Quando nos
arvoramos da soberania da verdade absoluta e ainda nos aliamos ao partidarismo
político, exercendo uma oposição vazia, perdemos a capacidade de visualizar o
todo e nos perdemos na superficialidade do apenas embate.
Enxergar o
bem feito é tão valioso quanto o mal feito ou o jamais realizado e nós,
brasileiros sorridentes e complacentes, nos enquadramos exatamente, na
categoria dos papagaios de Pirata, sem verdadeiramente, sermos capazes de nos
colocarmos numa postura de cidadãos que buscam direitos e, não o fazemos, justo
porque fugimos sempre que nos é dada a oportunidade de cumprirmos com as nossas
obrigações, crendo ingenuamente que somos espertos e que nos damos bem em tudo.
Quando
optamos pelo embate e isto é corriqueiro entre nós, fechamos as portas para o
diálogo e para a conquista de lideranças que sejam capazes de raciocinarem de
forma universalizada, limitando mudanças e ofuscando a criatividade, tão
necessária para que se proceda alterações que representem evolução, seja lá do
que for.
Insistimos em trocar seis por meia
dúzia, fechando os olhos e a mente para o desperdício de tempo e energias que
poderiam ser canalizadas para um verdadeiro bem comum.
Citarei Itaparica, mas poderia ser
qualquer outra cidade com as mesmas características turística e que possua a mesma
limitação territorial.
Vergonha, tristeza, absurdo, afinal,
por que de tanto abandono?
A cantilena é a mesma a cada eleição
e o pior e que a cada uma, venho observando que começam cada vez mais cedo, não
com propostas palpáveis e sustentáveis, mas com um amontoado de acusações
chatas, porque percebo também a escassez de raciocínio lógico que não esteja
atrelado ao interesse pessoal de se dar bem.
E aí, o ciclo se repete, numa simbiose
que mostra seus efeitos através de uma miséria sempre crescente, de uma
violência implacável a todos e, finalmente, a um atraso histórico.
Impensável estarmos vivendo em um local
minúsculo e ao invés de estarmos apenas cercados de agua por todos os lados,
ainda estamos cercados, presos e amordaçados a uma ignorância social e
humanitária que além de assustar, também faz doer.
Casas de pau a pique, esgotos a céu
aberto, lixo amontoado nas esquinas, animais pastando em vias públicas, lamas,
buracos, cobras e ratos e um povo sofrido, em sua maioria sem sequer saber que
podem vivenciar melhores e mais dignas realidades.
Detesto pensar que engrosso as
fileiras dos responsáveis e que escrevo e falo sozinha por todo o tempo.
Suspiro ao pensar que precisaremos de
pelo menos 20 anos para que esta realidade se altere, através desta juventude
que está começando a ser tratada com respeito nas nossas escolas e ainda tenho
que ouvir blá, blá blá... de quem sequer consegue mensurar o valor do
aprendizado?
Num Município em que nada foi
acrescentado em favor do povo, povinho, povão, há décadas, como desconsiderar
um feito como o que vem ocorrendo na educação e na saúde, fazendo apologias
tolas.
Buracos, matos e ratos, cabe a cada
um de nós buscar soluções através de comissões comunitárias que com seriedade,
recorra à administração, exigindo soluções viáveis às prioridades.
Política se faz nos palanques e
esquinas, com frases de efeito e velhos jargões, para impressionar, mas as soluções
só acontecem com empenho e determinação e principalmente, projetos que se enquadrem
dentro da realidade existente.
Dezenas de reuniões se formam, mas
nenhuma proposta consistente é apresentada. Que pena!!!!
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