sexta-feira, 8 de maio de 2015
MAS POR QUÊ?
São quatro e trinta da madrugada desta segunda sexta-feira de maio e, novamente sozinha em meu canto de reflexões, penso no porquê da inquietação que venho sentindo nos últimos dias.
Questiono-me, afinal, são tantos os anos de exercícios cotidianos, onde busquei tenazmente aperfeiçoar a convivência entre o sistema social e minha própria natureza, numa busca constante de um equilíbrio que me permitisse um vivenciar menos pesado, menos agressivo, menos traumático, que não posso deixar passar batida esta alteração, que por dias e noites vem abalando a progressiva harmonia conquistada.
Paro de escrever, descanso os cotovelos na mesa, olho diante de mim, para o vazio da parede creme, como se nesta, eu pudesse fazer refletir a confusão de minhas emoções para poder, então, analisar encontrando respostas.
Mas por quê?
Ao fazer esta pergunta, deixo escapar um leve sorriso, afinal, não fiz outra coisa por toda a minha vida, pois com entusiasmo e persistência, perguntei a todos e principalmente a mim mesma, o por quê disto ou daquilo, numa necessidade visceral em atingir um entendimento que fizesse sentido ao meu todo de criatura humana, justo por não conseguir enxergar lógica racional na maioria dos fatos, das ações e das emoções com as quais o sistema no qual eu estava inserida me impunha como realidades a serem aceitas e vivenciadas, por estarem empiricamente ligadas à uma infinidade de hábitos e costumes que se vestiam de verdades absolutas.
Bem... como que para dar uma trégua a minha mente, levanto e abro a porta para que meus cães possam entrar e dividir comigo este momento, onde busco com determinação este novo esclarecimento, porque, também afinal, já não me é possível conviver com dúvidas, muito menos no que se refira a mim mesma.
Percebo com um novo sorriso que já tenho novas companhias, pois neste meio tempo, o tempo passou e eles os pássaros começaram a chegar com seus cantos que me encantam e, neste exato momento, penso que a música adentra nos interiores humanos, produzindo mais efeitos, que todas as palavras que possam ser ditas ou escritas.
O velho processo político, desgastado, viciado e corrompido que é praticado em nosso país, mas que nas regiões onde o nível educacional é fraco ou quase inexistente não só de conteúdo, mas principalmente de valores éticos e que se torna muito expressivo, pelo despropósito de sua expressabilidade, cegando quanto aos danos que causam, trazem à tona, pelo menos nas almas e mentes mais sensíveis e esclarecidas quanto as necessidades humanas, um desalento que faz doer.
E então, sorrindo me perdoo, pois compreendo com nitidez que ainda não será por agora que esta distorção será erradicada, cabendo às pessoas idealistas e apaixonadas pela potencialidade que existe em cada ser humano, a tarefa sutil, mas poderosa, de continuar semeando, oferecendo sua ínfima, mas sustentável colaboração.
Mas que dói e faz tremer os alicerces da alma, abrindo uma lacuna entre o lógico e o emocional, ouvir uma sessão dos nossos legislativos...
Ah!!!!!!!
Com certeza dói...
E o mais doloroso é não poder copiar JESUS, dizendo:
_ Pai, perdoe porque eles não sabem o que fazem.
Porque sabem.
Ah! Como sabem...
Eu é que não consigo conviver, indiferente a isto.
E por que deveria?
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