quinta-feira, 20 de novembro de 2014

CONSCIÊNCIA DE QUE MESMO?


Estou aqui pensando no quanto somos incapazes de fazer do palpável, nosso amparo e natural proteção, preferindo buscar no etéreo e no fugaz, o consolo para a nossa própria solidão.
Recorremos como desesperados às milhares de ofertas celestiais e muitos se jogam literalmente suas energias e vidas no obscuro, na busca desesperada de encontrar soluções para suas dúvidas ou mesmo realidades difusas.
Seria a total impossibilidade em distinguir o lógico e o real?
Estaríamos todos tão mergulhados na confusão cognitiva de que não somos mais capazes ou nunca fomos de tão somente, convivermos com o real?
Que necessidade é esta que nos empurra por todo o tempo à sabotagem de nossa própria existência?
Reparo desde sempre na constância destrutiva que carregamos como uma muleta, que nos mantém reféns de possíveis caminhadas de vida e liberdade.
Fingindo-nos magnânimos, estendemos a mão direita e camuflamos a esquerda que sempre pronta ao ataque, aguarda em sua força motora, o poder de ferir e matar, tornando assim nossa mente racional em pura armação de possíveis combates, onde alguém ou algo sempre se vê destruído, a começar por nós mesmos.
Natal vem chegando e penso então, que Natal será este?
Que verdades podem existir que retratem os benditos sentimentos que sabemos serem os ideais, se por todo o tempo, nos transformamos em criaturas frias, de emoções confusas que destroem à tudo, por todo o tempo, não enxergando o óbvio que nos persegue incansavelmente, apenas para nos lembrar, que para permanecermos vivos e com pelo menos, relativa plenitude,  precisamos abraçar o tangível, burilar o tocável, amando o possível de ser sentido e enxergado, numa troca sustentável que gera vida, aí sim, num ciclo ininterrupto de vida.
Destruímos e ao mesmo tempo, permitimos que outros destruam a vida em todas as suas expressabilidades sem qualquer senso de raciocínio lógico e ainda assim, num ritual inconsistente, mas que descobrimos nos faz acreditar que ainda somos humanos, abastecidos de sentimentos uns pelos outros, abraçamos o lúdico para talvez quem saiba, nos sentirmos humanizados.
E tal qual, leitores de orelhas, nos tornamos literatos de um compêndio de merda.
Que nesta quinta-feira, dia criado e dedicado a “Consciência Negra” possamos enxergar o diferente, tão somente, como mais uma obra prima de nossa tão machucada natureza.




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