domingo, 22 de novembro de 2009

Desatino Existencial


A insatisfação permanente é o único e denso ônus que assola a nossa existência.

Nossa tarefa existencial é não fazer a diferença e sim buscar a cada instante ser parte integrante do universo, onde reconhecemos ser individualmente elemento fundamental.

A função de cada criatura se resume em distribuir essências de conscientização da grandeza existencial, que certamente fará o elemento humano que a absorve vivenciar a plenitude em ser.

Alimentar-se, vestir-se, lavar-se, acordar e dormir, ir e vir no dia-a-dia, deixou de ter a suprema importância de se cuidar da própria vida para se tornar uma solitária e comum rotina vivencial. As consequências deste desatino levam a criatura a perder o foco de suas próprias características, em função do primarismo social que o envolve em uma névoa de desejos e necessidades, absolutamente dissociadas das suas reais necessidades, através de induções falsas ao consciente, que por sua vez reconhece a inadequação e reage buscando nos sentidos alguma coerência. Afinal, o consciente é como um maestro de uma orquestra, sempre atento para que haja harmonia em cada instrumento. Ele não é mais ou menos importante, entretanto, é fundamental, pois determina pausas, espaços e homogeneidade. Ele é, também, um arranjador, adequando melodias à novos ritmos como forma de apresentação. Sem a sua presença, a orquestra se transformaria em um agrupamento de grandes músicos que fatalmente agrediriam os ouvidos alheiros, justo pela falta de equilíbrio de grupo ou senso comum.

É preciso que se resgate o maestro que existe em nós, através da nossa vontade voluntária e, passo a passo, conquistemos a serenidade para as nossas posturas em relação as nossas emoções.

Ansiedade – Reconhecendo os sintomas

imagem: fc01.deviantart.com

A ansiedade pode vir acompanhada de repentina secura na região bucal, assim como excesso de salivação, aceleração dos batimentos cardíacos, queda de temperatura, suores frios, calafrios, adormecimentos em um dos lados da face, braços e mãos, caimbras lombares e nos membros inferiores, incontinência urinária temporária, diarréia, pressão na região toráxica, dificuldade respiratória, turvamento visual e inúmeras outras sensações que a criatura pode produzir por indução somatizadora da descarga emocional produzida por um consciente mal informado.

É preciso não confundir expectativa, que é relativo a algo que se deseje que aconteça, ou não, à ansiedade, que é a projeção exacerbada deste mesmo desejo.

Não é gratuito que esta confusão aconteça, afinal, como as criaturas estão em permanente desequilíbrio entre a realidade e o que ela pensa ser a realidade de suas necessidades, sempre se vê vivenciando uma real ansiedade a respeito de uma tão real situação, que somente mereceria dela a expectativa de ver realizada, ou não.

A mente consciente registra aquela situação como alarmante, mesmo que se refira a um ato que só trará alegrias à criatura, existindo, portanto, um culto ao desequilíbrio, que é conquistado através de observações de outros, também, desequilíbrios.

Existem tantas formas de ansiedade quanto os atos sociais, entretanto, todas, sem excessão, são apenas camuflagens do medo, que é visível à criatura na forma de um alerta incomodativo dos sentidos e da mente viciados em irrealidades.

Ansiedade - 2

imagem: clubedolivro.files.wordpress.com

O medo é como um mar revolto, invadindo os filamentos da criatura, promovendo reviravoltas constantes como grandes ondas e o deitar das mesmas sobre a areia é o mesmo que a sensasão de espalhamento das expectativas da criatura sobre suas emoções, que impotentes são incapazes de se manterem dentro de uma coerência de constância e estabilidade.

Uma criatura, sob o poder do medo, é capaz de se sentir permanentemente ora perdida, ora confusa, ora alienada, mas sempre desconsiderada, e em todos os aspectos ela se apresenta absorta nas realidades que se apresentam.

Daí o surgimento da ansiedade, que por ser uma emoção gerada pelo mar revolto do medo, cria uma bipolaridade emocional, levando a criatura a se sentir fora de foco, à parte de qualquer contexto, apesar de camuflar-se de vestimentas aparentemente normais.

A busca das compensações torna-se a única real constância em sua realidade emocional, que por sua vez busca válvula de escape em algum orgão físico, que fatalmente serve de apoio e refúgio à dor psíquica.

Que coisa, heim ?!...

Falando assim, todo este trajeto destrutivo parece ser impossível de ser corrigido, no entanto, requer cuidados especiais, a princípio quanto ao reconhecimento, e em seguida quanto ao trato individual de cada postura distorcida, o que representa uma tarefa das mais árduas, pois encontrará a cada instante a presença sabotadora da própria consciência da criatura, acostumada que está a receber informações truncadas dos sentidos .

Em consequência, decorre assim a necessidade de se reeducar os mesmos de forma carinhosa, firme e persistente.

A partir do início deste processo, a convergência das intenções unicamente se focará na persistência das intenções em não mais alimentar-se das mesmas, que definitivamente serão reconhecidas de forma instantânea pela criatura, levando-a a um entendimento claro das situações que se apresentam . E o ciclo vivencial da criatura, até então severamente viciado , recomeça um novo trajeto, sem imunidades, mas em permanente alerta e compreensão amorosa em se adaptar às suas reais necessidades, não havendo espaço, ao longo da caminhada, para abrigar emoções, tais como: raiva, inveja, ódio, etc. Todas estas emoções são frutos diretos da ansiedade, filha natural do medo. Compeendes?

Há quem diga que a ansiedade é até impulsionadora, levando a criatura a uma espécie de gozo, que tanto é agradável antes, como depois de concluso o ato provocador da mesma.

Creio que, a priori, esta é uma conclusão indiscutível, contudo, a convivência com esta emoção instável leva a criatura a se aniquilar em sua estrutura emocional, tornando-a fragilizada e permanentemente refém do susto, da surpresa, da dúvida e, consequentemente, do medo, desse modo, a ansiedade e o medo estão atrelados, fazendo disparar pequenas e repetidas descargas elétricas, que ao longo de uma vivência vão minando e descaracterizando outras emoções.

sábado, 21 de novembro de 2009

INCRÍVEL !!!

imagem: 4.bp.blogspot.com

Incrível !!!! Não consigo pensar em outra expressão senão esta, nas últimas semanas de convívio mais próximo com a política, seja Itaparicana ou Vera Cruzense, se bem que esta não é a primeira experiência, pois na gestão do senhor Cláudio da Silva Neves pude sentir um pouco mais de perto e sem estar diretamente envolvida, podendo assim avaliar com mais isenção o por que as “coisas “ andarem tão devagar em se tratando dos interesses do povo.

A máquina está emperrada por uma velha e arcaica burocracia que só se presta a apoiar toda e qualquer forma de falcatrua, ficando a correta engessada entre suas paredes, não encontrando saída que não seja pelo caminho do conhecido “jeitinho brasileiro”, que afinal é a rota quase que inevitável de se atingir o ponto crucial das improbidades administrativas, tudo devidamente escoltado por um funcionalismo acomodado, servil, medroso e certamente conivente com os desmandos que assolam as administrações públicas em nosso país.

A cada administração, coloco a esperança em minhas posturas em forma de confiança, na certeza absoluta de que é tudo que me resta, pois não posso desistir em crer que em algum momento um idealista assuma e tenha a coerência de pelo menos tentar colocar na prática o que prega sobre os palanques, vindo mostrar, então, que é possível estar no poder galgando status e dinheiro e, de quebra, amparar seu povo, mantendo a sí próprio com a dignidade, postura de decência pessoal e administrativa que se espera ter um lider de verdade.

Sonho?

Talvez... pois preciso dele para continuar a acreditar que vale a pena, sempre tentar, pois afinal há muito descobri que, sem o brilho dos sonhos e ideais, a vida perde seu sentido maior de nos fazer sentir a nossa própria existência em comunhão com a nossa capacidade de criar e reciclar, interagindo por todo o tempo com este universo, que até tem quem creia ter sido criado por um Deus fantástico, em uma demonstração integral de fé e é exatamente me utilizando deste recurso que permaneço fiel à certeza de que em dado momento, serei surpreendida e aí, bem…, aí deixará de ser uma fé utópica para se tornar uma realidade com a qual eu acredito, e todos nós, ficaremos gratificados, pois de certa forma estaremos todos vislumbrando a presença deste Deus, que afinal estará nos fazendo justiça.

Não é mesmo?

O mês dos incríveis !!!!

imagem: 4.bp.blogspot.com

Volto ao passado e relembro o ano em que completei 38 anos e estava no varandão da casa da Pampulha, tendo nos braços a minha linda filha Anna Paula, que naquela época tinha somente poucos meses de vida. Lá também estava a minha querida sogra Zizita e o meu Sebastião Roberto.

A tarde estava caindo e nós estávamos planejando a festa de nossos aniversários, afinal, tanto eu como Zizita, nascemos no mesmo mês de novembro, com diferença apenas de poucos dias e muitos anos. Ela era festeira, bem ao contrário de mim, mas fazer o quê, se eu a adorava e jamais medi esforços para apoia-la em suas iniciativas festeiras. Pois é, entre uma idéia e outra, visto que éramos extremamente exageradas, alguém falou em relação ao ano 2000 e eu me recordo com nitidez do quanto me pareceu longínquo, inacessível, fora do real naquele momento em que o tempo não representava um aspecto tão importante, afinal, com esta idade, quem pensa que seu tempo está passando ou que poderá não chegar em um momento determinado, pois parece que nos sentimos eternos em nossas juventudes.

É…, 2000 chegou, já se foi e estou encostando em 2010 e de repente, pensando e escrevendo sobre isso, surpreendo-me ainda mais feliz por que cheguei até aqui, saudável, alegre, repleta de vida e aí, sem querer ser estraga prazeres, estou fortemente inclinada a pensar que os próximos 30 anos, representarão um longo caminho, onde realisticamente minhas pespectivas de vida se reduzem a patamares alarmantes, se eu fosse uma pessoa preocupada e cismada, mas como não passo de uma abestalhada sonhadora, vou vivendo, sorvendo tudo que posso de bom, arrancando de minha alma todos os sorrisos e intenções amorosas, jamais rejeitando novas experiências, fazendo de verdade a cada instante uma certeza de não ter medo de de ser feliz, e aí, o que me importa se vou chegar a viver os próximos 30 anos se neste momento presente comemoro já ter vivido os meus sagrados 60 anos?

Só posso agradecer à vida, ao universo, à natureza e as milhares de criaturas humanas, ou não, que me doaram parte de suas energias, lamentando apenas as quedas irrecuperáveis de pele, de bunda e de frescor, que em bons tempos lá no passado, me ajudaram a embelezar ainda mais este planeta fantástico.

Fazer o que?

Já há muito, aperfeiçoo o meu sorriso, burilo a minha capacidade amorosa, na esperança tão somente de emprestar todo o meu potencial amoroso aos que se dispuserem a receber.

Olho, por um instante através da janela, enquanto digito meus pensamentos e me surpreendo com o meu pé de amoras que, carregadinho, parece me convidar a desfrutar da delícia de seu sabor, apenas para me lembrar que estou viva e que somente isto é que importa a cada instante.

Isto não é incrível!!

Penso, então, que a tão buscada felicidade geralmente se encontra diante de nossos olhos, olfato, paladar, ouvidos e, no entanto, sequer percebemos, porque estamos buscando-a fora de nós mesmos, e aí, bem… aí, tudo se complica, porque ficamos sem a capacidade de sentí-la. Neste momento, reafirmo a minha felicidade em estar viva, e isto é felicidade que levarei ao máximo do êxtase, pois irei saborear minhas amoras enquanto aguardo os meus amores chegarem para o almoço de comemoração neste sábado radioso, em que comemoro mais um bendito aniversário. Portanto, parabéns para mim e para cada um de vocês que participam deste blog, me apoiando a cada dia.

Um beijo bem gostoso!!!!!!!!

sábado, 14 de novembro de 2009

INFORMAÇÃO




Gostaria de informar às pessoas que por ventura estejam acompanhando este meu blog, que todos os textos escritos são de minha autoria, podendo ser encontrados em qualquer dos quinze livros que escrevi ou em uma das sessenta e duas edições do Jornal Variedades, que edito há quase seis anos na Ilha de Itaparica, Ba.

Qualquer dúvida, estou à disposição para maiores esclarecimentos.

Obrigada.

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

CAMUFLAGEM E PROCEDIMENTOS

imagem: automotor.eti.br

Mesmo que eu viva mais mil anos, creio que jamais compreenderei a extensão e a potencialidade que a criatura humana é capaz de empregar nas camuflagens pessoais no convívio com os demais e, o que é pior, consigo mesmo, atraindo com este comportamento que a princípio lhe parece controlável, mas que em dado momento foge-lhe o controle, induzindo as suas emoções a criar máscaras absolutamente independentes de seu controle racional, apesar de parecer-lhe totalmente conciente, criando, então, patologias diversificadas, mas que na realidade são tão somente desvios comportamentais simbioticamente inseridos no mesmo contexto de inadequação absorciva e de não convívio harmonioso nas relações interpessoais.

Apesar de todas as experiências de aprendizado que venho registrando ao longo de quase cinco décadas, confesso-me neófita, e em dados momentos sinto-me incapaz de avaliar com precisão uma ou outra variante, frente a um volume tão grande e diversificado com o qual tenho que conviver por todo o tempo.

Daí , minha incompreensão quando me deparo com diagnósticos tão definitivos e com um receituário tão maciço e pouco diferenciado em sua aplicabilidade, principalmente em se tratando de patologias diagnosticadas dentre o universo das, digamos, mais comuns e pouco ou quase nada possíveis de serem detectadas através de exames neurológicos mais precisos.

Posso, entretanto, compreender a necessidade de um controle mais eficaz e rápido da criatura que esteja apresentando um quadro psicótico, através da ingestão de medicamentos inibidores, por um prazo razoavelmente curto de, no máximo, cinco a dez dias, de acordo com a resposta apresentada . Todavia, tão logo a criatura se mostre mais acessível a uma interação menos traumática, a mesma deve permanecer o mais limpa possível, devendo as doses serem paulatinamente diminuidas, a fim de que o profissional possa melhor avaliar suas reações quanto à psicoterapia que for aplicada.
Naturalmente, o ideal é que esta criatura estivesse pelo menos sob um regime de semi- internação em um período inicial de trinta a sessenta dias, permitindo assim que o profissional envolvido pudesse monitorá-la dia-a-dia sem qualquer interrupção de continuidade dentro de um período de cerca de oito horas, onde poderia melhor avaliar os efeitos dos medicamentos sobre as ações e, assim, determinar com mais precisão não só a dosagem adequada, como a continuidade dos mesmos e até na obtenção da certeza de estar oferecendo o medicamento ideal àquela patologia, sem que o desenvolvimento do tratamento seja comprometido de alguma forma.

A dificuldade nos atendimentos ambulatoriais oferecidos pelo SUS, leva o paciente a percorrer com seus familiares uma verdadeira via sacra de buscas e frustrações, ficando, na maioria das vezes, a criatura exposta a procedimentos sem qualquer realidade com a patologia em questão e ao ideal tratamento, por total falta de infraestrutura nesta área, assim como um despreparo quanto a interpretação da lei que, em hipótese alguma, anula a necessidade de internação, ficando o CAPS de cada localidade com a responsabilidade de triagem e encaminhamento, mas sem na prática estar sob um controle efetivo, até mesmo pelas péssimas condições oferecidas pela prefeituras, principalmente nos centros de menor desenvolvimento econômico e social.

Infelizmente, ainda em nosso país, a saúde em todos os níveis é tratada sem a devida seriedade, e quanto a saúde mental, fica-se com a certeza absoluta de um atraso histórico e cruel, restando na prática tão somente o direito da criatura em receber cartelas de comprimidos e atendimentos psicoterápicos distantes do ideal.

Estas minhas observações são como um grito de socorro frente ao banalismo que venho constatando através do desempenho dos governos, federal, estadual e municipal , nesta área, como também na área de educação, ambas fundamentais à manutenção de qualquer índice de equilíbrio social.

Infelizmente, prioridade nesta área, assim como na educação e segurança, só existe em período eleitoral, como chamariz de voto, independentemente da linha partidária é o vale tudo de promessas para se obter o poder.

Fico atenta por todo o tempo, avalio resultados em relação às promessas e busco corrigir nas urnas, muitas vezes meu voto desperdiçado. Fazer o que mais, se além de não ter bola de cristal ainda estou frente a uma política e a políticos, em sua emagadora maioria, descompromissados com as causas públicas?

Tudo que aprendi foi buscar entendimentos através do que me é apresentado, sem paixões ou engajamentos partidários, apenas com o objetivo social de me sentir menos alienada, mais participativa, na esperança sempre viva de poder um dia vivenciar mudanças positivas ao bem comum.

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

DIANTE DA MORTE

imagem: frasesdavida.files.wordpress.com

Ontem, vivenciei um domingo muito agradável na companhia de velhos amigos, que há algum tempo não via e que fizeram parte de outros domingos e de momentos extremamente felizes.
O dia estava radioso, entretanto, isto não é novidade por estas bandas baianas, onde sempre me pareceu ser um dos lugares prefereridos de Deus. Penso que é em Itaparica que ele vem descansar das correrias universais, banhando-se neste mar morno e calmo.

Foi bom, muito bom, cada instante que compartilhei e se não bastasse, ainda aprendi um pouco mais sobre as criaturas humanas em suas permanentes driblagens em relação a sua convivência com a sua própria realidade, ficando absolutamente claro para mim, mais do que nunca, o quanto estamos sem qualquer preparo para enfrentar a senhora morte sem sofrimento, capaz de abreviar nossa , digamos, qualidade de vida, ou seria melhor dizer, paz de espírito, se é que somos realmente capazes de tê-la ou simplesmente por desejá-la tanto pensamos em dado momento tê-la alcançado.

É compreensivo, todo e qualquer empenho pessoal em se querer continuar vivendo, afinal , estar por aqui , nesta vida fantástica , pode ser uma experiência muito boa e mesmo quando ela não nos parece , assim ,tão espetacular, ainda não a queremos perder, mesmo que vez por outra cheguemos a renega-la seja em pensamentos ou mesmo através de palavras que se perdem ao vento , pois na realidade, estamos agarrados a ela , totalmente em sua maioria de forma inconsequente, colocando-a por todo o tempo em imensos riscos, que são por nós desconsiderados , justo porque são encarados de forma leviana sem qualquer vínculo realístico que se coadune com uma concientização quanto a sua perda real, palpável, sem margens de dúvidas , como ocorreu com um dos meus amigos ao ser diagnosticado com cancer de prostata.

De um instante para o outro, o seu universo de pessoa humana se resumiu em um só sentimento de medo e pavor, de raiva e frustração, de tristeza e dor por se sentir impotente, incapaz de poder resistir a esta força invisível que a ele , a partir daquele momento, passou a controlar seus instantes presentes e futuros que então, ele percebe de forma cruel já ter um tempo definido para ser encerrado e ele nãda pode fazer para descobrir quando será, restando tão somente um vínculo com o racional quanto a certeza de não querer aceitar tamanha definição que lhe parece uma punição ou castigo que ele então determina ter sido determinado por Deus.

Afinal, pensa, por que comigo se tem tantos miseráveis que deveriam merecer antes de mim esta punição tão definitiva? E pensando assim, faz brotar em seu espírito uma imensa revolta em relação a este Deus que agora pela primeira vez lhe parece mais real e cruel do que nunca.

domingo, 8 de novembro de 2009

APENAS ALEGORIA

imagem: colunas.cbn.globoradio.globo.com

O corpo dói, posso sentir a musculatura das pernas esticadas como cordas de violão.
A cabeça, ao contrário, parece-me absolutamente vazia, oca, pois não consigo pensar em coisa alguma e por incrível que possa parecer, sinto-me ótima, repleta de vida pulsante através da dor provocada pelo uso abusivo das condições fisicas.
Ora bolas! Afinal, de que servem os limites a não ser para serem desafiados como estímulo a nos fazer sentir a vida em toda a sua imensa grandeza.
Tá certo, podem me chamar de maluca, abestalhada, do que quizerem, não ligo a mínima, ou melhor, ligar eu ligo, mas fazer o que?
Gostando ou não, serei sempre um pouco estranha aos olhos de alguns, porque não é possível agradar por todo o tempo a todo mundo. Entretanto, quem é todo mundo?
Sei lá, acho que estou falando tudo isto justo porque não estou em condições de pensar muito bem, talvez pelo cansaço, pela dor no corpo, não sei ..., tudo que sei é que ainda tenho que aturar as birras de Anna Paula, que quanto mais velha está ficando (22 anos) mais menina me parece. Como a maioria das filhas, ela gosta de desafiar os limites de paciência desta mãe totalmente apaixonada, que vez por outra, manda ela à merda, mas que na maioria das vezes a olha com muita ternura, e aí, começamos as duas a rir de todas as tolices e nos abraçamos em uma bela e reconfortante parceria de amor e liberdade, onde, por todo o tempo, somos o que somos reguardadas que estamos pela doçura de nossa mútua compreensão.
Estou com um imenso cansaço físico, pois o dia de ontem foi brabo, não parei um minuto, mas estou bem e feliz com a cabeça vazia, totalmente livre para absorver esta deliciosa certeza de estar viva e pode existir argumento mais convincente que este para que eu me mantenha radiante, apesar de muito cansada?
Vou agora à praia , encontrar alguns amigos, tomar uma cervejinha gelada e de quebra vou acompanhada do amor de minha vida, que posso querer mais ?
Bem ... esta sou eu, que apesar de muito cansada se reconhece viva e apaixonada por tudo , não fiquem com inveja, façam como eu, não deem muita bola pro azar, apenas vivam. Acreditem, só isso basta , não precisamos de mais nada, pois todo o restante é apenas alegoria.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

INACREDITÁVEL!...

imagem: jornalsanitario.files.wordpress.com

Desde o dia primeiro de janeiro de 2009, quando então o ilustríssimo Sr.Vicente Gonçalves da Silva assumiu o cargo de Prefeito do município de Itaparica, através do voto popular, que o inusitado, o imponderável, um incrivelmente absurdo vem acontecendo e nada e tão pouco alguém mensura tamanho despropósito em se permitir que um estranho, lá colocado por ele, administre a cidade, negocie alianças e proceda tudo o mais que lhe vem à cabeça, inclusive, coagindo a todos com a vara invisível de uma perseguição constante, ancorado que se encontra através de uma impunidade que assola e envergonha qualquer cidadão que se respeite.

Nem nos mais criativos contos ou histórias em quadrinhos, filmes de ficção ou coisa que o valha, esta situação escabrosa foi retratada, mas no Brasil, da submissão nordestina ao cabresto ainda feudal, este descalabro, esta afronta, este despropósito, encontra apoio junto a deputados e senadores que se intitulam decentes, e respaldo em leis que são magistralmente manipuladas por advogados que fizeram seus nomes e carreiras atingirem o topo do sucesso, justo escamoteando-as, driblando juizes, que por força de um engessamento jurídico, não os permite entendimentos que abracem o direito de cada cidadão, que desiludido, vê por todo o tempo suas últimas esperanças escoarem para o ralo, pois por mais simples e medroso que ele seja, sabe muito bem que juizes e ministros, raramente se dão ao direito de entenderem dentro do direito, contrariando assim, ou melhor, utilizando-se também dos mesmos métodos pouco ortodoxos que os senhores advogados bem pagos, no caso com o dinheiro público roubado, o fazem.

E aí, me pergunto como cidadã comum, se essa postura se dá por falta de conhecimento ou por questões políticas?

Pois é sabido que as ameaças de transferências e atrasos promocionais, atingem infelizmente também aos interesses do judiciário.

E neste vai e vem de trâmites jurídicos, a imunidade parlamentar se sobrepõe aos interesses da cidade e de seu povo, deixando-nos com a certeza absoluta que mais do que nunca, algo precisa acontecer, a fim de que o povo, que afinal é o grande pagador de tudo e de todos, possa vir a conviver com a decência e os bons costumes e com leis que possam apenas servir para beneficiar os justos e oprimidos, assim como para punir o meliante.

A inversão de valores, sempre fez parte da conjuntura emocional e racional da criatura humana, assim como o bom senso e a de preservação de sua dignidade de pessoa humana, entretanto, de uns tempos para cá, perdeu-se o controle da ganância e do mau-caratismo, permanecendo apenas o medo, a inércia e os interesses puramente pessoais, como tônica de norteamento comportamental em todas as esferas, sejam públicas ou privadas, e então, esperar-se o que do menino da favela ou periferia, que ele tenha ética, decência ou mesmo complacência, sendo bonzinho e desistindo de correr atrás de seu proprio quinhão com as armas que possui?

Cada um usa a arma que tem e atira com o calibre que dispõe, não é assim na prática?

Pois é... nem as redes de tv e os grandes jornais de Salvador, nem os vereadores, nem quem quer que fosse, ousou, até agora, denunciar gritando aos quatro ventos tanto horror perante aos céus.

Fazer eu, então o quê, além de desabafar minha dor através de meus escritos e, é claro, sabendo não estar preparada para a reação que estes causarão, pois verdades não existem para serem mostradas e entendimentos só se pode ter neste pais varonil se tivermos as costas quentes e os bolsos bem recheados para, no mínimo, contratar guarda-costas e advogados, de preferência com o dinheirio público.

Portanto, só me resta rezar, se bem que em se tratando de política, nem Jesus conseguiu apoio do senhor seu pai DEUS, que preferiu deixá-lo morrer, para virar mito, salvando a todos nós, se bem... da política brasileira e em especial da itaparicana é que não foi.

Ah! , antes que eu me esqueça, é bom lembrar que na prestação de contas do referido prefeito, existem dois contratos de assessoria jurídica, pagos declaradamente com o dinheiro de impostos muitas vezes com o sacrificio de todos nós. Que tal verificar os sócios que compõem as mesmas.

Com certeza, aí não residirá qualquer surpresa quanto a incrível coincidência entre políticos famosos e poderosos de expressão nacional e nossa tão desgastada , sofrida e POBRE prefeitura de ITAPARICA.

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terça-feira, 3 de novembro de 2009

APENAS PLAGIANDO


Já se passou um bom tempo que estou diante do computador e ainda não consegui escolher sequer uma única crônica, entre as dezenas que escrevi neste ano, para ser publicada na edição deste mês de novembro no Variedades, jornal tablóide que edito mensalmente na Ilha .

Todas me parecem importantes em suas mensagens, apesar de avaliar que algumas são complexas o suficiente para serem desconsideradas, porque afinal, quem, além de mim mesma e de uns gatos pingados, se daria ao trabalho de ler e, em seguida, pensar a respeito.

Este hábito não existe, por não ter sido estimulado, pois nas últimas décadas, apesar das pesquisas terem dominado o universo dos estudantes, o nível de paciência quanto a leitura e consequentemente a lógica da extração de entendimentos se perdeu no vazio da agilidade em se plagiar textos de pensadores do passado de qualquer área, utilizando-se das artimanhas em inverter-se frases em uma demonstração clara de engodo, amplamente aceita pelos mestres em sala de aula, não sem que eu registre raras excessões, oriundas de educadores especiais que conhecem a fundo a matéria, porque leram e interpretaram os textos que ora cobram de seus alunos.

Lamentavelmente, a maioria simplesmente aceita, engrossando com esta atitude as fileiras do desconhecimento generalizado, restando apenas a vaga e pueril certeza de haver sido cumprido o conteúdo exigido àquele semestre.

Volto ao passado, assim nem tão distante, e relembro o quanto me foi exigido e no quanto eu precisei me esforçar para dar conta do recado, afinal não tínhamos as facilidades que depois foram surgindo, fracionando disciplinas aparentemente com o objetivo de maior e mais rica especialização, o que não deixa de ser coerente, mas que ao mesmo tempo limita, engessando focos de raciocínio e levando o conhecimento geral a um patamar crítico .

E cá estou novamente , falando de educação, provavelmente porque creio que nada, absolutamente nada, dela se desvincule.

Somos o resultado do que aprendemos e vivenciamos, e nada se estrutura em termos sociais se não houver uma base direcional de educação onde o exercício do raciocínio faça coerência com o exercício emocional em buscar entendimento dos próprios atos cotidianos, porque a lógica de se ir a escola , colégio ou faculdade é com o objetivo concreto de simplesmente aprender. Caso contrário, do que vale o tempo dedicado, as correrias vivenciadas, as despesas empregadas, os sonhos e desejos mal empregados?

Pura frustração é o que resta em um esquadrão contínuo de alunos despreparados e de um ensino cada vez mais decadente, com raras exceções, porque, afinal , entre eles estão os novos supostos educadores, que quase nada de original e criativo tem a oferecer, pois passaram seus ultimos doze ou treze anos, simplesmente plagiando aqueles educadores do passado, que por terem sido bem direcionados, exploravam suas mentes criativas ao invés de tão somente pesquisarem na internete ou coisa que o valha.


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segunda-feira, 2 de novembro de 2009

O que fazer

Não importa verdadeiramente o tempo em que vivamos, pois estaremos em um constante e ininterrupto aprendizado onde nem sempre estaremos capacitados a absorver o volume de intensidade e diversidade com que os conteudos se apresentam, deixando-nos vez por outra, e em muitas ocasioões por todo o tempo, aturdidos e sem qualquer ação.

Por serem diversificados em sua maioria, surge de qualquer situação e por todo o tempo somos abastecidos, o que não necessariamente representa entendimento e muito menos compreensão.

Fico pensando que talvez por esta indiscutível realidade, também dentre os seres vivos sejamos os mais complicados e pouco desenvolvidos em termos sensitivos, pois privilegiamos a mente racional, contando tão somente com algumas emoções que dizem fazer parte da natureza humana, como por exemplo a bondade, quando prefiro crer que esta é tão somente uma indução que deu certo e se alicerçou ao longo da história humana com base estrutural religiosa e social.

O homem foi induzido a seguir leis comportamentais que sofreram influências culturais de interesses localizados e absolutamente diferenciados em seus objetivos, menos em um aspecto, que foi justamente quanto ao relacionamento de grupo, onde a tolerância passou a ser um símbolo de convivência. Nas fase seguintes de evolução, é possível notar-se a alternância quanto ao grau desta tolerância que chegou a limites assustadores de retrocesso, mas jamais ultrapassou limites de aperfeiçoamento.

Por todo o tempo é possível perceber-se que a criatura humana se ampara nas inúmeras opções oferecidas pelo seu sistema, cada vez mais globalizado, em uma cada vez menos entusiasmada luta contra a violência, por também já estar incorporada ao seu precário entendimento como universal, não lhe sugerindo qualquer saida que não seja o conformismo, e o que é ainda pior, molde a ser copiado como escudo de sobrevivência.

Engano se pensar que violência é toda aquela que deixa o sangue jorrar.

Penso e me esforço em compreender as motivações que originam as violências subjetivas, intrínsicamente inseridas ao cotidiano das criaturas, camufladas como se fossem parte integrante e necessária a todo e qualquer relacionamento de convivência sistêmica.

Correlacionei a incapacidade mental, quanto ao processamento de auto preservação através do reflexo que as outras criaturas representam como espelho de si mesmas, ao conhecimento limitado que a criatura possui de seus potenciais sensitivos e da fundamental parceria que deveria estimulá-los à mente, burilando através dos atos constantes à toda convivência um relacionamento interpessoal menos afrontoso em todos os aspectos, pois suavizaria o fluxo sanguínio, mantendo uma oxigenação corporal mais harmoniosamente integrada aos demais componentes produtores de energias sustentáveis à vida, presentes como instrutores comportamentais.

Estas lições para o aprendizado quanto a formação de caráteres vivenciais harmoniosamente participativos ao universo interativo, não estão disponíveis em estereótipos sistêmicos globalizados e tão pouco jamais estiveram embutidos verdadeiramente nas posturas religiosas de qualquer natureza, pois é sabido que religião é sinônimo de aprisionamento intelectual em favor de um poder que beneficia os interesses de alguém ou de um grupo limitado, ficando a natureza em sua bio-diversidade como abastecedor básico, tendo como estimulador a própria criatura em sua sensibilidade aflorada através da consideração às ações e reações que a mesma se condicionará a sentir, considerando e ajustando às suas necessidades, onde a hamonia postural e emocional a manterá conciente da sensação de bem estar físico e mental ainda nos primeiros momentos de sua chegada ao seio de sua primeira convivência, que é a família que a gerou ou que se propos a educa-la.

De posse deste salvo conduto postural, a criatura seria então capaz de se sentir suave na condução de seus movimentos vivenciais, reabastecendo-se por todo o tempo com as intermináveis lições de vida e liberdade, oferecidas pelo universo em suas parcerias incríveis, nas quais as criaturas seriam partes integrantes e, aí sim, estariam saudavelmente se relacionando, umas com as outras sem tanta violência energética que, afinal, é a grande e poderosa indutora da constante e crescente violência explícita que sempre assolou a nossa frágil humanidade comportamental.

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domingo, 1 de novembro de 2009

ANSIEDADE

imagem: ff.up.pt


A ansiedade é sem dúvidas o mais poderoso agente do medo .
Sua presença é camuflativa, abrigando em si inúmeras pré-disposições à formação de um sem número de sensações que conduzem à posturas altamente danosas a psique humana e, esta, ao direcionamento psicossomático de outro sem número de patologias de grave atuação no contexto físico e psíquico da criatura.

A ansiedade, ao se instalar no núcleo bio-emocional, tem como seu agente característico a depressão, que pode se apresentar de também inúmeras formas, gerando alarmantemente outro tanto número expressivo de agentes formadores de posturas e emoções.

Portanto, a partir da emoção do medo um forte e resistente elo de desequilíbrio se forma no núcleo vital da criatura, alterando sua naturalidade de absorção, descaracterizando a filtragem das vibrações recebidas, armazenando-as de forma incorreta e, obviamente, servindo-se de toda esta desarmonia para permanecer nutrindo-se descompassadamente e, consequentemente, através de sua devolução respiratória, contaminando a tudo e a todos, renovando e aumentando, portanto, a cada ato respiratório o ciclo viciado e distorcido de suas reais necessidades.

A criatura humana é uma máquina perfeita, uma ciência exata, onde não reside erros de cálculos, tão somente responde aos estímulos que reserva em si, extraidos do tudo do qual se encontra inserida.

Assim, combater o medo é questão prioritária, já que esta emoção direciona de forma cruel a criatura a confundir-se nas informações sensitivas recebidas, transformando-as em nutrientes inadequados no instante em que são absorvidos e assim estimulando por todo o tempo a formação de chagas emocionais, já que o recebido, armazenado e distribuido não condiz com as necessidades daquela criatura, levando-a, então, a enxergar, sentir e doar o que não lhe pertence, deixando-a sempre com uma sensação de vazio, tristeza e principalmente impotência.

Nada , absolutamente nada , é capaz de preencher este vazio.

Em casos extremos, a depressão gerada pela ansiedade, oriunda do medo, é capaz de levar a óbito ou a formação de sérias patologias emocionais, como: a esquizofrenia , síndrome de pânico, ao transtorno bipolar, à obcessão compulsiva e tantas outras, assim como induz à uma infinidade de outras patologias orgânicas, já que o sistema imunológico torna-se frágil.

Este processo oferecido pelo medo é como um silêncioso assassinato, onde não se vê violência explícita , tão somente suas consequências, através de uma criatura com sua perfeita natureza , chorando e profundamente infeliz.

O tempo não Pára.

O fim  do ano está chegando assim tão rápido quanto se passaram todos esses meses e fico me perguntando se isto está acontecendo agora ou sempre foi breve a passagem do tempo e eu é que não    me apercebia.

Confesso que estou um pouco, digamos, perdida ou seria mais correto dizer, mais, talvez cansada por estar imprimindo um ritmo que provavelmente sempre precisei ter em meus dias de mulher ativa, mas que neste momento está me parecendo muito apressado e desgastante.

Detesto constatar que os anos se passaram e que não os terei na mesma proporção daqui para a frente, e é justo nestes momentos, que chamo de reflexão, que penso no quanto sou estúpida e sem noção, pois tratei o meus instantes de vida como se eternos fossem, sem jamais pensar de verdade que um dia, que pode ser amanhã, agora ou daqui a pouco, o meu fim de jornada chegará.

Que coisa, heim!?

Penso, então, em tudo que não achei tempo ou condições para fazer. Por exemplo: aquela viajem inesquecível às ilhas gregas, por que não fui?

E por que adiei por todo o tempo o meu desejo sincero de ficar, algum tempo, sem fazer absolutamente nada, sem culpa?

Ah! E por que jamais comprei uma casa de frente pro mar, se por toda a minha vida não faltaram oportunidades?

Por que aturei pessoas simplesmente insuportáveis, ouvi e fingi acreditar em mentiras descaradas, comi e bebi, sorrindo, o que de verdade era horrível, aturei chefes e colegas de trabalho mal caráteres e, em muitas ocasiões, não valorizei como deveria criaturas maravilhosas que me rodearam?

E neste balaio de gatos, com o qual convivi por toda a minha vida, reparo assustada que o tempo passou, e aí, creio ser natural sentir esta ponta seria de nostalgia, não é?

Ou estou é com medo e estou disfarçando, afinal não é facil constatar que a vida não pára e que, no entanto, pode parar de repente, como uma vela que se apaga a um leve soprar de brisa a qualquer momento, sem me dar tempo sequer de um último beijo no amor de minha vida, um último olhar para este sol, que teimoso e persistente, adentra em mim e que eu em todos esses anos de vida, absolutamente fantástica, nem sempre ofereci a devida atenção.

Será que acabo de acordar para a vida ou apenas estou sentindo um enorme cansaço por todo mais um ano de muitas labutas, encantos e desencantos, que nada mais representam que o reflexo de ter vivido segundo a minha propria visão mais um ano de minha vida?

Sei lá…  e de verdade é possível ter-se certeza de alguma coisa nesta vida mais que corrida, além do que podemos sentir a cada milionésimo de segundo, onde deixamos fluir nossas emoções?

Pois é, neste instante lembro de meu pai que gostava de brincar dizendo que o tempo, perguntou ao tempo, quanto tempo o tempo tem. O tempo, respondeu ao tempo que tanto tempo tem o tempo, quanto o tempo tem.

É isso aí… fim de mais um outubro e eu estou cansada, se bem que viva, meus amigos.

Isto nao é maravilhoso? Que mais posso querer?

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AMOR DE MINHA VIDA

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E não é que novembro chegou, contrariando a meteorologia nacional. Segundo ela, o tempo seria de chuvas leves, mas constantes, e, no entanto, apesar do sol ainda não ter se pronunciado, as chuvas até o momento não apareceram neste início da manhã de “Todos-os- Santos” deste domingo, 01 de novembro de 2009.

Lembro, então , que em todos os anos é a mesma coisa, o dia amanhece nublado, quente e somente mais tarde uma chuvinha matreira marcará presença, em nada atrapalhando o feriado, nas praias e nas piscinas.

Foi assim há quarenta e três anos atrás.

Ah!… como me lembro daquele dia que se tornou inesquecível, pois foi naquele feriado de 01/11/l966 que eu conheci o amor de minha vida e, com êle, vivenciei os últimos quinze mil , seiscentos e noventa e cinco dias e trezentas e setenta e seis mil horas, seiscentos e oitenta minutos.

E aí, como filósofa e também cronista que sempre fui, registrei tudo que me foi possível, como uma fiel profissional, sim porque existem profissões com as quais se nasce com elas e, durante a vida, apenas vão sendo aperfeiçoadas.

Aos dezesseis anos, eu já as tinha em minha alma e, é claro, um pouco poeta também, porque afinal a poesia é a companheira mais constante dos idealistas, sonhadores e apaixonados pela vida.

Lembro de cada detalhe, seja das roupas que ambos usávamos, seja da emoção que senti, seja da certeza que de imediato me dominou e que me fez chegar em casa eufórica, no final da tarde, afirmando para minha mãe que eu havia conhecido o meu futuro marido, o que arrancou dela uma daquelas sonoras e gostosas gargalhadas, que somente ela sabia oferecer em momentos de imensa alegria ou, como naquele instante, de pura graça, frente ao abuso de minha taxativa premonição de adolescente sonhadora.

E não foi que se confirmou…

Exatamente um ano e seis meses depois, ambos adentrávamos à Igreja Cristo Redentor, em Laranjeiras, no Rio de Janeiro, para firmar um bendito casamento, que se estruturou em três ítens fundamentais: respeito, amor e fiel amizade.

O respeito garante o equilíbrio, o amor é a sequência natural da paixão e do tesão inicial e a amizade reforça por todo o tempo a fiel parceria de todos os instantes.

E aí, não há problemas e tão pouco perdas que sejam capazes de separar tão forte companheirismo, pois estou aqui, quatro décadas depois, juntando letrinhas na tentativa amorosa de preservar a mémória viva de um momento incrível da minha vida.

Olho através da janela e vejo um solzinho tímido querendo o seu espaço, se fazendo presente, mansamente afastando as núvens que, a priori, se esforçam em permanecer nublando este domingo, que para mim representa o marco do início do tudo de bom que recebi em minha vida.

Que o dia de hoje de TODOS-OS-SANTOS, mantenha junto a mim em todas as vidas que me pertencer, o meu SEBASTIÃO, que santo jamais foi, mas que será sempre o sol brilhante de minha existência.

Que posso querer mais?

ESPLENDIDO GOZO

De onde surgiu o meu improviso, não sei precisar, mas, com certeza, sempre foi a minha mais autêntica realidade, custando-me em algumas ocas...