Acordei pensando no meu encanto pelas borboletas e
beija-flores e na delícia de ter sempre ambos ao meu redor e no quanto de
simbolismo que os mesmos marcaram a minha vida, representando cada qual, uma
avenida, para que eu pudesse ter no mínimo duas opções para caminhar.
Maravilha é ter a percepção absolutamente nítida e objetiva
deste fenômeno que ocorreu sistematicamente em minha vida, mas que foi na tenra
infância que me foi despertado, daí, a minha sempre preocupação com as mentes
infantis e na responsabilidade que cada adulto precisa ter ao oferecer
direcionamentos educacionais.
Todavia, simultaneamente, sempre associei a parte empírica educacional,
tanto doméstica quanto formal ao aparente lúdico e aí, surge em minha mente a
figura de Jesus, não como símbolo do cristianismo, mas como o ideal humano a
ser seguido em suas ideias e ideais e que, foi responsável pela minha imensa paixão
pelos seus entendimentos que magistralmente, Paulo de Tarso copilou e entregou
ao mundo.
Estamos a três dias do Natal e a oito do final de mais um
ano nada fácil de ser vivenciado e, então, penso que ainda é possível
dedicarmos alguns momentos a reflexão de nós mesmos, buscando nesta amorosa atenção,
a bendita presença deste Deus que passamos a vida, dizendo que amamos, assim
como exaltando um Jesus como seu filho salvador, mas que na realidade, pouco ou
quase nada dele compreendemos em sua breve, mas esplendorosa passagem terrena.
Compreender Jesus, não significa imunizar-se ou tornar-se
invisível às coisas do mundo, mas com certeza é estar mais estruturado emocionalmente,
trazendo para si e para o tudo mais, a simplicidade de sua alma, a firmeza de
suas atitudes e a grandiosidade de seus propósitos pessoais em transformar-se
num ser humano mais real, onde o respeito a sua própria natureza deve ser
inspiração aos seus semelhantes.
O simbolismo do Natal é estimulante para as
confraternizações, mas precisa ser também um caminho inicial de reformas
pessoais, onde os joios precisam ser retirados com vigor, para que o saudável
trigo, tenha espaço para ser o que naturalmente sua natureza determina, fonte
inesgotável de nutrição.
É preciso que repassemos as nossas crianças os exemplos
sábios da própria natureza em sua infinita diversidade visível e palpável, pois
ela é inigualável mestre e perfeito guia, possibilitando a cada mente em
formação, compreender a sutileza que deve empregar aos esforços em prol da
conquista dos ideais do mundo, jamais dispensando a leveza de seu próprio ser,
evitando assim, que a força dos vendavais, tufões e pragas sistêmicas, possam
enroscarem-se em suas almas e delas tirarem a visão bendita da grandeza de se
estar existindo.
Então, apreciar uma borboleta que silenciosamente baila,
fazendo dos espaços seus palcos, aonde representa com elegância o seu próprio
ser, assim, como observar a incansável força e beleza de um minúsculo
beija-flor, nas mais de 200 batidas por minuto de suas aparentes frágeis asas,
num determinismo polinizador, propiciando a continuação de vida, não pode e não
deve ser banalizado, mas sim, ressaltado como despertamento para as mentes ainda
limpas de uma criança, para que ela assimile cognitivamente o precioso campo de
centeio que representa de vida e liberdade.
Pessoas que se gostam e que privilegiam a si mesmas com a
leveza e a precisão das borboletas e beija-flores, não maculam, apensas sorvem,
preservando o tudo de bom que a vida lhes apresenta, principalmente o amor, poderoso
agregador dos valores éticos, mesclado ao sempre tesão de se sentir vivendo.
Quem ama, não fere, não mata,
apenas encanta como as borboletas.
Quem ama jamais divide, fere ou
causa mágoas, apenas como os beija-flores, distribui o néctar dos muito voos de
seu plantio e colheita pessoal.
Hoje é terça-feira, 22 de
dezembro de 2020 e como estou me sentindo um pouco borboleta e um pouco beija-flor,
visito o teu jardim, dando-te o meu amor e gratidão pelo respeito que me é
oferecido, através da leitura de minhas ideias e ideais.