quinta-feira, 8 de abril de 2021

ENVELHECER EM FESTA

Desde o primeiro respirar fora do ventre materno, o ser humano começa a envelhecer sem qualquer consciência de sua finitude, somente, quando literalmente se percebe a mais de meio caminho da expressiva velhice é que seu consciente vai despertando para a realidade, até porque, o espelho de casa, as vitrines ou qualquer superfície que reflita imagem, lá está ele, dia a dia, assistindo o seu todo se alterando sem que nada, absolutamente nada, seja capaz de frear a ação implacável da passagem de um tempo em sua maioria desperdiçado pela total ignorância em se enxergar mortal, fazendo desta brevidade, uma aliada a um esplêndido viver.


Basicamente é somente na infância e assim mesmo por total inconsciência é que o naturalismo de se estar vivendo se expressa, mesmo em meio a fome, as diferenças brutais sócio econômicas e aos preconceitos de todas as ordens.
E assim, sempre alienadamente existindo, mesmo quando, o intelecto se mestra e se doutora, a rejeição quanto a brevidade existencial é mais poderosa e sufoca a busca de um vivenciar menos estúpido e avassalador.
E aí, quando a libido, já não encontra eco no físico, despencando peles e músculos, o temor à morte se faz presente numa cobrança contínua de todas as naturezas, levando a criatura humana a buscar compensações também de todas as ordens, mas ainda assim, sem fazer o balanço tão necessário de suas próprias passadas até então.
Envelhecer em festa é se reconhecer em qualquer momento do decorrer de sua vida, integrado a um todo perfeito, onde apenas o reconhecimento da grandeza da própria existência, justifica um usufruir sem medo em ser, um ser seguindo o caminho do fim, com a consciência de que, não tem tempo a perder, fazendo de cada instante presente, um instante de pura e real grandeza, mesmo em meio a todas as torturas sistêmicas.
Impossível? Utopia de mais uma escritora lúdica? Não...
Apenas o óbvio que me ensinaram a enxergar ainda na infância e que, não me permitiu em momento algum por covardia do enfrentamento de uma inevitável velhice, vir a compreendê-la, reverenciando-a, num constante seja, “bem-vinda” assim como do entendimento da única certeza existencial, que é o fim.
E assim, entre a desconsideração e a criativas fontes de camuflagem, vai-se levando a vida, entre penduricalhos e balangandãs dos falsos valores sociais, perdendo ou nunca encontrando o grande e exclusivo espetáculo, onde cada ser humano deveria ser o protagonista principal.
Sou criativa, curiosa na escrita e absolutamente ignorante na gramática e nos pontos e nas virgulas, mas nem mesmo o medo das criticas ou o pouco caso de muitos, crendo-me uma louca lúdica ou tão somente uma onda só encontrada nos mares do Havaí, tirou de mim a vontade e o prazer de expressar o meu entendimento em relação a grandiosidade de me sentir viva e aí, desde os meus quatorze anos, passei a oferecer o meu foda-se a todo aquele estúpido, que na cegueira de seus intelectos, não queira como eu abraçar, acariciar e fazer amor, vinte e quatro horas por dia com esta, cheirosa e deliciosa e saborosa vida, paixão sem medidas que insisto em dividir com todos que me leem, me sorriem e me abracem.
O meu bom dia para você linda e gostosa criatura que me lê, com o meu sempre tesão, por um novo e espetacular amanhecer.
Foda-se o resto, porque aprender a viver é o grande barato para se envelhecer e morrer em festa, amando por apenas, amar.
É possível compreender?

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