E como todo espetáculo, possui um início, um meio e um fim.
Assim é o processo político partidário que tem como condutor
uma tal de Democracia, ainda muito pouco entendida pelo menos por estas bandas
de cá do mapa do mundo, onde a pobreza de todos os níveis se alia a fome e a
miséria humana.
Surreal são os comportamentos que se irmanam num só objetivo
e como feras recém soltas nas arenas, colocam-se a disposição para se
apresentarem neste show de curta duração, mas que garante as feras vencedoras o
troféu da gloria de terem finalmente saído da obscuridade, já que em momentos
cotidianos, suas figuras de feras se perdiam no ostracismo de si mesmos.
É assim que enxergo e ouço o mesmo roteiro desde que me
entendo por gente, nada se alterando além da localização dos palcos e cenários,
do surgimento de um ator mais expressivo e das platéias que se alternam num
único grito de uma ilusória e estúpida esperança.
Mas é quando as cortinas se fecham é que o verdadeiro e
cruel espetáculo se inicia, calando vozes, até as mais inflamadas, silenciando
verdades, camuflando-se realidades, num azeitamento contínuo, abrindo espaço a
tão somente; aonde mesmo vou ser aproveitado?
Enquanto isso, os postos de saúde permanecem definitivamente,
inoperantes.
Os pacientes do CAPS que dependem da mais humana atenção
básica, perambulam pelas calçadas em surto por falta dos devidos medicamentos
controlados, dividindo espaço com o lixo que em tom maior, deixou de ser
recolhido.
A hora da vingança dos derrotados se apresenta, numa
horrenda tempestade de improbidades que vão deixando como legado pelo caminho, como
a marca mambembe de suas infelizes atuações.
Portanto, nesta manhã gostosa e límpida de um quase verão,
não amanheço falando das rosas, dos pássaros ou das amoras, abro espaço ao som
da Primavera de Vivaldi, como uma espécie de consolo frente a tristeza e a vergonha
com a constatação que nada mudou no antes e no depois, deste espetáculo de
quinta.
“Senhor Deus dos desgraçados! Dizei-me vós, Senhor Deus!
Se é loucura... se é verdade tanto horror perante os céus?! Ó mar, por que não
apagas Com a esponja de tuas vagas de teu manto este borrão?.”..( Navio Negreiro- Castro Alves ).
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