Infinitos
são os dias em que lembro dos almoços de domingo em família, em que tive o
privilégio de poder vivenciá-los ao longo desta, minha longa vida.
Posso sentir
os aromas, os sons, as cores que permeavam estes instantes que se eternizaram
em minha memória.
Nada mais
resta de todas aquelas maravilhas, além de minhas lembranças e do tudo de bom
que pude absorver e depois, incansavelmente, fui e ainda vou, não reprisando-os,
mas criando minha própria versão dominical.
Saudades de
meus pais e irmão e dos rigorosos horários que minha mãe exigente nos impunha e
que nos fazia deixar a praia mais cedo para saborear os sempre deliciosos bifes
à milanesa, o rico feijão preto, as inesquecíveis saladas de alface com lindos
tomates maças, o arroz soltinho, e o bendito pudim de leite condensado, que
confesso, transformei em sobremesa oficial.
Anos depois,
já casada e morando em Minas Gerais, conheci e me apaixonei pelos almoços de
Dona Zizita , minha sogra, com quem aprendi mil quitutes, doces e salgados com
sabores exclusivos das fazendas de São Gotardo. Aos domingos, a macarronada com
frango assado, era lendária, sempre acompanhada de pãezinhos de queijo e de
sobremesa, a torta de três cores, fazia o fechamento glorioso.
Os tempos
estão mudando desde então, com muita rapidez, os valores ditos velhos e
ultrapassados, só são valorizados e ainda empregados, por aqueles que os
tiveram, como eu que, sempre que tenho oportunidade, reúno os filhos, nora e
genro, entorno da mesa, todavia, mantenho a tradição, colocando a mesa com
apuro, preparando a cada domingo uma comidinha especial e junto com o meu
Roberto, cultivamos os almoços de domingo, como herança que nos é fabulosamente,
agregadora.
Agora, vou
para a cozinha, afinal, hoje tem pernil assado com farofa, salada de batata e
ovos cosidos esfarelados com salsa e cebolinha e de sobremesa, aquele velho e
saboroso pudim, do tempo da Mãe Hilda.
AH! ... Não
posso me esquecer do molho de massa de tomate com cebolas e pimentão fatiados.
Que bom, não
é mesmo?
Um enorme
beijinho com gosto de saudade dos velhos tempos que não voltam mais, mas que
nos estruturaram e fizeram de nós, criaturas privilegiadas.
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