Entre os
céus e a terra, sem dúvidas, é possível encontrar a cada milionésimo de segundo
o inusitado, o quase inédito e o assombroso nos muitos ângulos e avaliações que
o homem é capaz de observar.
Daí a cada
dia pensares que o homem é incapaz de seguir uma única trilha, onde o amor seja
o seu único condutor.
Se parares
para analisar este teu sonho juvenil, com certeza perceberás que até mesmo o
amor mais abrangente não está imune das temperanças da inquieta alma que o
abriga.
Todo este
amontoado de sentimentos e loucuras, chamamos de dor do mundo, que, afinal,
dispensa amparos e reparos, pois por si só, se recicla, se renova e se perpetua
a cada geração de humanos com uma nova vestimenta, aparatos e requintes de
aperfeiçoamento.
Pensar nas
dores do mundo, faz da criatura humana uma contínua estudiosa desta mente
brilhante, mas absolutamente desequilibrada, frente a si próprio e sua própria
acomodação em meio ao que, geralmente, lhe parece triste e obscuro.
A própria
incapacidade de dominar a sua imortalidade tira dele a segurança do daqui a
pouco, que mesmo não sendo conscientemente pensada e muito menos admitida,
permanece como uma ameaça silenciosa à consumir-lhe a paz interior.
Compreendes
o quanto é devastador não poder controlar sua permanência e estar continuamente
exposto a um fim, em sua maioria desconhecido?
Esta é a
forma mais expressiva de se mostrar os efeitos do “Diabo” na condução permanente
das vidas, enquanto como consolo, o humano agarra-se à um “Deus Salvador”,
esperando Dele os infinitos milagres à sua sobrevivência.
E quando por
alguma razão este “Deus” não atua, recorremos à fé (lúdico amparo) mantendo viva
pelo menos a certeza de que Ele, o “Deus”, sabe o que faz, já que sua pesada
cruz também precisa ser carregada pelos pobres mortais para que, como Ele,
possam estar ao lado do pai, que também é o filho de todos.
Não há como
prever, talvez prorrogar, mas jamais evitar o fim, que por ser mal interpretado
pode até parecer desastroso, mas para quem já se livrou da paranoia da
sobrevivência, é tão somente um transmutar sem glórias ou derrotas.
Dirás,
então, que até esta premissa é falsa, pois consola e ameniza a solidão da finitude.
Digo-te que
para o leigo, tua afirmativa é verdadeira,
mas não para ti e outros mais que ao longo da sobrevivência encontraram
a eternidade de si próprios.
Resta em ti,
tão somente o ainda apego ao belo que te envolve, no primarismo inconsequente
em creres que ao partires, tudo se perderá.
Qual
nada! ...
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