Tudo muito parecido, no entanto, criamos fantasias mentais e de acordo com as conveniências, escolhemos uma e as vezes, mais de uma e as vestimos, fazendo delas, nossa segunda pele emocional que de tão aderente, chega a nos convencer de que somos exatamente o que ela ostenta.
E a este duvidoso convencimento, nos entregamos literalmente de corpo e alma sem medirmos as consequências e em não raros momentos, quando, geralmente não estamos sendo observados, deixamos que se afrouxe e saia de nós, deixando-nos absolutamente nus, expostos a nós mesmos.
Estas sensações surgem cada vez mais a miúde se repetido com intensidade, trazendo consigo devastadores sintomas que apesar de serem individuais, se irmanam a outros tantos mais, formando uma legião de sistêmicos sofredores emocionais, cujas fantasias não conseguem disfarçar a dolorosa solidão existencial, já que é unânime a necessidade em ser acarinhado em sua pele original.
Pra quê tanta representação, se o fim é sempre igual e o trajeto absolutamente enganoso?
Que impiedoso carnavalesco é esse que em nós reside, que nos colore, nos enobrece, cobrindo-nos de purpurinas, mas, cruel, pois, não nos deixa esquecer das melancólicas quartas-feiras de cinzas?
Deduzo então, que na complexa criação animal, o homem além de racional, estranhamente é também o único que se apresenta com disfarces contínuos e, portanto, não reconhecendo e muito menos, em plenitude, vivenciando a grandeza de si próprio.
Pense nisto e relaxe, afinal, somos bem mais, quando, originais nos apresentamos pra nós, e para o que verdadeiramente tem importância.
Regina Carvalho-15.11.2024 Itaparica
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