade.

Uma criatura, sob o poder do medo, é capaz de se sentir permanentemente ora perdida, ora confusa, ora alienada, mas sempre desconsiderada, e em todos os aspectos ela se apresenta absorta nas realidades que se apresentam.

Daí o surgimento da ansiedade, que por ser uma emoção gerada pelo mar revolto do medo, cria uma bipolaridade emocional, levando a criatura a se sentir fora de foco, à parte de qualquer contexto, apesar de camuflar-se de vestimentas aparentemente normais.

A busca das compensações torna-se a única real constância em sua realidade emocional, que por sua vez busca válvula de escape em algum orgão físico, que fatalmente serve de apoio e refúgio à dor psíquica.

Que coisa, heim ?!...

Falando assim, todo este trajeto destrutivo parece ser impossível de ser corrigido, no entanto, requer cuidados especiais, a princípio quanto ao reconhecimento, e em seguida quanto ao trato individual de cada postura distorcida, o que representa uma tarefa das mais árduas, pois encontrará a cada instante a presença sabotadora da própria consciência da criatura, acostumada que está a receber informações truncadas dos sentidos .

Em consequência, decorre assim a necessidade de se reeducar os mesmos de forma carinhosa, firme e persistente.

A partir do início deste processo, a convergência das intenções unicamente se focará na persistência das intenções em não mais alimentar-se das mesmas, que definitivamente serão reconhecidas de forma instantânea pela criatura, levando-a a um entendimento claro das situações que se apresentam . E o ciclo vivencial da criatura, até então severamente viciado , recomeça um novo trajeto, sem imunidades, mas em permanente alerta e compreensão amorosa em se adaptar às suas reais necessidades, não havendo espaço, ao longo da caminhada, para abrigar emoções, tais como: raiva, inveja, ódio, etc. Todas estas emoções são frutos diretos da ansiedade, filha natural do medo. Compeendes?

Há quem diga que a ansiedade é até impulsionadora, levando a criatura a uma espécie de gozo, que tanto é agradável antes, como depois de concluso o ato provocador da mesma.

Creio que, a priori, esta é uma conclusão indiscutível, contudo, a convivência com esta emoção instável leva a criatura a se aniquilar em sua estrutura emocional, tornando-a fragilizada e permanentemente refém do susto, da surpresa, da dúvida e, consequentemente, do medo, desse modo, a ansiedade e o medo estão atrelados, fazendo disparar pequenas e repetidas descargas elétricas, que ao longo de uma vivência vão minando e descaracterizando outras emoções.

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