domingo, 20 de janeiro de 2013

Por que vou votar...


 
Estou aqui pensando que preciso me arrumar para ir ao centro votar para se eleger os membros do Conselho Tutelar. Nos dez anos que estou morando em Itaparica, esta será a primeira vez que participarei, e estou entusiasmada comigo mesma, justo porque estou com a consciência de estar fazendo a coisa certa, já que não estou satisfeita com o andamento deste setor, assim como de tantos outros que engrossam as atribuições públicas.

Penso que se não estou satisfeita, cabe-me buscar mudanças e que estas devem começar exatamente por mim, trocando a mesmice de só reclamar, pela ação direta da participação para que eu me sinta fortalecida para então buscar novas soluções.

E o primeiro passo, creio eu, é exatamente o de ir votar e, em seguida, ir conseguindo adeptos para que, juntos, possamos ir em busca de uma renovação que represente, antes de tudo, uma mudança de postura social que certamente nos encaminhará na direção de reais alterações nas políticas e nos políticos que nos governam, pois para se sentir forte suficiente para operar diferenças em prol do bem comum, torna-se necessário que a seu lado estejam outros não menos fortes, buscando os mesmos objetivos.

E sair da inércia, com certeza é o primeiro passo e dos seguintes destaco as conversas fiadas e sem conteúdo de qualquer nível que tão somente servem para preencher muitas vezes o vazio dos encontros sociais nos bares e esquinas do cotidiano, tão somente para camuflar a dolorosa certeza que mantemos em nossas mentes que é justo o despeito de não estarmos lá, no poder, levando também alguma vantagem deste bolo fofo e saboroso, chamado erário público.

Nossa, peguei pesado na revelação do que pensamos, mas disfarçamos com nomes variados, porque afinal, não é politicamente correto, a não ser que fossemos políticos, donde ser chamado de corrupto passou a ser chique, fazendo do elogiado um símbolo de inteligência, tipo alguém que conseguiu adentrar no patamar dos que estão acima do bem e do mal.

Gente... Isso é loucura de país sem recursos educacionais, sem princípios humanos de respeitabilidade social.

Somos maiores em quase tudo, principalmente na ignorância de nossas obrigações e, portanto, como esperar direitos, se sequer somos capaz de estabelecê-los na garantia da qualidade de nossas próprias vidas.

Por não desejar mais me sentir como uma unidade inútil em um país repleto de miséria e injustiças, darei daqui a pouco o primeiro passo de uma longa jornada, onde espero sinceramente no caminho poder associar-me a outros para que, no futuro, Itaparica deixe de ser um feudalismo cruel com vestimenta de protecionismo para se tornar o que verdadeiramente ela merece ser: uma cidade linda, rica  e com um povo que seguiu a tradição de seus antepassados, lutando incessantemente para que se mantenha livre, na plenitude de sua liberdade para que se reverta em benécias para o seu povo guerreiro que substituiu o facão e a garrucha pela bendita democracia de posturas e intenções.

Dirão alguns:

- Por que ir votar em um domingo como este, ensolarado, se não é obrigatório, se sequer em algum dia de minha vida, preocupei-me com este tal Conselho Tutelar?

Provavelmente, por que dentre tantas mazelas oriundas de nossa inércia e que nos assola indiretamente, esta seja a mais ofensiva, pois sem um mínimo de amparo social, cada um de nós, cidadãos metidos a entendidos e descolados, estejamos tirando a chance de uma vida menos miserável de crianças e adolescentes que amanhã estarão adentrando em nossas vidas, carregando consigo o asco e o desprezo por uma sociedade estúpida que sequer sabe cuidar de seus pequenos, abandonando-os ao caos do abuso e da indiferença destruidora, bem próprias dos inconsequentes sociais.

E aí, penso nas campanhas políticas, nos inúmeros partidos e seus afiliados, nos políticos e suas votações expressivas e na tão pouca noção do sentido de democracia que envolve todo este processo que, ao longo da história, foi escrevendo na mente de cada cidadão brasileiro, a instantaneidade e a quase nenhuma noção de cidadania que, afinal, além de existir deveria se manter acima da obrigatoriedade de se ir votar  à cada quatro anos.

Deveríamos ser educados a nos unir por propósitos sociais que amparassem os bens comuns e não a siglas e propósitos exclusivistas que, na realidade, protege beneficiando grupos e não o todo.

 

 

 

Um comentário:

  1. Concordo com você e ressalto essas suas palavras..."Penso que se não estou satisfeita, cabe-me buscar mudanças e que estas devem começar exatamente por mim, trocando a mesmice de só reclamar, pela ação direta da participação para que eu me sinta fortalecida para então buscar novas soluções.

    E o primeiro passo, creio eu, é exatamente o de ir votar e, em seguida, ir conseguindo adeptos para que, juntos, possamos ir em busca de uma renovação que represente, antes de tudo, uma mudança de postura social que certamente nos encaminhará na direção de reais alterações nas políticas e nos políticos que nos governam, pois para se sentir forte suficiente para operar diferenças em prol do bem comum, torna-se necessário que a seu lado estejam outros não menos fortes, buscando os mesmos objetivos.

    E sair da inércia, com certeza é o primeiro passo..."

    Saudações

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