Quanto às de
Itaparica, tudo é mais doloroso, já que tenho pela maioria das pessoas
envolvidas e pela cidade que me acolheu, apreço, acrescido de uma profunda
lealdade que procuro honrar com as minhas posturas diárias, restando-me,
portanto, somente a conduta de apresentar os fatos, tal qual eles se
apresentam, sem que haja a presença do emocional que, de uma forma ou de outra,
fatalmente destruiria a realidade dos mesmos, assim como a credibilidade que
fui construindo ao longo dos anos.
Ah! Como é
difícil ser imparcial e pensando nisso, posso entender, mas confesso não
compreender, a dificuldade que assola os políticos que, afinal, entre nós povo,
seus interesses pessoais, seus parentes, amigos e etc. e tal, mantém vivo em
suas decisões o inferno de Dante, fazendo-os se esquecer do objetivo maior de
terem sido eleitos, que é tão somente pensar e agir em prol do bem comum.
Ah! O bem
comum, expressão bonita ao ser dita nos discursos de palanques, nos panfletos, nos
congressos e seminários, mas que se perde no cotidiano da prática executiva,
legislativa e, infelizmente, na maioria do judiciário e que, como um vírus danoso,
contamina a todos, inclusive a nós, se não estivermos devidamente imunizados
contra a arrogância, a indiferença e lamentavelmente a falta de educação
comunitária, que, como epidemia, se alastra, sem comunicação prévia.
Que coisa, hein...!
Sozinha com
os meus pensamentos, lamento estar vivendo este estado de direito, onde os
valores estão sendo substituídos pela dolorosa BANALIDADE, que se esgueira como
uma serpente, fazendo gente como eu e você, precisarem questionar-se por todo o
tempo, como estar por todo o tempo se sentindo entre a cruz e a espada, fosse natural.
Natural seria
que agíssemos como um rio que corre no sentido exato do desaguar no mar, que
seria o fim, o destino limpo do encontro do meu com o seu, formando fartura e
riquezas maiores, no alimento bendito do bem comum.
Ao invés
disto, corremos solitários entre caminhos desviados e chegamos finalmente ao
mar, fracos e desiludidos,
independentemente do volume e da extensão de fartas ou minguantes águas, que
tenhamos conseguido acumular.
Somos como águas
divididas, simbolizadas pela cruz e a espada.
Que pena,
não é mesmo?
Constatação
dos fatos às vezes machuca e faz doer, mas esclarece e serve de bendito alerta
para possíveis mudanças de posturas a favor de uma também bendita consciência
coletiva que, por distração, hábito ou banalidade, insiste em nos escapar.
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