Há quem imagine que levo uma vida solitária em meu reduto tranquilo de paz entre pássaros e borboletas, mas sequer imaginam a profusão das incontáveis emoções que me envolvem e que eu, simplesmente não suportaria, se não estivesse envolta por este cenário, onde passo a maior parte do meu tempo.
Ao longo de minha jornada, raras foram as vezes em que me arrisquei além do portão, afim de curtir vida social, roda de amigos e , etc., e tal e aí, só mesmo, recorrendo as benditas energias que conscientemente, sempre senti estarem presentes ao meu lado, amparando-me na insegurança que carrego dentro de mim e que, é capaz de me aniquilar com expressividades físicas vexatórias, como bambeira nas pernas, falta de ar, branco mental e “mas cosas”, que é melhor nem lembrar...
Essa sensação de inadequação, não surgiu ontem e nem agora, afinal, sempre me acompanhou, mas também, foi através dela que desenvolvi uma resistência, capaz de me permitir voar em céus, dantes jamais pensados, sempre devidamente programados com passagem de ida e volta.
Agora, trabalhando fosse no que fosse, brotava de mim, um arrojo de despertar inveja, não havendo nada que me detivesse, como se eu sempre estivesse no meu quintal particular, cercada e amparada por incríveis vibrações, mesmo que fosse a primeira experiência e se eu desconhecesse técnicas e o escambau, surgindo de mim um providencial improviso, estimulado por um delicioso tesão ao risco, fazendo da possível falha um propulsor que em seguida, me direcionava a buscar os conhecimentos necessários.
Portanto, a surpresa primeira, era minha, assim, como o regozijo íntimo que me estimulava a continuar, afinal, sentir-me desafiando e realizando o impensável, sempre me foi fantástico, tanto que me viciou, esvaziando qualquer possibilidade do apenas, comum, igual e corriqueiro, fazer parte de minha vida.
Tudo, absolutamente tudo que comecei e realizei em minha vida, foi encarando o medo por ser desconhecido, o que fez de mim, uma contínua semeadora e colhedora dos fabulosos inusitados.
Se recomendo?
Provavelmente, não...
Afinal, os riscos são infinitos, apesar dos gozos serem indescritíveis...
Regina Carvalho- 23.11.2024 Itaparica
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