domingo, 12 de fevereiro de 2017

A FILOSOFIA E EU

Estudar filosofia sem o compromisso de decorar nomes, datas e períodos abriu um espaço mental para uma compreensão maior sobre a lógica de cada pensamento e seu desenvolvimento evolutivo, através das mentes de criaturas brilhantes, que confesso, não só me fascinaram, como foram dando lógica consciente ao meu já natural espírito crítico, assim como a minha também incapacidade de aceitação imediata sobre qualquer assunto sem uma busca mais ampla de conhecimento. Claro que esta capacidade de raciocínio ou simples observação foi de fundamental importância na minha visão avaliativa, todavia, acarretou ao longo do tempo uma espécie de enfado frente às mesmices sociais que vão se tornando tão translúcidas que chegam em algumas ocasiões a provocar incômodos físicos. Não se trata de ser mais inteligente, apenas creio, sou mais dedicada a entender as pessoas em suas infinitas facetas de personalidade e os efeitos dos mesmos sobre o todo no qual elas se encontram inseridas, assim como o poder de contágio que representam determinadas posturas que passam a se incorporar nas mentes e, portanto, hábitos como se fossem absolutamente adequados, abrindo espaço para que o desequilíbrio se instale e se adapte como finas luvas de pelica em mãos delicadas. E é assim que vejo a sociedade brasileira que, devido as dimensões territoriais, se diversificou em regiões e estas fracionaram-se em milhares de novas formações culturais, tendo como base formadora a quase total falta de letramento, limitante poderoso ao entendimento básico de cidadania. A rudeza da essência, que os livros de um modo geral chamam de bravura, a história é capaz de mostrar através de levantes, guerra interna, intentonas, revoluções e etc., assim como um servilismo na forma de contraponto, herdado dos índios e dos escravos no empréstimo ou doação que fizeram de seus DNAs. Impressionante e extraordinário são os fatos que se desenrolam mais precisamente nos últimos 10 anos, e que por si só, já deveriam ser suficientes para que determinados padrões se alterassem na avaliação de qualquer brasileiro, estivesse ele até mesmo nos mais longínquos rincões; mas não tem sido assim, a ponto de ainda serem aceitos os injustos como heróis ou vítimas dos escândalos, numa demonstração clara e objetiva que todas as mazelas existentes se resumem no atavismo de ideias e ideais até mesmo daqueles que, por sorte, nasceram em berço esplêndido ou receberam benécias deste poder que muda de nome e sigla, mas que até o momento, permanece tal qual, como entendeu e sabiamente Castro Alves com apenas 15 anos registrou em seu grandioso poema Navio Negreiro. “No entanto o capitão manda a manobra E após fitando o céu que se desdobra, Tão puro sobre o mar, Diz do fumo entre os densos nevoeiros: "Vibrai rijo o chicote, marinheiros! Fazei-os mais dançar!..." E dançamos lá e dançamos cá, pois os lobos se vestem de cordeiros e sorrateiros, cuidam de si e de seus mais infames interesses. A ILHA DO MEDO não é negociável.

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