Não importa, quantos anos ainda terei de vida nesta expressabilidade que adoro e me esbaldo, porque ainda assim, vou preferir usar os meus sentidos como meio mais eficaz de me fazer entender.
Dizem que sou boa com as palavras, que escrevo bonito e toco nas almas das pessoas, mas será mesmo?
Não sei exatamente em que patamar posso ser colocada, até porque, só escrevo o que sinto.
E como é difícil escolher palavras que traduzam a nossa alma, sem que num instante que seja, não joguem por terra todas as minhas reais intenções.
Daí, sempre ter preferido os sentidos, pois através deles, não suscito dúvidas...
Mas como publicar sentidos?
Como publicar beijos, sorrisos, olhares, abraços e o meu calor?
Oh! Deus, por que, não nos fez sem o poder da palavra?
Por que, não bastariam as nossas mãos e braços para tão somente, alisar e aconchegar?
Por que, não bastaria o nosso olfato para o reconhecimento de nossas mais legítimas afinidades?
Por que, não bastariam nossos olhos para expressarem as nossas mentes e almas?
Por que não bastariam nossos ouvidos para absorvermos os reais sons da vida, que tanto ou tudo podem nos ensinar.
Por que, não bastaria o nosso paladar para sentirmos as nossas preferências de sabores e amores?
OH! Meu pai...
Por que, deste-me o dom da palavra, se através dela, promovo tantos desencontros e profundos enganos?
Amo-te meu Deus, com a devoção de mais uma apenas, sua filha, mas com muitas dúvidas que repouso em meus escritos, buscando quem sabe talvez, através da bendita mente que me ofereceste, poder perceber todas as respostas de que tanto ainda necessito.
Dai-me senhor meu pai, apenas meus sentidos, pois através deles, não cometerei enganos e nem serei capaz de ferir alguém.
Apure-me o olfato e o paladar para que eu, não mais cometa enganos nesta vida que se finda lenta, mas progressivamente.
Estimule o meu tato para que eu seja capaz de alisar sem reservas, tudo e todos que reconheço como parte de mim.
Aguce o meu olhar e meus ouvidos para que eu possa através dos sons das tuas maravilhas, guiar os meus olhos, para então, somente pousarem nas minhas próprias maravilhas, que entre as tuas me esperam, enquanto, ouvem as muitas bobagens que deixo escapar desta voz traiçoeira, desta escrita, absolutamente inútil.
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