segunda-feira, 21 de dezembro de 2020

PRATICAMENTE SOZINHA

 


Posso escutar os grilos, os sapos e o galo do vizinho a distância, mas onde estão os meus pássaros nesta madrugada de já verão?

Como posso ter um despertar completo sem os sons diversificados de seus “bom-dia”?

Onde estão vocês meninos rebeldes, sem os quais minha vida perderia muito do brilho que possui?

De repente, posso ouvi-los ao longe, numa arruaça típica de quando juntos viajam ao meu encontro. Que delícia, poder ouvi-los, depois desta breve e torturante espera...

E aí, como não associar momentos de ansiedade como este, ao da espera de um grande amor?

Que gostosura é o frisson possível de se sentir, quando ainda ao longe vislumbramos sua chegada e na medida que se aproxima de nós, o mundo se dimensiona num carrossel de infinitas emoções.

Maravilha são os nossos sentidos que perfilam inspirando as nossas mentes, na produção alucinante de aventuras renovadas a cada encontro apaixonado.

Cá já se encontram e eu, tontamente inebriada, permito-me simplesmente sorver a gostosura da companhia alegre e arrojada de cada um deles com suas cantorias aparentemente desgovernadas, mas que juntas soam aos meus ouvidos como a mais bela melodia imortal.

Bendita orquestra matinal que me sustenta, preenchendo o vazio da falta alucinante de meu pássaro regente.

Para você que me lê, o meu sorriso de legítima gratidão.

 

 

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