domingo, 24 de maio de 2015

ALMOÇO DE DOMINGO


Infinitos são os dias em que lembro dos almoços de domingo em família, em que tive o privilégio de poder vivenciá-los ao longo desta, minha longa vida.
Posso sentir os aromas, os sons, as cores que permeavam estes instantes que se eternizaram em minha memória.
Nada mais resta de todas aquelas maravilhas, além de minhas lembranças e do tudo de bom que pude absorver e depois, incansavelmente, fui e ainda vou, não reprisando-os, mas criando minha própria versão dominical.
Saudades de meus pais e irmão e dos rigorosos horários que minha mãe exigente nos impunha e que nos fazia deixar a praia mais cedo para saborear os sempre deliciosos bifes à milanesa, o rico feijão preto, as inesquecíveis saladas de alface com lindos tomates maças, o arroz soltinho, e o bendito pudim de leite condensado, que confesso, transformei em sobremesa oficial.
Anos depois, já casada e morando em Minas Gerais, conheci e me apaixonei pelos almoços de Dona Zizita , minha sogra, com quem aprendi mil quitutes, doces e salgados com sabores exclusivos das fazendas de São Gotardo. Aos domingos, a macarronada com frango assado, era lendária, sempre acompanhada de pãezinhos de queijo e de sobremesa, a torta de três cores, fazia o fechamento glorioso.
Os tempos estão mudando desde então, com muita rapidez, os valores ditos velhos e ultrapassados, só são valorizados e ainda empregados, por aqueles que os tiveram, como eu que, sempre que tenho oportunidade, reúno os filhos, nora e genro, entorno da mesa, todavia, mantenho a tradição, colocando a mesa com apuro, preparando a cada domingo uma comidinha especial e junto com o meu Roberto, cultivamos os almoços de domingo, como herança que nos é fabulosamente, agregadora.
Agora, vou para a cozinha, afinal, hoje tem pernil assado com farofa, salada de batata e ovos cosidos esfarelados com salsa e cebolinha e de sobremesa, aquele velho e saboroso pudim, do tempo da Mãe Hilda.
AH! ... Não posso me esquecer do molho de massa de tomate com cebolas e pimentão fatiados.
Que bom, não é mesmo?
Um enorme beijinho com gosto de saudade dos velhos tempos que não voltam mais, mas que nos estruturaram e fizeram de nós, criaturas privilegiadas.


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