Estou aqui tentando me livrar da compulsão que me mantém refém dos problemas sociais, baseando-me na premissa de que nada sou ou serei como unidade solitária.
A minha atual indignação com as gestões públicas tem a mesma intensidade de outrora, pois afora pontuais momentos e consequentes realizações, nada se alterou para melhorar as condições do povo, em particular, os menos favorecidos.
Aqui em Itaparica, excetuando-se pontos relevantes, de trânsito ou residência de veranistas e turistas, que diga-se de passagem, cada vez estão vindo em número menor, todo o restante vai mofando lentamente numa indignidade para com o povo que chega a doer nos ossos.
O que deveria ser normativa torna-se festivo, frente ao abandono insistente que os anos e a sucessão de gestores só fizeram aumentar em número e grau.
Entre o profano e o sagrado de minha mente observadora, existirá sempre o questionamento quanto a total falta de consciência em relação às necessidades do povo, levando-me a crer que ao se tornar gestor automaticamente o político se torna um psicopata social, cercado de companheiros, partidários e de uma legião de desequilibrados racionais, não havendo empatia em relação às dores e necessidades do povo.
A indignidade que o povo paga por tempo para levar a sua própria vida é tratada sempre como um problema que pode esperar, ou que o futuro resolverá, mas que nunca chega. Nas raras vezes em que chega, vem pífio e repleto de questionamentos por parte do povo que recebe, todavia, o gestor que o executa mesmo assim estabelece território e nele se eterniza como herói de favela.
Penso, então, que a bandidagem das ruas usa revólveres e rifles enquanto políticos utilizam da boa-fé, da ingenuidade e da sempre carência do povo, fazendo de seus discursos e agrados festivos seus escudos e suas sempre empunhadas e desumanas espadas.
Vergonha, é tudo o que consigo pensar em relação às administrações, não sabem ou simplesmente não se importam com as reais necessidades de sua cidade e de seu povo.
Nada, absolutamente nada, há de me fazer compreender todo este horror que visualizo a cada metro quadrado de abandono.
E aí, novamente penso que enquanto não tivermos sensatez, já que educação e senso crítico nos faltam, para elegermos políticos que tenham projetos viáveis e reais e não de agentes publicitários, impressos aos milhares e distribuídos como panfletos salvadores, assim como vereadores comprometidos com o bem comum, mais do que na escalada de suas próprias vidas, jamais poderemos caminhar sem lamas e buracos, sem a violência agressiva e mortal, que antes de vir do bandido assumido, vem dos salvadores de uma pátria chorosa e desiludida.
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