Sou uma velha de 75 anos que só lamenta não ter tido aos 30/40 a paz e o equilíbrio que desfruto hoje. Sim é verdade que não tenho controle sobre as rugas, flacidez, papadas e demais limitações físicas, também, não sou mais notada pelo belo rosto e bumbum arrebitado, também na maioria do tempo, estou só, já que os mais jovens, precisam fazer o que já fiz, mas puta que pariu estou viva, capaz ainda de sentir o cheirinho da maresia ou das flores de meu singelo jardim e até mesmo, do aroma do perfume dos que de mim se aproximam, ainda gosto de saborear um delicioso alimento e me embebedar de vinho tinto. Também posso de lembrar dos muitos beijos que dei no homem amado, na ternura dos abraços de meus filhos e amigos. Portanto, sou uma velha com bagagem de vida plena, com o privilégio de estar viva numa era em que a banalidade, mata precocemente lindos jovens. Não estou romanceando a velhice, apenas constatando que nela, estou tendo a honra e a gloria de inventariar o meu percurso de vida e nele incluir, a bendita velhice com a honra e a gloria de me sentir existindo com a alma livre e a mente apaixonada. Simples assim...
Acabo de escrever este pequeno texto em resposta a um comentário de uma pessoa que li na postagem de um amigo que me comoveu pela amargura que expressava.
Regina Carvalho- 22.11.2024 Itaparica
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