terça-feira, 25 de junho de 2019

MINHA AINDA HIPOCRISIA


Assim como num estalar mágico de dedos, deixei de ser uma pessoa contaminada pelos inúmeros preconceitos e, assim como eu, a grande maioria, num despertar fenomenal, graças aos movimentos variados em defesa das minorias que são os fracos e oprimidos que fogem aos modelos considerados normais com os quais convivemos.
Mentira, engodo, surrealismo em se tratando de hipocrisia de convívio, que é bem mais danosa que o preconceito em si, se é que é possível mensurar a imensa capacidade humana de apenas existir, deixando também o outro existir, tal qual a sua natureza e escolha.
Daí, talvez seja possível mensurar-se com um pouco mais de precisão os índices horrorosos de a cada 19 minutos haver um crime relacionado à homofobia. Penso, então, que tolerar não significa respeitar, assim como o respeito só acontece através do devido entendimento, assim como este só desabrocha com a devida educação, em uma corrente que vai se formando lenta mas consistentemente através da naturalidade do convívio entre as criaturas, uma carinhosa e devotada tarefa de ir-se corrigindo distorções e excessos, seja de franqueza, rejeição ou indiferença.
Ora, esta é uma tarefa que certamente no mundo atual se enquadraria nas sociedades que já estão há anos luz no quesito de formação intelectual e humana de seus cidadãos, mas não nesta maioria absurda de desordenados que vagueiam pelo mundo, sem rumos definidos sequer dos propósitos das existências de si mesmos, e cá no Brasil, isto é então ainda mais lúdico, já que sequer somos capazes de enxergar o mais elementar de nossos direitos à dignidade de apenas nascer.
Reconhecer que ainda precisaria de décadas para finalmente apenas conviver verdadeiramente respeitando e que no trajeto estou  arduamente me esforçando e buscando informações precisas que me orientem é o mínimo que posso fazer como verdadeiro à tudo e a todos que de uma forma ou de outra se apresentam diferentes daquilo que me foi passado como herança emocional e educacional, e até mesmo genética, por séculos de hábitos de profunda ignorância sobre a vida e sua preciosa diversidade.
Procuro não esquecer que tolerar não é respeitar, pois no respeito não se estabelecem limites.
Então, prefiro dizer que estou caminhando e aprendendo a erradicar de minha mente e consequentes atitudes esta chaga que faz doer toda e qualquer sociedade, a partir do reconhecimento da minha ainda hipocrisia.

domingo, 23 de junho de 2019

REBOBINANDO A MENTE



 Eu tinha apenas quatorze anos, quando os militares assumiram o poder, atendendo ao clamor popular, de parte dos políticos e dos empresários de áreas variadas de nosso país.
Lá em casa e mesmo na família de um modo geral, nada se alterou, além de um pequeno período de corre-corre social pelo receio do desabastecimento de alimentos, levando as famílias a enfrentarem filas quilométricas, pois havia um limite máximo na compra dos mesmos. No mais, não tenho lembranças de qualquer outra alteração em nossa rotina, ressaltando que o mesmo não ocorria com um bom número de cariocas, que se viam inseridos em problemas relacionados à política, sofrendo com desaparecimentos, prisões e até execuções de algum dos seus familiares.
Nessa época, minha mente já estava voltada aos meus escritos, minhas amizades e a rotina de estudante, isso sem esquecer de que também dava os primeiros olhares de admiração em relação aos meninos, num despertamento absolutamente natural e saudável. Às vezes, ouvia meu pai fazer algum comentário enfático a respeito dos comunistas que tentavam se infiltrar no comando do país, sem esconder sua revolta, e só, pois somente em 1971, já morando em Brasília e trabalhando em um jornal diário de grande circulação, é que comecei a sentir bem próximo a divisão de opiniões políticas e a conhecer as posturas dos militares e dos civis, assim como seus efeitos no todo social.
Então, ao invés de optar por um lado e nele me inserir como cidadã e profissional, optei em conhecer melhor tanto um como o outro, na prática de seus discursos, assim como seus efeitos na coletividade. Na realidade, pensando agora enquanto escrevo, reconheço que não havia em mim a consciência desta opção, apenas fui seguindo minhas intuições, até porque, jamais gostei de grupos fosse lá do que fosse, confessando que sempre fui meio arredia, preferindo a contemplação e o exercício do pensar.
Toda esta introdução para dizer que o lúdico sistema socialista, a meu ver, apaixona e arrebanha para si todas as pessoas que possuem seus sensitivos mais expressivos, e é claro que não escapei deste atrativo, pois desnuda o melhor dos propósitos humanos, todavia, não há senso socialista que resista à arrogância e prepotência emocional, que como cruéis guerreiros extremamente poderosos, arrastam toda sublime intenção em favor da coletividade, para a necessidade genuinamente crua do “eu primeiro” sempre, e aí, a brecha mental se expande, dando passagem à vaidade, senhora absoluta da inconstância, capaz de aniquilar toda e qualquer visão e propósitos de um todo humanitário; e não demorou muito para eu lembrar das palavras de meu pai ao comprová-las na prática do convívio.
Como todo e qualquer jovem bem intencionado, passei pela fase da revolta diante das constantes decepções e aos poucos, ainda inconscientemente, fui abastecendo a minha harmonia de entendimentos, utilizando a bagagem naturalista e consequentemente existencial que havia sido abastecida através da minha esquisitice em buscar por quase todo o tempo o conhecimento da criatura humana e suas ações e reações, através da contemplação comparativa entre o comportamento do homem em relação ao comportamento dos demais seres vivos com os quais convivi ou li a respeito, ressaltando que ao homem há o dispositivo racional que deveria fazer dele um ser mais completo e verdadeiramente humano, independentemente de suas simpatias e escolhas políticas.


sexta-feira, 21 de junho de 2019

UM NOVO DIA



São quatro e trinta de um novo amanhecer e tudo me parece estranhamente calmo e silencioso, nem mesmo meus cães arranharam a porta para entrar, tudo que ouço é o barulho das teclas cansadas de meu notebook.
O galo do vizinho há dias se calou, penso então, que ou foi vendido ou virou iguaria no prato alguém e, nem os pássaros até agora apareceram fazendo suas habituais algazarras.
Concluo mais uma vez que nada igualmente se repete, nem mesmo nós, criaturinhas difíceis, repletas de hábitos e manias e conceitos, nos quais nos agarramos freneticamente, querendo exatamente provar o quê, vai lá se saber...
Tudo que sei é que quando, como burros empacados insistimos em não acompanhar as mudanças que vão surgindo, vamos sendo naufragados, seja pelo sistema ou pela rudeza sensitiva de não nos adaptarmos às naturais mudanças evolutivas.
Digo que são mudanças naturais, pois todas são oriundas da mente humana, afora as intempéries da natureza o que aliás, jamais foi impedimento adaptativo para nenhum ser vivo que sobreviva a elas.
Penso que estamos vivendo uma era de grandes e significativas mudanças em ambos os aspectos e que como ignorantes existenciais, insistimos em resistir, acreditando arrogantemente que poderemos reverte-las de uma forma ou de outra. Qual nada, a própria história da humanidade afirma o contrário. Na realidade tudo que conseguiremos é morrer lamentando, já que teremos deixado de participar com a nossa própria visão, adicionando a elas argumentos que, certamente, corroborariam com o seu mais rápido aperfeiçoamento.
É chegada a hora de pensarmos em deixar de lado esta resistência sem sentido prático, numa insistência tola em fecharmos os nossos olhos, acreditando que no nosso tempo tudo era melhor, esquecendo-nos daqueles que obtusamente resistiram e se perderam pelo caminho, deixando de vivenciar as delícias e conquistas que hoje, nós que ajudamos a promover tais mudanças, recordamos sorrindo.
Trinta minutos se passaram e tudo continua silencioso, todavia, o dia que renasce é outro e nós também.
Que tal darmos uma chance ao diferente e talvez, quem sabe, descobrirmos que não é tão ruim e assustador como nos parece?
O sabiá chegou solitário, mas já canta e é lógico que idealizo ser só para mim.


quinta-feira, 20 de junho de 2019

QUE COISA, VIU! ...



Amanheci meio que descadeirada, afinal foram mais de oito horas assistindo a sessão pública da CCJ do Senado, dedicação ao aprendizado, já que é impossível fazer-se uma avaliação e estabelecer um juízo de valor, seja do que for, sem que haja um conhecimento detalhado dos fatos. A completude de um contexto é fundamental para que o sentido do dito ou escrito tenha uma maior amplitude.
Rapaz, o cinismo, cara de pau ou babação e puxa-saquismo foram constantes abusos à inteligência do povo, assim como a incansável doutrinação esquerdista, realmente é surreal. E essa minha afirmação abrange todos os seguimentos partidários, excluindo-se no máximo uns cinco ou seis senadores, num universo presente de quarenta escritos e que se pronunciaram.
Tanto é desolador os ataques quanto as defesas, aliás, mais desolador ainda é constatar-se a tremenda perda de tempo daquela sessão, frente a tantos problemas incomensuravelmente mais urgentes para serem tratados, num país quebrado, com um povo mal cuidado e mal informado, mesmo tendo muitos caminhos de comunicação disponível.
Então, penso na extensão do confuso e difuso entendimento do ouvido ou lido e me apavoro, pois, mesmo diante de anos a fio de observações, pesquisas e profunda dedicação na busca do conhecimento da criatura humana na prática de seu vivenciar cotidiano no contexto existencial, ainda me surpreendo com a profunda ignorância sensitiva, dissociada de sua genuína capacidade de raciocínio lógico, o que resulta num “samba do crioulo doido”, dito antigo e popular, quando se era possível observar absurdos incapazes de serem descritos com a fidelidade de sua apresentação.
Pois ontem, com a distinção de se tratar de um evento democrático, concluí com dor na alma, tratar-se de mais um espetáculo mambembe, armado e apresentado sob a estrutura monumental de um palácio, mas repleto de intenções duvidosas dos talentos dos atores, salvando-se poucos, cuja relevância de suas falas pelo menos não passou batido a todo aquele que, como eu, buscava consistência do único fato que merecia atenção, que era justo, a criminalização de um profissional que peitou com os seus auxiliares e companheiros de ideias, no que se inclui membros do ministério publico da Comarca de Curitiba, na derrocada da mais bem estruturada e cruel quadrilha do crime organizado, que com a capa de um socialismo rasteiro, minou e corrompeu as instituições públicas através de seus condutores, dilapidando valores, distribuindo esmolas e falsos crescimentos aos cidadãos, enquanto arrastavam para si, poder, dinheiro e glórias, nunca jamais visto nesta absurda proporção neste nosso país.
Confesso que tenho medo do mau, pois é incansável, assim como reprodutor contínuo das metástases da ignorância, larva destruidora do raciocínio, formando por onde passa com o seu poder avassalador, espectros disformes de lógica e senso agregativo.
O PT, sem dúvidas, poderia ter sido além do mais forte e estruturado partido politico já formado neste país, um polo de profundo desenvolvimento social e econômico, transformado o Brasil nos quatorze anos em que esteve no poder, numa nação forte, ricamente estruturada com suas próprias riquezas, celeiro estimulador do desenvolvimento das infinitas nativas mentes brilhantes, com o diferencial de possuírem a expertise dos povos agregadores.
Esse foi o desperdício, estimulado pela ganância, vaidade e arrogância, que certamente entrou para a história como exemplo da crueldade disfarçada de patriotismo, só comparada às misérias produzidas na Alemanha de Hitler, onde ignorante e iludido, o povo em sua maioria, abraçou o ilógico, desumano e absurdo como suas verdades de liberdade, fortuna e desenvolvimento.

segunda-feira, 17 de junho de 2019

MENTE AGITADA.



Acordo pensando, como se minha mente tivesse sido invadida por seres sem rostos e formas e que conversam entre si, fazendo de mim ouvinte não participante, o que a psicologia poderia chamar de esquizofrenia, já que produz vozes interiores e, de certa forma, estimuladores de condutas.
Entre as falações ininterruptas percebo que estou bem acordada, mas incapaz de mover-me, não sei se por impossibilidade ou tão somente, porque não quero perder uma única palavra dita, que deduzo ser de meu inconsciente agitado pelo excesso de bagagem.
Atenta, percebo que falam de minha velha mania em deixar legados após a minha morte, como se, sem eles, meu círculo de amigos e amores fosse ficar perdido com a minha partida, então, relatam detalhes de uma constante despedida que me parece, agora, apenas infantil, fruto de uma juventude romântica, colorida e abastecida com as águas benditas do mar de Ipanema, do meu sempre amado Rio de Janeiro, e do verde cheiroso de minha Guapimirim.
Esse constante acordar com a mente tagarelando, há muito não me assusta ou incomoda, na realidade até dele me aproveito para extrair inspirações para os milhares de textos escritos pela vida afora, na ilusão de que possam de alguma forma estimular aqueles que lerem com motivações pessoais, nem que seja por instantes, a fim de perceberem o quanto são ricos, lindos e perfeitos, verdadeira obra prima da natureza.
Começo a rir, agora escrevendo, pois esta frase parece feita e muito repetida na literatura motivacional, tão banalizada, desprestigiada, mas também absurdamente procurada, justo por colorir por instantes com o poder da esperança mentes e almas aturdidas com as incertezas de suas próprias vidas, num constante questionamento do: “de onde vim e para onde vou”.
E a cada amanhecer, quando finalmente saio da cama, corro para abrir portas e janelas, buscando a claridade das madrugadas ainda estreladas ou do sol brilhante do amanhecer, respirando os aromas deliciosos da minha sempre opção pelos quintais com mangueiras, acerolas, pinhas e amoras  onde pássaros e cães me saúdam carinhosamente, levando-me  a acreditar que acabo de renascer, prontinha para um novo e surpreendente recomeço.
E aí, percebo encantada que o ontem, não faz mais sentido, mas que o hoje é determinante, restando resquícios do ontem, tão somente como lembranças boas de instantes bem vividos, não permitindo assim que sejam jamais esquecidos.


sexta-feira, 14 de junho de 2019

CONVERSANDO COM A VIDA



Entre os céus e a terra, sem dúvidas, é possível encontrar a cada milionésimo de segundo o inusitado, o quase inédito e o assombroso nos muitos ângulos e avaliações que o homem é capaz de observar.
Daí a cada dia pensares que o homem é incapaz de seguir uma única trilha, onde o amor seja o seu único condutor.
Se parares para analisar este teu sonho juvenil, com certeza perceberás que até mesmo o amor mais abrangente não está imune das temperanças da inquieta alma que o abriga.
Todo este amontoado de sentimentos e loucuras, chamamos de dor do mundo, que, afinal, dispensa amparos e reparos, pois por si só, se recicla, se renova e se perpetua a cada geração de humanos com uma nova vestimenta, aparatos e requintes de aperfeiçoamento.
Pensar nas dores do mundo, faz da criatura humana uma contínua estudiosa desta mente brilhante, mas absolutamente desequilibrada, frente a si próprio e sua própria acomodação em meio ao que, geralmente, lhe parece triste e obscuro.
A própria incapacidade de dominar a sua imortalidade tira dele a segurança do daqui a pouco, que mesmo não sendo conscientemente pensada e muito menos admitida, permanece como uma ameaça silenciosa à consumir-lhe a paz interior.
Compreendes o quanto é devastador não poder controlar sua permanência e estar continuamente exposto a um fim, em sua maioria desconhecido?
Esta é a forma mais expressiva de se mostrar os efeitos do “Diabo” na condução permanente das vidas, enquanto como consolo, o humano agarra-se à um “Deus Salvador”, esperando Dele os infinitos milagres à sua sobrevivência.
E quando por alguma razão este “Deus” não atua, recorremos à fé (lúdico amparo) mantendo viva pelo menos a certeza de que Ele, o “Deus”, sabe o que faz, já que sua pesada cruz também precisa ser carregada pelos pobres mortais para que, como Ele, possam estar ao lado do pai, que também é o filho de todos.
Não há como prever, talvez prorrogar, mas jamais evitar o fim, que por ser mal interpretado pode até parecer desastroso, mas para quem já se livrou da paranoia da sobrevivência, é tão somente um transmutar sem glórias ou derrotas.
Dirás, então, que até esta premissa é falsa, pois consola e ameniza a solidão da finitude.
Digo-te que para o leigo, tua afirmativa é verdadeira,  mas não para ti e outros mais que ao longo da sobrevivência encontraram a eternidade de si próprios.
Resta em ti, tão somente o ainda apego ao belo que te envolve, no primarismo inconsequente em creres que ao partires, tudo se perderá.
Qual nada! ...


quinta-feira, 13 de junho de 2019

PRIORIDADES. DE QUEM?


Estou aqui tentando me livrar da compulsão que me mantém refém dos problemas sociais, baseando-me na premissa de que nada sou ou serei como unidade solitária.
A minha atual indignação com as gestões públicas tem a mesma intensidade de outrora, pois afora pontuais momentos e consequentes realizações, nada se alterou para melhorar as condições do povo, em particular, os menos favorecidos.
Aqui em Itaparica, excetuando-se pontos relevantes, de trânsito ou residência de veranistas e turistas, que diga-se de passagem, cada vez estão vindo em número menor, todo o restante vai mofando lentamente numa indignidade para com o povo que chega a doer nos ossos.
O que deveria ser normativa torna-se festivo, frente ao abandono insistente que os anos e a sucessão de gestores só fizeram aumentar em número e grau.
Entre o profano e o sagrado de minha mente observadora, existirá sempre o questionamento quanto a total falta de consciência em relação às necessidades do povo, levando-me a crer que ao se tornar gestor automaticamente o político se torna um psicopata social, cercado de companheiros, partidários e de uma legião de desequilibrados racionais, não havendo empatia em relação às dores e necessidades do povo.
A indignidade que o povo paga por tempo para levar a sua própria vida é tratada sempre como um problema que pode esperar, ou que o futuro resolverá, mas que nunca chega. Nas raras vezes em que chega, vem pífio e repleto de questionamentos por parte do povo que recebe, todavia, o gestor que o executa mesmo assim estabelece território e nele se eterniza como herói de favela.
Penso, então, que a bandidagem das ruas usa revólveres e rifles enquanto políticos utilizam da boa-fé, da ingenuidade e da sempre carência do povo, fazendo de seus discursos e agrados festivos seus escudos e suas sempre empunhadas e desumanas espadas.
Vergonha, é tudo o que consigo pensar em relação às administrações, não sabem ou simplesmente não se importam com as reais necessidades de sua cidade e de seu povo.
Nada, absolutamente nada, há de me fazer compreender todo este horror que visualizo a cada metro quadrado de abandono.
E aí, novamente penso que enquanto não tivermos sensatez, já que educação e senso crítico nos faltam, para elegermos políticos que tenham projetos viáveis e reais e não de agentes publicitários, impressos aos milhares e distribuídos como panfletos salvadores, assim  como vereadores comprometidos com o bem comum, mais do que na escalada de suas próprias vidas, jamais poderemos caminhar sem lamas e buracos, sem a violência agressiva e mortal, que antes de vir do bandido assumido, vem  dos salvadores de uma pátria chorosa e desiludida.

terça-feira, 11 de junho de 2019

ENTRE DEUS E O DIABO



Enquanto a incansável e destemida força do mal, engendra falácias, distorções de ações e intenções, malfazeja sem qualquer limite ou piedade tudo e todos que se coloquem no seu caminho de espoliação do bem público, tudo seguirá no mesmo.
Enquanto isso, espera-se que Deus, infalível em sua justiça, bravamente atenda aos cada vez mais minguados adeptos do justo que visam com suas orações, também nem sempre correspondido em suas próprias ações, vitórias do bem sobre o mal.
Lutas intermináveis, doloridas e feridas de morte que perseguem cegamente seus interesses puramente pessoais, mas trazendo como estandartes o coletivo como mensagem de arrebatamento de massa.
E quando um ser isolado percebe sem brilhos de camuflagens esta luta insana, também compreende que nem Deus e tão pouco o Diabo chegarão a um bom termo, pois se assim viesse a ser, ambos perderiam seus fieis adeptos e, com certeza, cada ser humano teria de enfrentar sem o lúdico que transcende o real e o palpável, suas próprias guerras entre o lógico e o fantasioso-.
Concluo que haverá sempre um mal presente, para que exista um bem, mesmo que a meia boca.

sexta-feira, 7 de junho de 2019

CHOVE LÁ FORA



Ainda bem que só lá fora, pois minha mente continua ensolarada e aquecida de muitas observações que sempre me estimulam a fazer ilações em relação as convivências, que nada mais são que o X de todas as questões que envolvem os seres humanos.
Hoje, amanheci pensando no “Ideal e o real” e que na realidade molda a hipocrisia social, seja aqui ou em qualquer lugar deste planeta, onde a educação formadora da visão crítica das crianças seja frágil ou inexistente, como é o nosso caso.
Daí, poucos se lembrarem e a maioria sequer ter ouvido falar daqueles que foram os grandes pensadores, inventores e instrumentalistas das coisas com as quais convive-se banalmente ou que são fundamentais à qualquer sobrevivência.
E aí, penso nas redes sociais que deveriam ser palcos de discussões, com trocas ricas de experiências e conhecimentos, ampliando fundamentos argumentativos, no entanto, o que se vê é uma banalidade que, em alguns momentos, faz doer a alma.
Celeiro que estimula a vaidade, agressividade e ao aumento abusivo de grupos exclusivistas com tendências claras ao separatismo de todos os níveis. Nas redes sociais, todos entendem de tudo e a grande maioria não sabe de nada, nem mesmo, aprendem a ler e a interpretar.
Tudo é rasteiro e superficial, dando a sensação de grande importância que na realidade se traduz numa sociedade cada vez mais fria e destituída de emoções agregadoras, criando silenciosamente um estresse generalizado que a pratica da vivência cotidiana mostra a cada instante, sem qualquer camuflagem.
Mesmo reconhecendo este caminhar paranoico, insisto em publicar minhas observações solitárias, na esperança de que mesmo não comentando, partilhando ou simplesmente curtindo, uma só pessoa leia e, por instantes, possa pensar a respeito e deixar acender em si uma luzinha que seja de respeito ao contraditório, num exercício bendito de visão ampliada. 
Enquanto isso, a onerosa e mal dada “Transa do Neymar”, desperta discussões...

REFLEXÃO SOBRE O ABORTO



Estou aqui pensando que sou contra o aborto por considerar que o direito da mulher se limita a seu próprio corpo. O feto tem o seu próprio e o fato de estar se desenvolvendo biologicamente dentro de uma mulher, não dá a ela procuração para determinar sobre a vida que nele existe.
Agora, optar por se vai criar e educar após o nascimento, aí sim, é um direito de escolha da mulher.
Todavia, a criminalização sempre será inútil; ideal seria que fosse oferecido através de políticas públicas e orientação educacional responsável nas escolas o entendimento do valor da vida.
Utopia dentro da realidade brasileira?
Sempre será, enquanto os assuntos realmente importantes e determinantes na formação e desenvolvimento estrutural da conscientização da vida forem tratados com leviandade ou opcional entre os atores responsáveis pelo equilíbrio de nossa sociedade.
O que deveríamos discutir é a presença do setor de saúde pública, oferecendo amparo às mulheres carentes, orientando-as, encaminhando-as e até mediando na sociedade as aflições e o desamparo.
O processo de amparo a vida desde antes de sua concepção é frágil e eu diria vergonhosa na sua constante indiferença.
O serviço social deveria ser mais efetivo junto ao serviço de saúde e da educação em trabalhos integrados e continuados.
Liberar o aborto sem que haja uma severa estruturação social é, tão somente, ampliar e dar legitimidade ao clandestino existente, pois a nossa estrutura de saúde não está preparada para absorver a demanda que hoje já existe.
SER LIVRE abriga responsabilidade sobre sua vida e a do outo, mesmo que este esteja habitando o seu próprio útero.

quinta-feira, 6 de junho de 2019

Para os deprimidos, ansiosos ou, simplesmente, insatisfeitos...



Quando o tempo muda e o céu se acinzenta, trazendo chuvas incessantes, geralmente também surgem mais fortemente em nossas mentes aqueles pensamentos de desânimos e com eles vem as lamúrias em formas bem mais expressivas, pois não há o calor do sol que nos aqueça e nos estimule a sair para novas aventuras.
E aí, a nossa tendência é pensar no que ainda não temos ou naquilo que perdemos e, na maioria das vezes, nos refugiamos em devaneios salvadores, onde tudo é perfeito e conquistável. Porém, dura pouco, e logo a realidade volta ao seu espaço e com ela, em dose dupla, volta o desânimo que lentamente vai se apoderando de nossa mente, instalando-se confortavelmente e tirando de nós todo e qualquer  resquício de serenidade, condição primeira para que alguém possa enxergar com um mínimo de lucidez, todas as benécias  de que  já dispõe .
E aí, esta é uma armadilha que nos condena a continuamente estarmos abertos  às falácias emocionais, estimuladas por valores sociais absolutamente despersonalizados e que, inadvertidamente, nelas nos inserimos, numa busca frenética de desejos e ideais e sem qualquer capacidade avaliativa para reconhecermos aqueles reais que nos pertencem e que, muitas vezes, já possuímos ou  que está a nossa disposição e que simplesmente nossa mente nublada é incapaz de identificar.
Penso, então, que as chuvas deste inverno que já bate às nossas portas possam representar uma excelente oportunidade de alterar o nosso próprio histórico emocional, afastando vigorosamente a inércia mental de se deixar arrastar pelos devaneios, que na realidade são infinitos e todos fornecidos por um sistema cruel que visa unicamente manter-se na superfície de si mesmo, submergindo sem dó e piedade à todo distraído ou ingênuo de plantão.
Que tal, nos dias cinzentos, aproveitarmos para olhar à nossa volta, resgatando no aparente vazio que nos consome um pouco que seja de gratidão por tudo que não valorizamos como deveríamos, mas que nos pertence e está bem aqui, pertinho de nós.
Afinal, o lúdico e o distante, sempre nos parecerão perfeitos, mas será sempre o próximo e tangível que nos dará sustentabilidade para irmos mais adiante em nossas pretensões absolutamente pessoais.
Alô, alô, vida plena, aquele abraço! ...



quarta-feira, 5 de junho de 2019

TESÃO NACIONALISTA



Estou aqui pensando que Neymar, nosso craque maior do futebol, realmente é um fanático pelo Brasil, sua pátria mãe, pois até para transar precisa importar nossas garotas ou será que está faltando moças bonitas na Europa ou o novo modismo  para um jovem milionário tupiniquim  seja importar carinhos a peso de ouro por ser estímulo substituto da azulzinha?
Tesão nacionalista é sempre muito arriscado.

A INCOERÊNCIA DE PROPÓSITOS



À primeira vista, observando as constantes mudanças sociais, posso até me deixar convencer de que as coisas estão indo de mal a pior, mas se aplaco o espanto inicial, fica claro que toda essa surpreendente e até assustadora movimentação de valores e comportamentos nada mais é que uma forma de adaptação social, frente ao inevitável ciclo de progresso que, de tempos em tempos na história da humanidade, sempre causou divisões e muita confusão, já que cada ser humano é diferente e com graus também diferenciados de entendimentos e interesses em relação a tudo que lhe é apresentado ou por ele criado.
Todavia, confesso que meu verdadeiro espanto é que não importa o tamanho deste desenvolvimento progressivo em todas as áreas, pois na mesma proporção cresce a miséria e a indiferença entre os seres, sejam humanos ou não.
O entendimento da importância da vida sempre é encontrado na contra- mão de um sistema que foi criado e é mantido em regras práticas e teóricas, justo por nós, vítimas primeiras deste descompasso social.
Vai entender, não é mesmo?


sábado, 1 de junho de 2019

É PRECISO PENSAR... E AGIR...



Tudo é uma questão de prioridades administrativas.
 O mérito deveria ser questionado pelos Vereadores na Câmara Legislativa. Daí a necessidade de abrir espaço para Audiências Públicas periódicas, aonde o povo, através do cidadão ou de seus representantes comunitários, poderia levar suas demandas aos ilustres edis, confirmando de forma empírica que aquela casa fosse efetivamente a "Casa da Cidadania."
Afinal, se a casa é do povo para o povo, por que silenciar este mesmo povo?
Uma das razões do cidadão não comparecer nas sessões semanais e tão pouco nas prestações de contas é exatamente porque compreende que sua presença em absolutamente nada poderá alterar, questionar ou mesmo se sentir amparado pelos seus representantes. O tempo de vaiar ou aplaudir já não se adapta mais a este povo que se por um lado é simples e compreensivo, por outro não aceita ser tão somente plateia.
Perguntar sobre os critérios utilizados nas escolhas das prioridades, com certeza é o X de todos os questionamentos relativos a esta e a todas as demais passadas gestões, já que é sabido das infinitas demandas que se apresentam.
Condenar por condenar ou aplaudir por aplaudir são características que retratam o desenvolvimento de todos os níveis de uma cidade.
E aí, pensando aqui com os meus botões, fico imaginando porque as lideranças políticas tão tradicionais aqui ou em qualquer lugar deste bendito país, não questionam jamais a falta de participação dos vereadores, representantes legais do povo, preferindo andanças nas sombras de uma oposição tete-a-tete com os cidadãos, muitas vezes induzindo-os através de informações destituídas de real veracidade, confundindo-o mais que orientando, com o único propósito de beneficiar-se e a seu grupo político.
O Povo precisa urgentemente de líderes que fiscalizem junto com o legislativo, tendo o apoio deste, nos esclarecimentos dos fatos.
Mas enquanto a carruagem passa, os cães ladram sem qualquer maior não só conhecimento dos fatos, mas acima de tudo, sendo apenas bobos da corte de líderes que, geralmente, se eleitos os abandonam, permanecendo com seus mais que fiéis companheiros, não mais de uma dúzia, se tanto.
Precisamos entender de uma vez por todas as atribuições de um vereador, para não confundirmos gatos por lebre e, o que é pior, reelegendo-os, mesmo que reclamando deles por todo o tempo.
Veja bem. Eleger um cidadão por causa de sua ativa participação em serviços sociais é um caminho, mas reelege-lo é o exemplo mais que primoroso de nossa incapacidade avaliativa. Afinal, vereador não é eleito para ser um ativista ou assistente social e sim para legislar nas questões outras também que afligem o povo que o elegeu.
É comum, um edil faltar a sessões por estar prestando algum tipo de serviço social, quando deveria estar questionando, após verificação, questões que afrontam a realidade ou as leis do município.
As avaliações dos méritos das escolhas administrativas na aplicabilidade dos recursos públicos são de total responsabilidade da Câmara de Vereadores, tendo sempre o apoio consistente de cidadãos verdadeiramente direcionados ao bem-estar da comunidade como um todo.
Portanto, antes de malhar o Judas que se encontra na berlinda do poder, bom seria, reavaliar os propósitos e atuações dos vereadores, pois ambos, apenas seguem a tradição arcaica e desumana com o povo de taparem o sol com a peneira, fazendo por todo o tempo bem menos do que poderiam, tudo por conta das escolhas e acordos que em nada também verdadeiramente resolvem as históricas demandas e quando algumas são resolvidas, certamente outras ficam a descoberto.
Todos nós já comprovamos esse tipo de prioridade:
- “Faço uma festa ou calço uma avenida, mas ao mesmo tempo deixo faltar o remédio nas unidades de saúde”.
O que se vê são muitos discursos, papos na surdina das esquinas ou das intermináveis reuniões políticas, inflamadas acusações em plenário, seguidas reinaugurações, mas absolutamente nada consistente que mude realidades dentro de um tempo razoável para a sempre paciência do povo.

ESPLENDIDO GOZO

De onde surgiu o meu improviso, não sei precisar, mas, com certeza, sempre foi a minha mais autêntica realidade, custando-me em algumas ocas...