Em meus estudos solitários, observo o quanto a educação é
relegada em prol de uma manutenção dolorosa da ignorância dos direitos, da
ética e do respeito cidadão, criando-se por todo o tempo a extensão da falta de
conhecimentos para que as gerações permaneçam aquém de qualquer visão mais
abrangente além da busca em alguns casos frenéticas, da solução imediata das próprias e supostas necessidades em detrimento do
outro ou da grande maioria, partindo-se então desta premissa para uma aplicação
desumana de falso amparo, onde até o pão pode ser oferecido, novamente em
detrimento da perda de direitos de se ter opiniões diferenciadas dos seus
algozes.
Estas ações continuadas são possíveis de serem identificadas
sem maiores dificuldades, não exigindo do observador, maiores conhecimentos
antropológicos, necessitando, entretanto, que o observador, não esteja inserido
no contexto do aprisionamento social, psicológico e histórico do local. Ficando
aos de fora do contexto à responsabilidade das denúncias, do abastecimento argumentativo,
baseado tão somente na lógica de valores entre o bem e o mal, como diretriz
margeadora de uma lenta conscientização social.
A maior dificuldade de erradicação destes personagens que
postulam este tipo de comportamento de
grupo social, `a fora a violência, certamente é o silêncio camuflativo que se
consolida através das gerações e que protege os mantenedores da crueldade
social, acobertando-os consciente, apesar de ironicamente todos os exilados,
sem exceção, conhecerem quem são seus algozes e o que fazem, criando-se a
partir desta frágil conscientização um enorme sentimento pessoal de violação
que se expressa através de um sentimento absurdo de inferioridade que,
infelizmente, mais e mais os aprisiona.
Antes de se pensar em combater a corrupção, dever- se – ia
pensar em se combater os pequenos grupos
que se formam na pirâmide social, cuja finalidade de formação é a de tão
somente controlar as rédeas do bem comum, através de escaladores sociais que se
intitulam políticos e que estão sempre vendendo os seus favores, tornando-se
cegos, surdos e mudos aos verdadeiros interesses da coletividade .
Em meio a estas dolorosas constatações, inevitavelmente
sinto-me frustrada, tal qual, qualquer outra pessoa que seja capaz de avaliar a
dimensão do crime de esfacelamento emocional que como regra primeira, mantem
historicamente a vergonha do atraso, da fome e da miséria em locais ricos e
promissores.
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