Ego, onde
estás que não te encontro?
“Em que
estrela te escondes, embuçado aos céus”?
De tanto te
procurar, sinto-me cansada e, humildemente, tombo a teus pés, tão logo surges,
com a certeza absoluta que por mais que eu venha à te procurar, encontrarás
sempre uma camuflagem mais que perfeita, sempre pronta a me enganar.
Surges
sempre do absoluto nada e, logo, me vejo atingida pelo fio afiado de tua
poderosa espada.
Que
megalomania é esta que te coloca como refém de uma dura solidão?
Ceifas
brotos e frondosas árvores, tirando de ti, preciosas sombras.
Ego,
impiedoso ego!
Só enxergas
a ti mesmo, tirando a importância do tudo mais.
Coloca-te no
pedestal de alguns breves instantes, banhando-te com a quentura das luzes
instantâneas, abraçando o vazio do nada que te sobra.
Ego, maldito
ego, que rasga a textura da fraternidade.
Camuflando a
tua doentia vaidade, não dividindo espaço, engolindo tudo, num frenesi
interminável.
Ego, maldito
ego, que jamais sucumbe, criando fendas, abrindo feridas e provocando
rachaduras.
Não importa
o quanto ainda eu viva,
não só não
conseguirei identificar um ego camuflado, como, com certeza, não sairei imune
dele.
Cruz credo,
como é cansativo...
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