Posso escutar os grilos, os sapos e o galo do vizinho a
distância, mas onde estão os meus pássaros nesta madrugada de já verão?
Como posso ter um despertar completo sem os sons diversificados
de seus “bom-dia”?
Onde estão vocês meninos rebeldes, sem os quais minha vida
perderia muito do brilho que possui?
De repente, posso ouvi-los ao longe, numa arruaça típica de
quando juntos viajam ao meu encontro. Que delícia, poder ouvi-los, depois desta
breve e torturante espera...
E aí, como não associar momentos de ansiedade como este, ao
da espera de um grande amor?
Que gostosura é o frisson possível de se sentir, quando ainda
ao longe vislumbramos sua chegada e na medida que se aproxima de nós, o mundo
se dimensiona num carrossel de infinitas emoções.
Maravilha são os nossos sentidos que perfilam inspirando as
nossas mentes, na produção alucinante de aventuras renovadas a cada encontro
apaixonado.
Cá já se encontram e eu, tontamente inebriada, permito-me simplesmente
sorver a gostosura da companhia alegre e arrojada de cada um deles com suas
cantorias aparentemente desgovernadas, mas que juntas soam aos meus ouvidos
como a mais bela melodia imortal.
Bendita orquestra matinal que me sustenta, preenchendo o
vazio da falta alucinante de meu pássaro regente.
Para você que me lê, o meu sorriso de legítima gratidão.
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