quinta-feira, 6 de junho de 2019

Para os deprimidos, ansiosos ou, simplesmente, insatisfeitos...



Quando o tempo muda e o céu se acinzenta, trazendo chuvas incessantes, geralmente também surgem mais fortemente em nossas mentes aqueles pensamentos de desânimos e com eles vem as lamúrias em formas bem mais expressivas, pois não há o calor do sol que nos aqueça e nos estimule a sair para novas aventuras.
E aí, a nossa tendência é pensar no que ainda não temos ou naquilo que perdemos e, na maioria das vezes, nos refugiamos em devaneios salvadores, onde tudo é perfeito e conquistável. Porém, dura pouco, e logo a realidade volta ao seu espaço e com ela, em dose dupla, volta o desânimo que lentamente vai se apoderando de nossa mente, instalando-se confortavelmente e tirando de nós todo e qualquer  resquício de serenidade, condição primeira para que alguém possa enxergar com um mínimo de lucidez, todas as benécias  de que  já dispõe .
E aí, esta é uma armadilha que nos condena a continuamente estarmos abertos  às falácias emocionais, estimuladas por valores sociais absolutamente despersonalizados e que, inadvertidamente, nelas nos inserimos, numa busca frenética de desejos e ideais e sem qualquer capacidade avaliativa para reconhecermos aqueles reais que nos pertencem e que, muitas vezes, já possuímos ou  que está a nossa disposição e que simplesmente nossa mente nublada é incapaz de identificar.
Penso, então, que as chuvas deste inverno que já bate às nossas portas possam representar uma excelente oportunidade de alterar o nosso próprio histórico emocional, afastando vigorosamente a inércia mental de se deixar arrastar pelos devaneios, que na realidade são infinitos e todos fornecidos por um sistema cruel que visa unicamente manter-se na superfície de si mesmo, submergindo sem dó e piedade à todo distraído ou ingênuo de plantão.
Que tal, nos dias cinzentos, aproveitarmos para olhar à nossa volta, resgatando no aparente vazio que nos consome um pouco que seja de gratidão por tudo que não valorizamos como deveríamos, mas que nos pertence e está bem aqui, pertinho de nós.
Afinal, o lúdico e o distante, sempre nos parecerão perfeitos, mas será sempre o próximo e tangível que nos dará sustentabilidade para irmos mais adiante em nossas pretensões absolutamente pessoais.
Alô, alô, vida plena, aquele abraço! ...



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