terça-feira, 19 de novembro de 2024

ABUSADA ANÔNIMA

Neste amanhecer, como de costume, hoje, talvez mais abusadamente, penso e corro para escrever sobre assuntos esquecidos ou desconsiderados, nas gavetas das conveniências, como por exemplo, emoções que se traduzem em comportamentos que não estejam devidamente enquadrados nas caixinhas pontuais deste ou daquele seguimento.

Pra falar a verdade, existe um assunto que sempre me incomodou, justo, pela hipócrita fragilidade, com a qual, se apresenta, desde sempre.


Trata-se da educação, caminho único para qualquer tipo de desenvolvimento humano e que, consequentemente reflete-se no tudo mais.

E aí, como uma carioca desbocada, só posso mesmo qualificar de chinfrim o que denominamos de educação seja formal ou doméstica, onde há e sempre ouve, a carência básica do senso de autonomia e, portanto, respeito a vida.

Pula-se etapas de aprendizado, substituindo-se os elementos absolutamente naturais com os quais, a criatura humana precisará conviver por toda a sua vida, a começar por si próprio.

Este é um item único e insubstituível, que os doutores da educação, deixam passar batido, porque afinal, é tão simplório que não cabe nas teses acadêmicas.

E quando, gente sem poderes e títulos como eu, atreve-se a abordar estes assuntos, logo são desconsideradas, afinal, quem es tu, mulher atrevida que no anonimato, és capaz de lembrar aos bam bam bans desta área primordial dos relacionamentos humanos, formas simples e descomplicadas de estruturem mentes infantis?

Nesta manhã de uma primavera que apressada lá vai se despedindo, questiono a razão em não se utilizar nos métodos educacionais, com a mesma ênfase da matemática e do português, a própria criança como meio bendito de sentir-se vida em meio a vida, num despertar do amor e do senso de pertencimento?

Textos como este, poucos leem e a maioria desconsidera, raros refletem, afinal, mudar pra quê? 

Enquanto isso, bilhões são investidos num sistema falido, assim, como milhões são gastos anualmente em reuniões, onde líderes pensam sobre os mais básicos assuntos, como erradicação da fome mundial, do trabalho infantil e até mesmo, em como impedir a destruição do planeta.

Reconheço que eu não me enquadro no que a psicologia considera NORMAL, mas cá pra nós, onde reside a normalidade, quando, destrói-se o solo que se pisa, o ar que se respira, o céu que envolve, os mares e rios que alimentam, o próprio corpo que deveria, sustentar uma mente racional?

Não há nada mais inconsequente que criar-se um filho inútil a si mesmo.

Não há nada mais insustentável que abrir as portas de uma escola, sem que nela, haja a conscientização de um sistema educacional, capaz de equilibrar os muitos diferentes que por lá hão de adentrar, fraternizando-os em prol da vida, através do respeito a partir de si mesmos...

Bom dia Dona Regina sonhadora que ainda acredita que o “faz de conta” será um dia substituído, pela clareza do senso da vida, onde seres humanos, então, se sentirão vida plena.

Regina Carvalho- 19.11.2024 Itaparica

Nenhum comentário:

Postar um comentário

ESPLENDIDO GOZO

De onde surgiu o meu improviso, não sei precisar, mas, com certeza, sempre foi a minha mais autêntica realidade, custando-me em algumas ocas...